Blog | Digestivo Cultural

busca | avançada
83297 visitas/dia
2,4 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Paulo Leme Filho alerta para a relação entre alcoolismo e câncer
>>> Terreiros Nômades promove encontro entre Salloma Salomão, escolas municipais e comunidade
>>> Instrumental Sesc Brasil apresenta Filó Machado no Sesc Consolação em show gratuito
>>> Escritor e diplomata Ricardo Bernhard lança obra pela editora Reformatório
>>> Teatro Portátil chega a São Paulo gratuitamente com o espetáculo “Bichos do Brasil”
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> The Piper's Call de David Gilmour (2024)
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Uma nova forma de Macarthismo?
>>> Metallica homenageando Elton John
>>> Fernando Schüler sobre a liberdade de expressão
>>> Confissões de uma jovem leitora
>>> Ray Kurzweil sobre a singularidade (2024)
Últimos Posts
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
Blogueiros
Mais Recentes
>>> A fila do Obama
>>> Da decepção diante do escritor
>>> Mano Juan, de Marcos Rey
>>> Propostas discordantes no jornalismo
>>> Escritor: jovem, bonito, simpático...
>>> Dilúvio, de Gerald Thomas
>>> O assassinato e outras histórias, de Anton Tchekhov
>>> Educadores do Futuro
>>> Gerald Thomas: Cidadão do Mundo (parte III)
>>> Mondrian: a aventura espiritual da pintura
Mais Recentes
>>> Expresso da Meia-Noite de Billy Hayes & William Hoffer pela Record (1977)
>>> Carnavel de Sangue de John William Corrington; Joyce H. Corrington pela Best Seller
>>> Dom Camillo Entre o Diabo e a Água-Benta de Giovanni Guareschi pela Record (1981)
>>> Coração Negro de Eric Van Lustbader pela Record (1983)
>>> A Perseguição de Sidney Sheldon pela Record (1994)
>>> Aeroporto 1980: O Concorde de Kerry Stewart pela Record
>>> Triângulo de Ken Follett pela Record (1979)
>>> Oro - Uma aventura na Costa Rica de Cizia Zykë pela Best Seller (1987)
>>> O Dia do Fim do Mundo de Gordon Thomas & Max Morgan-Witts pela Record
>>> Sinais Vitais de Robin Cook pela Record (1993)
>>> Médico ou Semideus de Robin Cook pela Record
>>> A Caçada ao Outubro Vermelho de Tom Clancy pela Record (1984)
>>> Parque Gorki de Martin Cruz Smith pela Record (1981)
>>> A Terra Oca de Raymond Bernard pela Record
>>> Livro Língua Portuguesa: da Oralidade à Escrita de Vanessa Loureiro Correia pela Iesde (2006)
>>> Livro Formação Docente Para A Diversidade de Margarete Terezinha de Andrade costa pela Iesde (2018)
>>> Livro Brincar E Suas Teorias de Varios Autores pela Cengage Learning (2002)
>>> Depois De Você de Jojo Moyes pela Intrinseca (2016)
>>> Livro Paisagem Com Neblina E Buldôzeres Ao Fundo de Eustáquio Gomes pela Geração (2007)
>>> Sábado á Noite de Babi Dewet pela Generale
>>> A Cabana - The Shack de William P. Young pela Sextante
>>> Livro PRPP , SSOPs Programa de Redução de Patógenos - Coleção Higiene dos Alimentos Volume1 de Figueiredo, Roberto Martins pela Manole (1999)
>>> Uma Noite Como Esta. Quarteto Smythe-smith 2 de Julia Quinn pela Arqueiro
>>> Simplesmente O Paraíso. Quarteto Smythe-smith 1 de Julia Quinn pela Arqueiro
>>> Verão Do Medo de Andreas Gruber pela Europa (2024)
BLOG

Sábado, 1/4/2017
Blog
Redação
 
Sete fôlegos (série: Sonetos)

Atravessando porta sem ferrolho
e muros baixos – entrar era fácil (quase
definitivo). E a cerca viva, convidando
os pássaros ao miolo do pão.

Perdido no quintal, agigantava-se
o abismo. Crescia o medo, fechando
moitas e atalhos. Crescia o intervalo
das coisas não havidas.

Olhando pelas janelas, um eclipse
ensombrecia a casa. E com o escudo
da pele todo cuidado era pouco.

Antevendo os lapsos da morte,
do lado de fora fiz esta cama de gato.
Que me sopra sete fôlegos.

(Do livro O camaleão no jardim. São Paulo: Quaisquer, 2005)

[Comente este Post]

Postado por Blog da Mirian
1/4/2017 às 08h44

 
Billie Holiday, Strange Fruit e 100 anos do Jazz



Há alguns anos, em uma sala de aula, mostrei um vídeo de Jazz para uma turma - era Nina Simone interpretando Love me or leave me - buscando demonstrar (como venho fazendo neste espaço) como nem tudo que a cultura industrial moderna produz é destituído de qualidade. Não sei se surtiu efeito. Lembro que causou certo espanto. Nostalgia. Pareceu ser até melancólico também. Mas foi, lembro-me, acima de tudo, Estranho.

