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Quarta-feira, 11/5/2011
As Midias Sociais e a Intimidade Inventada
Noah Mera
+ de 10900 Acessos
+ 1 Comentário(s)

Um dos fenômenos que mais preocupa sociedade em relação à internet é a absoluta falta de privacidade reinante nos domínios das terras sem lei do mundo virtual. A cada crime cometido por freqüentadores de sites de relacionamento ou alimentado por informações de redes sociais, ou mesmo a cada escândalo provocado pela indiscrição adolescente no mundo virtual, voltam à baila as discussões sobre nossa exposição na internet.

A literatura de ficção cientifica sempre preconizou um ciberespaço como simulação da realidade ou do próprio "espaço". A vantagem do ciberespaço está justamente no poder de anular o espaço físico.

Antes de abduzir a mente do usuário me parece mais correto afirmar que a internet tem uma tendência em abduzir nossas vidas para dentro das cada vez mais onipresentes mídias sociais. Geolocalização, fotos, mural de comentários, sites que mapeiam e compartilham seu gosto em música, filmes, séries, comida... quase sempre acessados através de um mesmo avatar. Alguém mais alarmista diria que a vida tornou-se uma app do Facebook.

A Intimidade Inventada
Apesar deste quadro que parece realmente preocupante, não creio que a velha metáfora de 1984, onde somos todos colocados ao mesmo tempo como "cidadãos" e "Big Brothers", seja válida. Se sim, nossa cultura nos desperta uma característica cada vez mais voyeurista (um caminho que se inicia na cultura da celebridade, antes da internet) também é claro que sabemos estar sendo vigiados e que nossas atualizações têm seu público. E é nesta palavra que parece residir a chave para entender as novas formas de sociabilização que surgem da cultura das mídias sociais.

Neal Gabler identifica no livro Vida: O Filme (lançado em 1999 ― alguns anos antes da explosão das redes sociais) um movimento que se desdobra da sociedade do espetáculo dos situacionistas. Para Gabler o consumo de imagens do situacionismo chegou a um ponto em que o público geral passou a "comprar" e representar pedaços de suas próprias vidas, como se houvesse uma camada de ficção sobreposta à vida real. É o componente emocional do valor agregado de marketing levado às últimas conseqüências.

O livro ainda discorre sobre como a cultura da celebridade, com suas revistas de fofoca e programas sensacionalistas gerou uma espécie de entretenimento que o autor chama de "lifies" ― os filmes-vida ― e é exatamente um filme-vida que todos tentamos representar ao assumir posturas, repetir bordões e consumir sob influência das significações incorporadas aos produtos.

O que são as mídias sociais senão o veículo perfeito para a veiculação dos filmes-vida? Veja que a privacidade diz respeito à vida intima e depende da disposição em compartilhar estas informações assim, e basta observar nossas timelines para comprovar esta afirmação: ficcionalizamos a realidade e como a infelicidade é proibitiva nas redes sociais, divulgamos apenas os melhores momentos das nossas vidas. Uma intimidade selecionada que pode, sim, ser aberta a um grupo maior, público de amigos voyeurs/consumidores/espectadores de nossos mínimos espetáculos...


Noah Mera
Curitiba, 11/5/2011

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COMENTÁRIO(S) DOS LEITORES
11/5/2011
10h39min
Claro que as famosas redes sociais alimentam e divertem nosso ego e nosso desejo, quase que silencioso, de também estar sendo visto e admirado e "curtido" por fãs, seguidores, ou amiguinhos virtuais espalhados nesta gigantesca onda de superficialidade. Salvo aqueles que ainda postam em suas redes e perfis algo de valor e que nos põem a pensar! Mas nada como uma distração inofensiva depois da rotina do dia-a-dia. Bacana seu texto, parabéns!
[Leia outros Comentários de Daniella Caruso]
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