Meus melhores livros de 2009 | Rafael Rodrigues | Digestivo Cultural

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Sexta-feira, 22/1/2010
Meus melhores livros de 2009
Rafael Rodrigues
+ de 15700 Acessos
+ 2 Comentário(s)

2009 foi um ano tão bom literariamente falando que, no meio de tantos livros bons, fui obrigado a deixar algumas leituras pela metade. Explico o aparente paradoxo: tenho o costume de ler vários livros ao mesmo tempo, ou de, no mínimo, folhear vários enquanto leio um. Isso faz com que eu comece a ler um determinado romance hoje, mas daqui a dois dias esteja dando preferência a um livro de contos que andara folheando. E aí aquele romance, por melhor que seja, acaba ficando para depois (quando é esse "depois", só Deus sabe).

Nessa brincadeira, eu deixei pelo caminho livros como O livro dos insultos, de H.L. Mencken; Vida de escritor, de Gay Talese; Balzac, de Johannes Willms; Frenesi polissilábico, de Nick Hornby; Suíte Dama da Noite, de Manoela Sawitzki; A boca da verdade, de Mario Sabino; Terras baixas, de Joseph O'Neill e outros tantos. Estava gostando de todos os citados, mas eles acabaram tendo seus lugares roubados por outros títulos que me conquistaram de maneira irreversível e fulminante. É sobre esses livros que dedicarei algumas linhas nesta coluna.

Leite derramado, de Chico Buarque (Companhia das Letras, 2009, 200 págs.) ― Eis um livro que me deixou muito surpreso ― e de queixo caído. Fui ler Leite derramado com todas as reservas do mundo, porque anos atrás havia lido Budapeste e detestado. E, antes mesmo de começar a ler o Leite derramado, eu já pensava em como falar mal do romance sem irritar muito aqueles que lessem minha resenha dele. Afinal, Chico Buarque é quase uma unanimidade. Tanto que é provável que, além de mim, apenas umas cinco pessoas considerem Budapeste um livro, no máximo, razoável. Felizmente, não precisei falar mal do blue eyes brasileiro: Leite derramado é uma beleza de livro. Não chega a ser uma obra-prima, como muita gente chegou a considerar, mas é realmente um romance muito bom, daqueles de tirar o chapéu.

Cine Privê, de Antonio Carlos Viana (Companhia das Letras, 2009, 128 págs.) ― Seguramente um dos melhores escritores em atividade no Brasil, o sergipano Antonio Carlos Viana conseguiu o que, para muitos, é impossível: nasceu no nordeste, formou-se em Letras, foi estudar mundo afora (morou no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e na França, onde fez o doutorado em Literatura Comparada na Universidade de Nice), escreveu seus livros e os teve publicados pela Companhia das Letras. O mais recente, lançado em maio de 2009, conserva as características e a qualidade dos dois anteriores: O meio do mundo e outros contos e Aberto está o inferno. As histórias, aparentemente regionais, são justamente o contrário: elas são universais, porque falam de conflitos que qualquer ser humano já enfrentou ou pode vir a enfrentar. Cine Privê é um livro de contos até um pouco difícil de ser definido. Porque há nele um quê de engajamento, mas o autor não se diz engajado; há um tanto de otimismo em algumas histórias, mas Viana se diz um pessimista irremediável; e há humor em algumas, quando na verdade essas histórias são, no fundo, tristes. Ao lado de Ronaldo Correia de Brito, Menalton Braff e Mayrant Gallo, Antonio Carlos Viana é, sem dúvida alguma, um dos melhores contistas vivos do Brasil.

Olho por olho, de Lucas Figueiredo (Record, 2009, 210 págs.) ― Um dos livros mais importantes publicados em 2009 ― se não o mais, escrito por um autor brasileiro ― é de não-ficção. Olho por olho, do jornalista mineiro Lucas Figueiredo, conta a história de dois livros: Brasil: Nunca Mais e Orvil, ambos organizados e escritos por pessoas que direta ou indiretamente participaram da ditadura no Brasil. A forma como foi arquitetada a operação que viabilizou a escrita e posterior publicação de Brasil: Nunca Mais, obra elaborada por pessoas contrárias ao regime ditatorial, é coisa de cinema. Já os bastidores de Orvil, que foi organizado pelos militares, são nebulosos e ainda cercados de segredos. Olho por olho revela tudo o que, até sua publicação, foi possível. E, de quebra, ainda traz um panorama geral de como foram os "anos de chumbo" no Brasil. Um livro que deveria ser leitura obrigatória nas escolas e universidades deste país.

Indignação, de Philip Roth (Companhia das Letras, 2009, 176 págs.) ― Como escrevi um longo texto sobre esta obra-prima de Philip Roth aqui mesmo no Digestivo, não farei maiores comentários sobre o livro nesta coluna. Apenas gostaria de deixar registrado que Indignação reverbera em minha mente até hoje, sendo que faz mais de três meses que o li. Daqui a algum tempo uma releitura se fará necessária. Recomendo este livro veementemente, a qualquer pessoa.

Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre (Record, 2009, 304 págs.) ― Eis outro romance que me surpreendeu bastante. Foi com muita ansiedade que li Se eu fechar os olhos agora, estreia na ficção do já consagrado jornalista Edney Silvestre. Ansiedade provocada pelo próprio livro, diga-se, que é uma obra é ambiciosa: nela, Edney mistura gêneros aparentemente impossíveis de caminharem juntos, o romance de formação e a história policial. Mas, por incrível que possa parecer, além de o autor conseguir realizar a obra ― o que em si já seria difícil ―, ele o faz de maneira digna dos maiores e melhores elogios. Se eu fechar os olhos agora é uma obra de inegável e invejável qualidade, beleza e força. Mais um livro que está ecoando em minha mente.

Vidas Novas, de Ingo Schulze (Cosac Naify, 2009, 752 págs.) ― Há muito o que falar sobre Vidas Novas, romanção ― em ambos os sentidos ― do escritor alemão Ingo Schulze. Mas como a proposta aqui é de dedicar apenas um parágrafo sobre cada livro, e como já escrevi bastante sobre ele em outros lugares, não me alongarei. Digo apenas que, em mais de 700 páginas, Ingo Schulze alia História (o antes, durante e depois da queda do Muro de Berlim) e ficção de uma forma que poucos autores conseguiram/conseguem fazer. Sua estrutura é composta 95%, ou algo perto disso, por cartas enviadas pelo personagem principal, Enrico Türmer, a três destinatários ― um amigo (com quem aparentemente teve uma relação homossexual), sua irmã (com quem aparentemente teve uma relação incestuosa) e uma amiga (que mais tarde viria a ser sua noiva). O livro tem uma importância imensurável e não é exagero algum dizer que já é um clássico, além de ser uma obra-prima. Àqueles que fogem de livros volumosos, uma provocação: vocês não sabem o que estão perdendo.

Já no final de 2009 foram publicados dois livros que certamente serão mencionados na coluna que trará as melhores obras de 2010: Moça com chapéu de palha (Língua Geral, 2009, 216 págs.), romance, de Menalton Braff; e Três Tristes Tigres (José Olympio, 2009, 518 págs.), também romance, do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante. O primeiro eu comecei a ler faz poucos dias, e estou adorando. Como dito linhas acima, Menalton Braff é um dos escritores mais talentosos em atividade no Brasil. Merece ser mais lido e mais comentado do que é. Seu livro de contos A coleira no pescoço, de 2006, é uma das obras mais importantes dos últimos anos. O segundo eu acabei de ler recentemente e é uma obra-prima. Três Tristes Tigres é uma obra de gênio. Livraço. Um daqueles livros que você fica se perguntando "como é que eu não li isso antes?". Felizmente, os livros estão todos aí, e nunca é tarde para preencher as lacunas literárias.


Rafael Rodrigues
Feira de Santana, 22/1/2010

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Mais Especial Melhores de 2009
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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
23/1/2010
12h27min
Achei boa a menção de Menalton Braff neste artigo dos melhores de 2009. Braff é um ótimo escritor de quem pouca gente fala, mas isso é irrelevante - quase todo mundo que escreve decentemente no país está na mesma situação. Conheci-o pelo "À sombra do cipreste", excelente livro de contos. Gostei também de conhecer você, Rafael, de quem já tinha lido "Os descaminhos da crítica literária brasileira" no Suplemento Literário de Minas. Voltarei mais vezes a este site.
[Leia outros Comentários de chico lopes]
25/1/2010
15h16min
A minha média anual de leitura está apenas em 10 livros. "Só Deus sabe sobre minha opinião". Gosto de ler o Prêmio Jabuti de cada ano, é uma de minhas referências. Também gosto de ler "novos autores", e estes tenho que "caçar", não nas grandes editoras ou críticas, pois não estarão nestas listagens (quem sabe, depois)... "Quando é esse depois...?", penso que nem Deus sabe, pois, sem ler, como Ele saberia? E, se soubesse, no que interferiria? Por isto é com bom grado que percebo que, de sua lista, alguns dos meus lidos estão citados. O meu próprio livro, tenho até vergonha de citar, que é trilíngue e ninguém (quero dizer, dos entendidos), ninguém deve ter lido. Afinal, se alguém lesse, quem sabe "alguém" editaria e retiraria o peso de meus ombros (em ter que "pagar, vender" e reeditar "on demand"...). Pelo menos, que seja a dica para pequenos como eu, que, de asas cortadas, não podem alçar voos em grandes alturas (se o fizessem, de igual modo teriam suas "asas" quebradas)! Assim continuaremos!
[Leia outros Comentários de Celito Medeiros]
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