É estranho, porque parece não fazer mais parte desse mundo. Quando, em 1917, os brancos da Original Dixieland Jazz Band, “donos de uma cara de pau invejável” (Vinícius Mesquita, Jazz - um livro pequeno e perspicaz) resolveram se auto intitular os inventores do Jazz, talvez não imaginassem que se tornaria o estilo musical mais importante do século passado.

Sim, há um tom proposital em dizer “do século passado”. Não para repetir a conversa de que o “Jazz morreu”, mas, principalmente, para marcar a circunstância de uma de suas maiores expressões históricas, a música Strange Fruit, gravada e interpretada por Billie Holiday, em 1939. Quem nos conta essa história em detalhes é David Margolick em seu fabuloso livro Strange Fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção (Strange Fruit: Billie Holiday, Café Society and early cry for civil rights).

A música surgiu de um poema de Abel Meeropol sobre os linchamentos de negros que ocorriam nos Estados Unidos após a Guerra Civil. A inspiração teria vindo de uma fotografia de uma dessas atrocidades ocorrida em 1930, em Marion, Indiana. Uma terrível e conhecida imagem na qual dois negros, após serem bestialmente agredidos, estão pendurados em uma árvore, enforcados. Uma imagem que, como se sabe, nada tinha de incomum, principalmente no Sul Norte-Americano, no qual, em alguns casos, os corpos, ao final da barbárie, eram ainda queimados. Esse é o tema de Strange Fruit.

Foi no Café Society, em Nova York, que Meeropol apresentou a música à Holiday. E foi lá, em um lugar mais progressista e mais aberto, famoso por receber celebridades e “esquerdistas variados”, que Lady Day marcou a história da canção e do lugar. Quando ela gravou a música, pela Commodore Records, houve espanto, afinal Billie era conhecida por cantar músicas com letras “bobas”, como os livros que lia, e a letra que gravara era ironicamente pulsante, com um tema que ainda pairava nas cabeças estadunidenses.



Mas espanto também pela beleza. Após a introdução de Sonny White, diz a bela descrição de Margolick, vinha a voz de Miss Holiday, “ela é sombria e determinada, mas conserva ainda uma adorável leveza. Não é melodramática; nada chorosa; nada histriônica. Sua elocução é soberba, com um vago sotaque sulista; o tom é langoroso porém firme, cru mas macio, jovem mas maduro. O sentimento predominante não é a dor ou a derrota, mas o desprezo e a segurança, perceptíveis quando ela cospe as referências à galanteria sulista e às magnólias de perfume adocicado”. E, como muitos observaram, em sentimento cuspido quando ela canta, em um final propositalmente abrupto, a palavra “crop” (colheita).

Não há nada parecido. Nenhuma versão se aproxima do que Billie fez (considero a de Nina Simone outra versão estupenda). Há um vídeo de Holiday, de 1959, em Londres. Vejam. Ali, Billie, em seu derradeiro momento, encarna a música e a música a define. Ali está, não importa se em sua fase de decadência ou não, “a experiência de ouvir e ver Billie Holiday cantando Strange Fruit: os olhos fechados, a cabeça jogada para trás, a gardênia de sempre atrás da orelha, o batom rubi realçando a pele escura, os dedos estalando de leve, as mãos segurando o microfone como se fosse uma xícara de chá”.

Ao escutar essa canção, já se disse, vemos a história passar, a dor do ocorrido e a vida de Billie. A personagem que carrega consigo todos os estereótipos, verdadeiros ou não, do centenário estilo musical. E que, por isso, incontestavelmente, mais o representa. Quando Holiday canta sobre os corpos pendurados, essa estranha fruta que se via no galante Sul, não estamos mais, evidentemente, apenas no território da gratuita fruição musical, estamos no território do sublime. Algo que não se encerra nele mesmo, algo que não se pode descrever com exatidão, mas, principalmente, algo que não se pode ignorar, virando-se o rosto para a história, para o inabordável.

Não é apenas mais uma experiência gratificante, é, principalmente, uma experiência que nos mostra como não apenas não existem mais músicas e interpretações assim - e isso seria só um saudosismo ineficaz -, mas o quanto somos hoje, assustadoramente, galantes do que escutamos e vemos.

Beleza. Espanto. Estranhamento. É estranho, porque parece não fazer mais parte desse mundo.


Relivaldo Pinho é autor de, entre outros livros, Antropologia e filosofia: experiência e estética na literatura e no cinema da Amazônia. ed.ufpa, 2015 .


