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COLUNAS

Sexta-feira, 29/6/2007
História dos Estados Unidos
Rafael Rodrigues
+ de 19100 Acessos
+ 5 Comentário(s)

Foi com surpresa e satisfação que vi, na última remessa de livros que chegou aqui, História dos Estados Unidos — Das origens ao século XXI (Contexto, 2007, 288 págs.). Já havia visto o livro na internet e também na livraria aqui da cidade. Sabia que mais cedo ou mais tarde eu o teria em mãos, só não sabia que seria tão cedo.

Digo que sabia que o teria porque meu interesse por História, que já não era pouco, vem crescendo cada vez mais, nos últimos tempos. Cheguei até a prestar vestibular para História, antes de tentar Letras. Mas não fui aprovado, felizmente. Porque, mesmo gostando muito da matéria (ou do assunto, como preferir), minha prioridade é mesmo literatura. Mas, como na vida não se pode escapar de certas coisas, a literatura me trouxe até o Digestivo, que me trouxe este História dos Estados Unidos, e cá estou eu unindo o útil ao agradável: o meu interesse em História e o que gosto de fazer (escrever e recomendar livros).

História dos Estados Unidos foi escrito por quatro cabeças e levou dois anos para ser finalizado. Os autores são: Leandro Karnal, doutor em História Social pela USP; Sean Purdy, que é canadense, doutor em História pela Queen's University (do Canadá); Luiz Estevam Fernandes, mestre e doutorando em História Cultural pela Unicamp; e Marcus Vinícius de Morais, mestre em História Cultural pela Unicamp.

"Que país é esse? Que cultura engendrou? Por que seduz e irrita o planeta? Existe um típico norte-americano? Que processo histórico pode ter originado o american way of life e como é possível explicar tal concentração de riquezas?" são algumas das perguntas que os autores respondem no decorrer do livro. Para tanto, é necessário ir até as origens dos Estados Unidos da América e percorrer toda a sua história. Entender os Estados Unidos é, de certa forma, entender o mundo.

Os EUA exerce uma influência sem precedentes em todo o planeta. E em tudo. Cultura, sociedade, política, economia. Escritores japoneses escrevem livros recheados de referências norte-americanas. Bandas brasileiras tocam músicas que mais parecem covers adaptadas das músicas dos grupos americanos. O inglês é a segunda língua na maioria dos países do mundo. Como se tudo isso não bastasse, qualquer decisão política ou econômica tomada pelos políticos americanos afeta a economia e a política de todo o planeta. Mas essa influência não é recente. No século XVIII as idéias libertárias norte-americanas serviram de inspiração para o nosso Tiradentes e para o francês Robespierre.

O livro começa desmistificando uma daquelas lições que aprendemos na escola e que alguns carregam consigo como se fosse uma verdade absoluta: a de que só não somos uma nação rica e poderosa como os EUA porque a colonização feita por Portugal no Brasil foi de exploração, e a feita nos EUA, pelos ingleses, de povoamento. Uma questão tão complexa, a grande diferença social e econômica entre duas nações (poderia até dizer entre duas Américas, a do Norte e a do Sul), não poderia mesmo ser explicada de maneira tão simples e grosseira. Leandro Karnal, responsável pela primeira parte do livro, aponta, através de outros autores e suas respectivas explicações, outros motivos para essa desigualdade.

A religião, por exemplo, seria um desses motivos. Na América do Norte os colonizadores eram fiéis, em sua maioria, da Igreja Protestante, que prezava (ainda preza, ao que me consta) o trabalho e o poupar/guardar dinheiro. Já para a Igreja Católica, o objetivo era (e continua sendo, não?) a salvação da alma; "o progresso econômico era visto com desconfiança [pela Igreja Católica]".

Outra possível explicação para o rápido progresso deles e o nosso caminhar de tartaruga é o fato de as colônias sul-americanas terem se "organizado demais", devido ao Tratado de Tordesilhas e ao sistema das Capitanias (dedução minha). Nos EUA não houve tal organização. Sem essa "ordem", não havia tanta interferência da Inglaterra na frágil política norte-americana (frágil justamente por não ser organizada). Quando finalmente os norte-americanos resolveram se organizar e lutar pela sua independência, pouco puderam fazer os ingleses. Por isso a precoce independência, a primeira de todo o continente. Sem mais estarem presos aos ingleses, os EUA não tinha mais a quem prestar contas, daí sua rápida evolução. Bem diferente da nossa independência, que foi bancada financeiramente pela Inglaterra. Posteriormente, o Brasil tomou emprestado dos EUA o dinheiro para pagar os ingleses. Ao menos foi assim que aprendi a origem da nossa tão malfadada dívida externa.

