COLUNAS
Quarta-feira,
16/4/2014
Colunas
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O Mito da Eleição
>>> As colunas do templo estão abaladas. Escoras e remendos não fazem mais efeito. Instituições, valores, nossas crenças mais sagradas revelam suas falhas, gerando frustração e impotência. O direito de votar, por exemplo, essa conquista pela qual tanto lutamos, condição básica da cidadania, alma da Democracia. Nosso voto vale alguma coisa? A eleição é um mito que nada tem a ver com a realidade. Ao contrário. O mito da eleição é o de que somos capazes de escolher bons representantes. "Não funciona desse jeito", diz Etienne Chouard, economista francês que vem se dedicando ao assunto.
por Marilia Mota Silva
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Como sobreviver ao Divórcio de Ricardo Lísias
>>> Com Ricardo, protagonista de Divórcio, mais recente romance de Ricardo Lísias, as etapas características de uma união condenada ao fracasso foram queimadas antes mesmo que algum pessimista convicto pudesse prever seu fim. Apenas quatro meses após a troca de alianças e juras de amor eterno, ele encontra o diário da esposa, espécie de ensaio sobre o desprezo pelo companheiro e prova irrefutável de infidelidade, guardado displicentemente em uma gaveta do quarto do casal. A decisão de ler suas insólitas anotações de cabo a rabo, além do consequente e imediato abandono do lar, dão início a um largo e desconfortável percurso, em que personagem e autor se confundem a cada linha, até o plausível resgate de uma autoestima devastada.
por Isabella Ypiranga Monteiro
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Era uma vez
>>> Vou te contar uma história, começa assim, Era uma vez uma moça, muito bonita, muito inteligente, muito meiga, muito princesa-de-contos-de-fadas, pelo menos era o que todo mundo dizia, o que todo mundo achava, e quando a moça passava o povo exclamava, Ó-como-ela-é-bela, Ó-como-ela-é-doce, e a moça sorria, agradecia, e seguia, cada vez mais longe, cada vez mais isolada, cada vez mais dentro de si, e nesse espaço de dentro ela não se sentia moça, nem princesa, muito menos doce.
por Carina Destempero
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Política e Cidadania no Sertão do Brasil (parte 2)
>>> Candidatos não "debatem ideias". O suposto programa de governo que o candidato vende é, na verdade, um conjunto de ideias formuladas pela equipe de marketing da campanha. Portanto, quando você vota, você escolhe quase que um zumbi lobotomizado pelo marqueteiro, e indiretamente está votando numa pessoa que não faz a menor ideia de quem seja. As campanhas são e continuarão sendo assim. Qualquer que seja a embalagem do candidato/produto, a mudança deve vir do lado de cá, de quem vota. Nosso dever é deixar de enxergar o processo eleitoral do ponto de vista do "consumidor de marketing político". Devemos ser apenas eleitores. Eleitores com senso crítico, que desconfiam e questionam seus candidatos.
por Diogo Salles
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Histórias de superação que não fazem sucesso
>>> Dois longas-metragens marcados por uma escalada tortuosa rumo ao encontro de si mesmo. Situações-limite nas quais seus protagonistas são lançados em uma trajetória individual, marcada por poucas palavras e um corpo a corpo com a malha urbana, cujo resultado final seria a superação e o entendimento daquele momento da vida para prosseguir de forma mais harmônica, quem sabe. Algumas semelhanças entre O abismo prateado (direção de Karim Aïnouz) e Estação Liberdade (direção de Caíto Ortiz), que estrearam em 2013 nos cinemas.
por Elisa Andrade Buzzo
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Proust, rugas e colesterol
>>> Isso quer dizer que eu já passei dos 40 anos - e já avisto os 50 se delineando em minhas retinas. Passar dos 40, para mim - ao contrário dos traumas simbólicos estigmatizados pela nossa cultura -, não foi nada além do que uma simples transposição do ponteiro de segundos de 23:59:59 para 0:00:01, no relógio de parede do meu quarto. A lenda de que "a vida começa aos 40" é uma falácia. A vida começa mesmo, creio, quando nascemos - e é quando começa a contagem regressiva para a morte, com interstícios de 70, 80, 90 anos, se a sorte andar ao lado.
por Wellington Machado
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Kurt Cobain; ou: I Miss the Comfort in Being Sad
>>> Contra nós depõe o fato de que não morremos jovens, a nosso favor está que essa ideia, esse lema, essa frase de efeito morreu jovem. Não obstante, senti que devia fazer uma homenagem neste aniversário de suicídio. É preciso agradecer às pessoas que nos traduzem a nós mesmos. Esse adolescente à margem pôs um verso de Neil Young de cano duplo na boca e estourou sua náusea de dentro pra fora em um acorde distorcido final num 5 de abril há vinte anos.
por Duanne Ribeiro
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Eu podia estar matando, podia estar roubando
>>> Mas não. Estou aqui, escrevendo este texto. De acordo com as leis dos "Dez Mandamentos Bíblicos" - para quem é católico - "Não matarás" é o quinto mandamento e "Não roubar" é o sétimo. Para as demais religiões muda um pouco a ordem, mas essas duas grandes leis estão lá, junto das outras. Aliás, na Bíblia estão algumas das histórias mais dramáticas sobre homicídios, como a de Davi, filho de Jessé, que matou o gigante Golias. Separei alguns filmes que considero muito bons dentro destes temas, excluindo terror e máfia (que aí já considero outro departamento).
por Adriane Pasa
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Quem Resenha as Resenhas de Som?