Uma versão deste texto foi publicada em O Liberal, 28 de março de 2017, p. 2.

[Comente este Post]

Postado por Relivaldo Pinho
29/3/2017 à 01h13

 
Convite para as coisas que não aconteceram





Convite para as coisas que não aconteceram:

Dia 25 de março, sábado. No Ekoa Café, Rua Fradique Coutinho, 914 - Vila Madalena, São Paulo. Começa às 15:00h. É um lançamento coletivo, mais três amigos tomarão café/poesia/lindezas conosco!

(Estarei lá! Espero que vocês amigos de Sampa possam ir, olha... se o livro for legal a gente toma mais e mais café, conversamos). Vou esperar que acontença!

Leia também:Blog da Scenarium

[Comente este Post]

Postado por Blog de Aden Leonardo Camargos
24/3/2017 às 06h38

 
O encontro improvavel

O executivo de altíssimo nível esperou ate que sua entrada fosse aceita na sede de seu principal concorrente. E demorou um bocado ate a liberação e ordem de leva-lo imediatamente, a presença do Presidente do Conselho .
Já tinha trabalhado ali por muito tempo, frações de eternidade a bem da verdade.
Enquanto caminhava observa tudo em volta. A sobriedade tranquila das cores dos corredores, os uniformes do mesmo pessoal que ele conhecera em outros tempos, o formato dos portais e portas, o carpete sempre com a cara de novíssimo, repleto dos sons de passos, sussurros, comentários discretos, sorrisos e gestos cordiais e suaves, entre seus usuários.
Seguia caminhando e constatando a imensa monotonia. a musica fluindo pelo espaço,repetindo os mesmos temas, imperceptíveis aos ouvidos acostumados.
Estava no centro das decisões. Dali partiam todas as diretrizes,idéias,projetos,todas as reformas ou demolições.
Vencida a ultima barreira de verificações e validações do passe e crachá provisório, o portal descomunal abriu-se lentamente. A curiosidade esbarrou no enorme biombo de refinado trabalho artístico, mal deixando perceber o formato circular do ambiente que protegia.
Que pena.Não se conseguia ver nada, muito menos o todo poderoso. A luz escapava por cima e pelos lados do biombo sinalizando a distancia entre o grande executivo e a porta. A intensidade era colossal.
-Muito bem. Você por aqui.
Aproxime-se.O que o traz ? Não poderia usar os canais usuais para suas mensagens e sinais? Qual e a razão para quer ver-me? O que esta acontecendo?
-Vim pedir sua ajuda, vim pedir um ar, um fôlego, um pouco de paz...
-Você pedindo fôlego? Vamos la.
Bem, depois que o Dante comentou as principais características do meu estabelecimento, o movimento turístico ficou equilibrado. Os passageiros chegavam, ficavam um tempo, alguns pediam visa permanente, enfim, aprendiam as artes, ofícios, profissões da região montavam suas lojas, seus clubes e, as coisas iam correndo bem, como sempre.
De um tempo para cá, não estamos mais dando conta da demanda. A publicidade, que já foi nossa aliada principal, agora esta criando um problema atrás do outro.
-Como assim? Estas perdendo a forca? Sempre gabou-se de ser sabido, poderoso...
-A coisa esta complicada. De um dia para o outro, as requisições para troca de destino no momento do embarque, estão causando um problema danado. A gente esta com um problema absurdo, inimaginável, angustiante.
-Já fui avisado do fenômeno, mas o que e que publicidade tem a ver?
-Esta todo mundo falando que aqui não acontece mais nada. As canções são as mesmas, a comida não melhorou nadinha, as roupas são absolutamente sem graça, a paisagem monótona, enfim a programação de lazer e uma lastima. Em contrapartida, la na firma, estão todos os que sempre fizeram a vida ser mais fácil de aguentar.
Os músicos, artistas, funcionarias da alegria, mágicos, prestidigitadores, jogadores, valentões, inteligentes, inteligentíssimos, vigaristas, criaturas estranhas, tudo. Absolutamente tudo que e ilegal, imoral ou engorda, alem de ser divertido, colorido, cheiroso, bonito. Esta tudo conosco.
-O que?
-Pois e. Tudo culpa da propaganda que, a bem da verdade, não e enganosa. Esse pessoal tem residência, não precisa de Visto. Chega, sai, vai, volta sempre de bom humor, com novas idéias, novas drogas, novas comidinhas, novas ambições.
-Mas e os castigos? Os flagelos, as pragas e martírios?
-Ah... So para pobre.
Pobre adora o céu. Quer pagar a conta e subir tocando harpa
Mesmo os que são pobres mas tem projeto trocam de portão, e entram correndo no nosso. Os caras são sádicos, masoquistas, tarados, loucos de pedra, e tudo com cara de santo, de normal.Vão chegando, tentando pular a catraca.Mostram passaportes falsos, querem subornar todo mundo. Começam pedindo um trago, uma musica, um bagulho, um rango apimentado.
Os políticos? Já montaram sindicatos, associações,movimentos disso e daquilo. Passam o tempo fazendo intrigas, acordos e conchavos com os demônios mais antigos. Fazem promessas de aumento para o pessoal das fornalhas, organizam passeatas e quebradeiras que jogam lava pra todo lado. Embaraçam as cordas para enforcados, amarram os chicotes, entopem os esgotos. Arrancam os fios da iluminação e das caldeiras para vender no ferro velho de Vulcano. Arrebentam o calçamento
Querem mudar a nossa organização, o inferno, para acochambrar os amigos, os correligionários, os cupinchas que estão para chegar.
-Preciso de sua ajuda Mestre.Imploro.
-Tudo bem, vamos ver se achamos alguém para ser um novo Noah. Ai mandamos um novo diluvio e começamos tudo novamente.
Agora vá e nada de querer ocupar os terrenos no purgatório ou montar acampamentos provisórios, etc. com a desculpa da falta de lugar. Por enquanto vai ficar como esta.
RA