Mas nem essas explicações, mais detalhadas e complexas, bastam para entendermos o crescimento espantoso dos EUA nos últimos dois séculos. Para chegarmos à raiz dos motivos que os levaram a se tornarem a potência que hoje são, Leandro Karnal vai até a Inglaterra moderna e mostra como a evolução britânica entre os séculos XVI e XVII refletiram nos EUA.

Ao contrário do que se pensa, não foi apenas a aristocracia inglesa que desembarcou nas terras que hoje são os Estados Unidos. Representantes do que costumamos chamar de "a escória da raça humana" também foram enviados para o "novo mundo". É lugar-comum dizer que os portugueses enviaram para o Brasil tudo o que de pior tinham por lá, e que a Inglaterra enviou para a América o que de melhor havia por lá. A verdade, nos dois casos, é que das metrópoles vieram boas e más pessoas, e não foram elas que determinaram o sucesso ou o fracasso das nações, mas sim um conjunto de fatores, alguns dos quais explicitados parágrafos acima.

História dos Estados Unidos passa pelas raízes inglesas, pelos conflitos internos que ocorreram nos EUA, pela luta pela independência, pelos "pais fundadores", pelo desenvolvimento e avanço dos EUA até chegar aos Estados Unidos da América do século XX. O século que revelou que a ferida do racismo ainda não cicatrizou, o século das duas Grandes Guerras Mundiais, da Guerra do Vietnã, da Guerra Fria, da globalização, do american way of life, do Watergate e muitos outros episódios e traços marcantes originados nos — ou que tiveram a participação dos — States.

Do mesmo jeito que é impossível conhecer a fundo a História de um país com a leitura de apenas um livro sobre ele, é impossível encerrar, com apenas uma resenha, todos os assuntos abordados em um livro. Mas tanto esta resenha de História dos Estados Unidos, para ele, quanto a obra, para a História dos EUA são, acredito eu, bons começos.

Para ir além






Rafael Rodrigues
Feira de Santana, 29/6/2007

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
27/6/2007
08h52min
Para ajudar na compreensão dos valores protestantes vs. católicos, indico a leitura de "A ética protestante e o espírito do capitalismo" de Max Weber. Nesse tema está a causa do nosso assistencialismo exagerado. []s
[Leia outros Comentários de Emilio de Moura]
30/6/2007
01h51min
Beleza, Rafa. Esse livro é bom mesmo. Tem algumas características no protestantismo que são fogo: leitura (da bíblia), a consequente alfabetização precoce e a fé no trabalho, na sobriedade, na economia de gastos e na vida regrada. Um país formado nessa base não é brincadeira. Outra coisa é que na Inglaterra vigorava, praticamente, um sistema de "castas" sociais. Os peregrinos ingleses, exilados permanentemente no novo mundo, acabaram com isso imediatamente: aqui não tem nobre, senhor ou hierarquia nobiliárquica. Aqui vale o homem que trabalha. Cumpriram esses princípios, na medida do possível, claro. No Brasil, nunca foi assim. Não houve nem a intenção. Ótima resenha, abraços.
[Leia outros Comentários de Guga Schultze]
30/6/2007
14h12min
A opulência ianque remonta à colonização: O puritano, com sua ética, valoriza o lucro, o trabalho e a riqueza (esta, um sinal da predestinação). Tudo bem diferente da ética católica. Weber percebe a relação entre a Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, explicando, aliás, por que os países ibéricos ficaram pobres: esbanjando seus metais preciosos e expulsando os judeus. As atividades na Nova Inglaterra (Peq. Propr. familiar, manufaturas nas cidades)criam um mercado interno e um comércio externo (com a África e com as Antilhas). A indústria, ajudada pelo ferro e carvão, e pelo litoral (escoamento da produção) se consolida. Inexistia ouro e prata e a produção agrícola parecia com a da Inglaterra (daí a frouxidão colonial desta). Essa foi “a dita da desgraça” (Galeano), q o Caribe não teve. Quando a burguesia local passa a rivalizar com a da metrópole e esta ensaia um arrocho colonial, ocorre a emancipação. Das 2 Grandes Guerras, surge uma superpotência. E o "American way of life" vai se globalizando...
[Leia outros Comentários de Pedro Cordeiro]
10/7/2007
10h07min
Fiquei deveras impressionado com o que li, percebi a quande diferença de um pais descoberto por cristãos e o brasil descoberto por católicos, quantas diferenças. Parabens a Rafael Rodrigues pela materia.
[Leia outros Comentários de Hélio Machado]
11/7/2007
14h07min
Estava no computador (momento raro nesses últimos dias) e resolvi dar uma passada no "seu" site. Parabéns! Adorei! Acho até que vou comprar o livro. Rs. Bjos. Até.
[Leia outros Comentários de Mayra Ferreira]
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