>>> Algo me intrigava nas primeiras resenhas de música que li ainda menino. Já naquela época me assombravam questões primitivas como "O que dá pra se falar sobre som? Som é som, eu ouço o som e ME TORNO O SOM e pronto, véio". Mais tarde percebi que, por acaso, essa questão primitiva não era apenas meninice, mas uma questão das mais sérias. Contudo acabei decidindo que há sim o que falar sobre som, ainda que no limite não seja possível defini-lo, encerrá-lo em palavras, já que sempre restará algo na música que resiste à descrição. Ademais é certamente possível falar sobre elementos que se relacionam com o som, mas não são o próprio som, são o entorno dele, aquilo que influencia a feitura da obra de som e é também influenciado por ela, a moçada chama isso geralmente de contexto cultural. Assim, enfim, comecei a falar e ouvir, escrever e ler sobre som.
por Stan Molina
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A utopia das paredes de vidro
>>> Uma parcela dos defensores do vegetarianismo e dos direitos dos animais parece crer que bombardear seus seguidores nas redes sociais com imagens chocantes do sofrimento que causamos a outros seres é uma forma eficaz de modificar nossos hábitos alimentares e de consumo. Convém não nos enganarmos quanto aos bons sentimentos da humanidade. Se quisermos realmente mudar seu comportamento, precisamos conhecê-la e levar em conta todos os seus aspectos. Sim, alguns de nós são capazes de atos notáveis de generosidade. Mas esses atos só são notáveis por serem exceções ao egoísmo de sempre. De acordo com pesquisas na área de economia comportamental, gostamos de ter uma autoimagem positiva e até fazemos alguns sacrifícios para mantê-la sem, no entanto, abrir mão de nossos interesses.
por Carla Ceres
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A Marcha da Família: hoje e em 1964
>>> A "Marcha da Família" em 64 teria reunido 500 mil pessoas, já a atual, num balanço otimista para os organizadores, 3 mil. Obra de ficção ou não, para os cálculos mais otimistas, uma desproporção enorme. A se considerar, ainda, que convocada pelo Facebook, quase sete mil pessoas haviam sido convidadas. A comparação de dados apontaria para um fiasco na manifestação recente; mesmo com o poder das redes sociais, uma manifestação esvaziada, um punhado de gente se expondo de maneira patética, com gritos de palavras de ordem sem eco. Não obstante, é ingenuidade concluir que a mera quantidade implica em fiasco, que afetaria o moral de meia dúzia de gatos pingados que saiu às ruas para pedir a volta da ditadura, quando se tem em vista seus potenciais efeitos.
por Humberto Pereira da Silva
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Beijinho no ombro
>>> Li a letra de "Beijinho no ombro", vi o vídeo. Basicamente, o que me salta aos olhos na música é a oposição entre o sucesso e a inveja, ou melhor, é o fato de o eu lírico se colocar na posição do êxito absoluto, ancorado na fé em Deus, e acreditar que as invejosas (perdedoras, como dizem os norte-americanos?) estão a todo tempo a observar seus passos. É como se, assim me parece, o eu lírico estivesse no centro do mundo, concentrasse todas as atenções e, mais do que isso, almejasse essa notoriedade, já que admite o desejo de que todas as inimigas tenham vida longa "pra que elas vejam cada dia mais nossa vitória" (em meio à egolatria da letra, esse "nossa" é curioso. Nós quem? Ela e Deus?).
por Marcelo Centauro
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Sobre e-books e caipiras
>>> Todo mundo se revolta ao descobrir que o autor de um livro impresso ganha apenas 10% do preço de capa - mas nem assim compra um e-book do desgraçado! E por que isso seria bom para o autor? Ora, porque, na Amazon, por exemplo, eu ganho de 30 a 70% do preço de capa - e isto é inédito em toda a história da publicação de livros! Toda edição é um investimento, um risco que o editor está correndo pelo autor. O sujeito, sem saber se terá retorno, tem de bancar papel, gráfica, distribuidor, "jabá de livreiro" (vitrine) e mil outros detalhes dispensados pelo e-book. Por isso qualquer e-book vagabundo pode ir parar na livraria da Kobo ou da Amazon: não é um investimento tão caro! E será o mercado, isto é, a procura pelo livro, que dirá se ele vale ou não alguma coisa.
por Yuri Vieira
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Soluções geniais para a escola e a educação
>>> Dia desses, rolou um episódio que misturava várias coisas controversas na escola do meu filho: crianças, novas tecnologias e banheiros. Um guri, a certa altura do horário escolar, saiu muito ouriçado do banheiro masculino, dizendo que foi flagrado por uma câmera de celular enquanto fazia qualquer coisa necessária em um dos vasos sanitários. Ninguém viu nada direito. Nem a vítima. O piá só dizia ter visto uma mão por cima da porta do cubículo e aquele barulhinho de fotografia. Ou seria filme? E agora? Pra onde vai essa imagem? Mas não dava pra identificar se a mão era de outra criança, de adulto, de homem ou mulher. Só dava pra ficar bem assustado.
por Ana Elisa Ribeiro
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A feira ao longe
>>> Sim, um palco, os Campos Elíseos, de outrora bairro elegante, das mansões dos fazendeiros de café, da sede do governo do Estado, a uma área degradada, especialmente a Alameda Dino Bueno, a área de "passagem" dos dependentes químicos. Se no final do século XIX a região era extremamente nobre por estar muito próxima ao centro, da rodoviária, da Estação da Luz, do hospital que a cidade tinha e mesmo de um grande colégio, o Liceu Coração de Jesus, hoje tudo isso não quer dizer mais nada. Pois bem, estou na Alameda Dino Bueno esquina com a Alameda Nothmann. Depois de vinte anos estou de volta para uma visita ao Liceu onde tive minha formação escolar básica.
por Elisa Andrade Buzzo
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Julio Daio Borges
Editor
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