[Comente este Post]

Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
21/3/2017 às 15h36

 
Chuck Berry

"Se o rock tivesse outro nome, ele seria 'Chuck Berry'."
~ John Lennon

Todos os roqueiros têm uma dívida impagável com ele. Ainda que fosse, oficialmente, o pai do rock, era negro, de origem humilde e de maneiras simples

Se o rock tivesse pagado royalties a Chuck Berry, ele seria bilionário. Como Paul McCartney, Mick Jagger e Ozzy Osbourne

O primeiro a faturar em cima do rock foi, obviamente, Elvis Presley, embora sua inspiração maior fosse Little Richard, o pianista de "Lucille" - que, brincando, se dizia "a mãe do rock" (era homossexual com laivos de religiosidade)

Sim, o rock teve um pai, uma mãe, um rei e até um príncipe. Todos hoje mortos, com exceção de Little Richard

Berry e Richard vieram ao Brasil, se não me engano, em 1994. E tocaram no então Palace. Cada um fez o seu show. No final, tocaram, juntos, "Roll Over Beethoven", de Berry, que os Beatles regravaram

Chuck Berry, um descuidado, veio ao Brasil sem a sua famosa guitarra, uma Gibson semi-acústica. Marcelo Nova, que tinha uma igual, foi logo acionado: "Se é para Chuck, eu empresto", declarou pelo rádio

Chuck não parecia ter consciência da lenda à sua volta. Seja tocando ao lado de John Lennon, seja tocando com Keith Richards, ambos no YouTube, era sempre o mesmo. Contando até quatro, como os Ramones - "one, two, three, four" - e esperando sua vez de entrar, como um nadador, em sua raia, afoito

Tinha mãos enormes, como Jimi Hendrix, a quem, obviamente, inspirou, envolvendo o braço da guitarra com os dedos, tocando despreocupado e saltitante

Suas apresentações, desde as primeiras até às últimas, são rigorosamente iguais. Entrava, executava seu número e saía

O rock, para ele, não era um negócio, era um meio de vida. Existem histórias de que não entrava sem receber antes (trauma de quem, provavelmente, tocou de graça)

O rock foi tão assimilado - como gênero - que ouvir Chuck Berry hoje, em estúdio, parece não nos acrescentar nada...

Mas ele foi o pai do riff. E o ritmo - o rock, que se dança - foi Chuck Berry quem imprimiu, com sua guitarra, acompanhado de uma bateria bem marcada e de um pianinho ao fundo

Seu jeito de cantar, com voz forte, quase estourando a caixa, fez escola. Desde os Beatles em "Twist and Shout", como o próprio título já indica, até o Led Zeppelin que, sem querer, inventou o heavy metal, passando pelos punks, os roqueiros nunca primaram por tocar e cantar em decibéis "normais"

Mas nem só de ritmo e de garganta viveu Chuck. Sob muitos aspectos, ele foi o primeiro "guitar hero". Seu jeito de bater nas cordas, arrancando sons estridentes, à beira da desafinação, podem ser considerados os primeiros "solos" - que ele executava nas introduções ou quando não estava cantando

E tinha, como precursor de Elvis e Michael Jackson, sua própria coreografia. A maneira de usar a guitarra como anteparo, se relacionando fisicamente com ela, antecipou Hendrix e Jimmy Page, entre outros

Chuck Berry era uma força da natureza

Se o rock inglês é, frequentemente, lembrado como mais "sofisticado", ele não existiria sem o original, sem o rock americano, sem o rock de Chuck Berry

Para ir além
Compartilhar

[Comente este Post]

Postado por Julio Daio Bløg
20/3/2017 às 15h23

 
Silêncio, de Martin Scorsese


Reprodução


É bobagem criticar o filme de Scorsese pela temática cultural apenas, apelando para a crítica à Igreja, ou para o inglês falado pelos Jesuítas portugueses, que se arvoram a ir ao Japão do século 17 em busca de um padre que teria se renegado. Em tempos de acentuados “tudo me dói” e “isso não me representa”, fazer isso é um pouco de desonestidade intelectual.

Sutileza. Essa é a chave para se apreciar “Silêncio” (Silence, 2017). Sutileza da temática e sutileza - sim, há imagens fortes (sic) no filme - das imagens. Esqueçamos a vulgaridade com que se usa esse adjetivo; Scorsese nunca é vulgar, não precisa espatifar um escravo para dizer que isso não se faz (12 anos de Escravidão, etc etc etc.).

Não temos nada das imagens que mais marcaram a carreira do diretor, a câmera não representa freneticamente as cenas, a imagem não congela com uma trilha sonora ao fundo, o cenário não é sempre belo (Kundun – 1997) e nós não nos identificamos, inequivocamente, com um personagem, mesmo um assassino, carismático.

A sutileza da temática religião/fé está representada em cenas e imagens que merecem ser observadas com atenção e alguma percepção contemplativa. Esse aspecto sutil está, por exemplo, na presença do personagem Kichijiro (Yôsuke Kubozuka). Kichijiro é o guia da expedição. Ele perdeu a família que se recusou a renegar a religião cristã. Vive atormentado, porque renega e sobrevive.



Ele é a personificação da incompreensão, medo, culpa e dúvida que atravessam a narrativa e marcam, decisivamente, o protagonista, padre Rodrigues (Andrew Garfield, em uma atuação que, espero, apague da memória adolescente seus arroubos infantis). Kichijiro, a todo momento, trai o padre e, ao mesmo tempo, quer se confessar para obter o perdão e ficar “limpo”.

O que, ao final, padre Ferreira (Liam Neeson), o jesuíta “adaptado”, questiona sobre a força da religião, a diferente ideia de Deus, a incompreensão do cristianismo pelos japoneses, se mostra, quase como cinismo e ironia, em Kichijiro. Sempre encontrando uma saída “fácil” na praticidade do mundo real, ele é aquilo que é sujo, corrupto e covarde e que ameaça degenerar qualquer convicção, ameaça, em “Silêncio”, a convicção da fé.

Esse embate entre espírito e carne, fé e realidade, será a cruz do padre Rodrigues. Ele mesmo se vê, alucinadamente, como Cristo e imagina, com Jesus, conversar. Incondicionalmente, movido por sua fé, ele passa pelas provações do mundo que o rodeia. Um mundo no qual a cultura nativa quer, pela violência sobre os cristãos japoneses, convertê-lo para que ele sirva de exemplo.

Exemplos são modelos a serem exibidos. Rodrigues questiona-se sobre ceder em prol dos camponeses torturados. Sua agoniante indecisão representa a complexidade temática de um filme que não cede a esquematismos e maniqueísmos. A lógica simples do colonizado versus colonizador aqui não cabe, se esmaece.

Não se trata aqui apenas de um choque cultural. É claro que ele é um cenário temático do filme. Mas ele não é, de modo algum, sua única razão. Serve para uma leitura antropológica, mas serve, especialmente, para uma leitura estética (não são inseparáveis). Não adianta gritar pela urgente politização do filme, ou pela culpa do ocidente. Isso é apenas uma leitura do que o filme não se propõe e não é. Deixemos isso para as ladainhas dos likes.

Scorsese não quer simplesmente escolher um lado, ele não fez um filme para a fruição dos blockbusters, nem está glorificando aquilo que é, fundamentalmente, complexo, porque, evidentemente, humano. Seu caráter épico está em sua singeleza de mostrar uma história que não é para ser vista como uma aventura em uma terra distante. Já temos aventuras demais e histórias de menos e uma terra distante entre ambas.

Silêncio como modo de ouvir e compreender. Como questionamento e ascese. Para ouvir a si próprio, para compreender o silêncio de Deus, diante do barulho angustiante dos gritos de dor dos que são crucificados no mar e pendurados de ponta-cabeça em poços. Um tipo de expiação, nos mostra Scorsese, sem o qual nem a certeza da fé, nem a sua dúvida podem ser contempladas. Nem o júbilo frágil da imanência, nem o sublime tênue da transcendência. Silêncio.


Relivaldo Pinho é autor de, entre outros livros, Antropologia e filosofia: experiência e estética na literatura e no cinema da Amazônia. ed.ufpa, 2015 .


Texto publicado em O Liberal, 14 de março de 2017, p. 2.

[Comente este Post]

Postado por Relivaldo Pinho
15/3/2017 à 00h36

 
Ascensão e Queda de Leandro Karnal

O Leandro Karnal, como figura midiática, é uma invenção da Casa do Saber. Assim como o Luiz Felipe Pondé, antes dele

Eu lembro quando eles eram professores universitários, desconhecidos do grande público, falando para uma elite, que pagava os cursos, na Casa do Saber

A Casa do Saber, também chamada "Daslusp", teve o mérito de aproximar esses professores universitários de um público com o qual eles jamais teriam contato - e vice-versa

Alguns professores, como Karnal e Pondé, tiveram a habilidade de traduzir o saber "acadêmico" para um público leigo - e caíram no gosto

Viraram coluna de jornal, comentarista de rádio, comentarista de TV, livro, vídeo no YouTube, assessor para assuntos aleatórios, celebridade etc. - não, necessariamente, nessa ordem

Não sei quando foi o auge do Pondé, mas o auge do Karnal foi agora, que ele postou essa foto com Sergio Moro, e achou que tinha de voltar atrás - e retirou a foto

Eu nunca acompanhei ele, nem cheguei a vê-lo na Casa do Saber, mas já estava cansado dele, confesso. Não dele, como pessoa, mas do nome dele em todo lugar

Ninguém é tão bom que resista a tanta exposição. (E isso é um alerta, também, para o Sergio Moro)

O problema da foto não é ser com o Moro. Poderia ser com o Lula

O problema da foto é retirar e depois escrever que pode "postar" foto com quem quiser. Mas, se pode, então por que retirou?

O lance de "seguir" alguém de opinião é, justamente, seguir alguém que *não segue* a massa (e que tem, supostamente, a sua própria opinião)

Mas quando essa pessoa fica mais preocupada com a opinião dos outros - e retira a foto -... que tipo de "opinião"... tem essa pessoa?

Audiência vicia, eu sei... "Likes", comentários, compartilhamentos. No caso dele: cachês, palestras, convites, jantares, encontros com poderosos...

Também existe a questão ética - que, no Brasil, a maioria ignora - de comentar e, ao mesmo tempo, se misturar com o próprio assunto

Karnal pode se encontrar com quem ele quiser, jornalistas fazem isso mesmo - mas não pode posar de "amigo" de alguém que é alvo de seus comentários

Se são amigos (o que não é nenhum problema, a princípio), qual a isenção de Karnal para comentar Moro? Nenhuma, certo?

E se *não são* amigos, por que "postar" aquela foto simpática? Por que querer "parecer" amigo então?

A consagração de Karnal só aumentava. Ele achou que poderia tudo. Até ser amigo do juiz mais poderoso do Brasil

Não podia, Karnal. Você é professor de História. Você não é "a" História. Conforme-se

Para ir além
Compartilhar

[Comente este Post]

Postado por Julio Daio Bløg
14/3/2017 às 08h22

 
Formatura da Poli 2016

O que falei nesse fim de semana como paraninfo da turma de Automação & Controle da Poli que se formou em 2016 foi mais ou menos o seguinte:

Uma expressão que aparece muitas vezes nos discursos dos reitores das universidades americanas é tikkun olam. Tikkun olam é um termo hebraico que significa "reparar o mundo", e se refere ao compromisso de agir construtivamente e consertar os obstáculos ao trabalho coletivo por um mundo melhor.

Os últimos anos foram de muita discórdia no Brasil. Nossa missão como engenheiras e engenheiros, tanto no sentido concreto como metafórico, é reparar os estragos feitos pelos conflitos: construir pontes, abrir circuitos de comunicação.

Quando vocês me deram essa honra de falar na formatura, eu teria ficado satisfeito em dizer que esse é o sentido da carreira que vocês estão iniciando. Mas observando os acontecimentos dos últimos meses, e a calamidade que está se desenrolando nos Estados Unidos, eu fiquei em dúvida se uma mensagem otimista sobre tikkun olam ainda é razoável.

(Nesse ponto improvisei um comentário mais ou menos assim. "Eu perguntei para minha rabina em Boston, e ela disse que eu devia escrever mais alguma coisa no avião. Agora vocês sabem quando professor prepara aula: quando todo o mundo está dormindo. O que escrevi foi o seguinte.")

Nossos planos devem ter também um sentido de manutenção preventiva. Não só o cuidado com as máquinas e equipamentos; precisamos olhar para o futuro e agir profissionalmente com decência, com integridade. Evitar que os atritos, as combustões, os surtos e transientes, os zeros de fase não-mínima, danifiquem nossas amizades, nossa sociedade e as instituições.

É uma carreira linda que vocês têm pela frente. Voltem sempre!

[Comente este Post]

Postado por O Blog do Pait
13/3/2017 às 10h54

 
Dois anos de Cinema Independente

No domingo, 26, completaram-se dois anos do lançamento no YouTube do meu primeiro curta-metragem. Ou seja, a rigor, são dois anos de minha atividade como cineasta. É evidente que, numa arte como o Cinema, a confecção da obra antecede (às vezes de muito) a sua comunicação ao público, mas também não há dúvidas de que um filme, ou qualquer obra de arte, só se realiza de fato quando encontra espectadores dispostos a apreciá-lo. 


Exibição do filme Tia Zefa no Dia da Consciência
Negra 2014 em Paraíso (TO) - 22.7.15
(Foto: Cláudio Macagi)


Meu primeiro filme lançado, Tia Zefa no Dia da Consciência Negra 2014, fora filmado pouco mais de três meses antes do lançamento - mais exatamente em 20 de novembro de 2014, no Centro de Cultura Negra do Amapá, em Macapá. Este curta inaugurou a série "As Tias do Marabaixo", que abrangeu mais quatro filmes (Tia Chiquinha, Tia Biló, Natalina e Tia Zezé no Encontro dos Tambores). Ainda em 2015, rodei o sexta curta, Você é África, Você é Linda, em Jequié (BA). O sétimo filme, um nanometragem (filme cuja duração é menor que 1 minuto), foi disponibilizado há apenas nove dias: Vê se Vê, produzido em Porto Velho em 2014 e o único lançado no Vimeo. 

Sete filmes em dois anos me parece um saldo extremamente positivo, ainda mais se considerar que todos são totalmente independentes, sem financiamento público ou privado para sua realização (como costumo brincar, são "100% Meu Bolso Produções"). De toda essa safra, os mais vistos são os da série "As Tias do Marabaixo", que além de inúmeras exibições em Macapá entre 2015 e 2016, foram apresentados também ao público de Paraíso (TO), Salvador e Porto Velho. Houve ainda exibições para os participantes da minha Oficina de Cinema Independente, que teve duas edições até o momento - Jequié, 2015 e Belém, 2016. Em breve, deverão acontecer novas apresentações, já que o projeto foi selecionado em editais para exibição este ano em Belém e Porto Alegre. O curta Tia Biló abriu a Mostra Cine Redemoinho em Angra dos Reis (RJ) em novembro passado. 

A própria Oficina de Cinema, bem como o lançamento de seu texto-base (Cinema Independente) como e-book, é um desdobramento natural do meu trabalho como cineasta. Não basta produzir e exibir, é preciso deixar um legado - o que aprendi com o produtor cultural André Donzelli, o Porkão, grande agitador cultural de Palmas. 

Mas, ok, efetivamente são dois anos do primeiro lançamento. O que eu nunca contei antes foi que minha ideia de fazer cinema não começou quando decidi iniciar o projeto "As Tias do Marabaixo", em abril de 2014. O primeiro projeto de filme que escrevi foi em 2005, num edital do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica Clarival do Prado Valadares. O edital contemplaria o financiamento de uma pesquisa, com pelo menos um desdobramento obrigatório (a publicação em livro), porém o proponente ficava livre para sugerir outros produtos derivados. Propus então contar a história do Barra 69, como ficou conhecido o show da despedida de Caetano Veloso e Gilberto Gil, em julho de 1969, quando a ditadura militar os obrigou a deixar o Brasil. Caetano e Gil foram acompanhados no show realizado no Teatro Castro Alves (Salvador) pela banda Lief''s, integrada por, entre outros, os irmãos Pepeu e Jorginho Gomes; consta que ao final do show Pepeu foi oficialmente convidado por Moraes Moreira e Galvão para fazer parte dos Novos Baianos. O projeto se chamaria "Aquele Abraço (Barra 69)" - Gil gravou o samba "Aquele Abraço" na véspera de partir para o exílio, e lançou a música no show. 

Até onde eu saiba, nunca houve um livro no Brasil dedicado a falar de um único show (e, como meu projeto não foi aprovado, continua não havendo - risos). Pois bem: além do livro, resolvi incluir no projeto a realização de um longa-metragem de animação contando a história do show! Um projeto relativamente caro, que de fato só poderia ter sido feito caso eu houvesse vencido aquele edital. Lembro que cheguei a comentar o projeto com o próprio Gil, então ministro da Cultura, na reunião que tivemos no Teatro Apolo, no Recife, em fevereiro de 2007. Também falei dele a Moraes Moreira, quando o entrevistei por ocasião de sua apresentação na Feira do Livro de Porto Alegre de 2008 (inclusive Moraes me disse que ele e Galvão já sacavam o Pepeu antes desse show). Enfim, hoje sei que o projeto não só seria muito caro como envolveria um mar de autorizações de pessoas vivas e de herdeiros de pessoas já falecidas, sem falar nos direitos autorais da trilha sonora (minha ideia era usar como base o LP Barra 69, com o áudio de parte do show). 

Agora, a considerar o depoimento de minha mãe, minha vontade de fazer cinema vinha de muuuuito antes de 2005. Lembro que, quando lhe contei do projeto Barra 69, ela recordou uma fala minha ainda muito pequeno, da qual realmente eu não me lembrava, dizendo algo no estilo "Mãe, quando crescer eu quero fazer cinema!". E ela acrescentou que me ouviu e não respondeu, mas ficou pensando: Mas cinema é uma coisa tão cara, como é que a gente vai fazer? 

:)





[Comente este Post]

Postado por Cinema Independente na Estrada
9/3/2017 às 20h02

 
Turbulências

A primeira vez que voei ocorreu na semana seguinte ao atentado às torres gêmeas.

Antes eu não tinha medo de quase nada, só de fantasmas, lobisomem e ratos.

É bem provável que essa lista seja mais extensa, mas voltemos ao avião: o primeiro desconforto foi perceber que aeroporto é um lugar fácil de se perder.

Em meio a setas, monitores e gente estranha, me senti um vencedor quando encontrei o portão de embarque.

Eu estava um pouco ansioso, mas o meu queixo danou a bater quando uma voz feminina anunciou o embarque do vôo 6666 com destino a Campo Grande.

As escadas de alumínio refletiram alguns rostos e senti uma vontade enorme de fugir, recuar, mas nem tive muito tempo de pensar, já arrastado pelos passageiros que vinham atrás.

Meu lugar era na poltrona do meio e me lembro com detalhes o senhor enorme ocupando a janela e uma senhora muito magra que ficou na poltrona do corredor.

Exprimido entre eles, tentei mentalizar a quinta de Beethoven , embora o momento pedisse um rock pauleira.

A voz do piloto ecoou pela nave e bateu de vez o desespero.

Será que ficaria muito chato se eu pedisse para descer?

A comissária se postou ereta à nossa frente, fazendo gestos com os braços, aumentando minha aflição.

O suor quente escorreu por minha testa após o último aviso: em caso de queda no mar, as poltronas serviriam de canoa, ou algo assim: danou tudo, pensei, eu não sei nadar.

Tentei conversar com o sujeito da janela, mas ele estava entretido fazendo palavras cruzadas.

Olhei com olhar de filhote de cachorro para a dona magra no outro lado, mas ela estava em meio a uma oração.

A imagem das torres gêmeas era tudo o que eu conseguia pensar.

A voz do piloto me pareceu grave demais: “tripulação, preparar para decolagem”, e não disse mais nada, o bicho rugiu feio, os motores explodiram e eu percebi o quanto a vida não vale nada, bastava uma faísca errada e todos viraríamos carvão.

Joguei novamente as vistas para o lado da senhora magra e percebi, abismado, que ela simplesmente fechou os olhos e dormiu.

Como alguém consegue dormir estando próximo do fim de tudo?

Veio então o primeiro solavanco e meu olho esquerdo afundou.

Só o esquerdo, o direito permaneceu aberto mais que o normal, em constante vigília.

Novos solavancos se seguiram e tive ímpetos de gritar para que a dona magra do corredor acordasse ou o infeliz da janela parasse com as palavras cruzadas.

As luzes acenderam e a voz grave do comandante avisou que havíamos passado por uma zona de turbulência, garantindo tranqüilidade dali adiante; quanta maldade podia ter avisado antes, talvez eu não tivesse trocado o fígado de lugar com a garganta.

Quando enfim pousamos, abri no rosto o sorriso igual ao gato de Cheshire.

Meus pés tocaram o solo moreno da minha cidade e ainda que os ouvidos zunissem, senti um alívio tão grande que quis dançar a galopeira.

Nesse troço “num munto mais”, pensei, juntando restos de palavras misturadas ao suspiro de alívio.

Muitos vôos depois, já não sinto medo, apenas me entupo de calmantes e durmo a viagem inteira.

[Comente este Post]

Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
9/3/2017 às 11h49

Mais Posts >>>

Julio Daio Borges
Editor

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Livro Literatura Brasileira Se Eu Fechar os Olhos Agora
Edney Silvestre
Record
(2009)



Livro Infanto Juvenil As Aventuras do Super Bebê Fraldinha
Jorge Beard / Haroldo Hutchins
Cosacnaify
(2004)



Emília no País da Gramática Aritmética da Emília
Monteiro Lobato
Brasiliense
(1973)



Ninguém é perfeito, mas pode melhorar
Alice Carta
Siciliano
(1995)



Los cuadernos de don Rigoberto
Mario Vargas Llosa
Punto de lectura
(2006)



Associação Judaica de Policia
Michael Chabon
Companhia das Letras
(2009)



Diccionario de Psicologia
Howard c Warren
Fondo de Cultura Economica
(1991)



Vencendo os Chineses
Juarez Cavalcanti Bezerra
Imam
(2016)



Capitaines et Rois: Le vin de la violence
Taylor Caldwell
Presses Pocket
(1972)



Valsa negra
Patrícia Melo
Companhia Das Letras
(2003)





busca | avançada
83297 visitas/dia
2,4 milhões/mês