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Quarta-feira,
6/4/2016
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Nós o Povo
>>> Hoje, com a tecnologia que tornou a informação acessível, começamos a perceber que governos não existem para fazer mudanças reais na sociedade. Quando há mudanças, elas ocorrem apenas o bastante para manter o status quo. Mudanças reais só ocorrem em momentos de crise e sob intensa pressão da sociedade. Porque a sociedade demanda. Como agora. Este é um momento de união, para criar o país que sabemos ser possível.
por Marilia Mota Silva
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O titânico Anselm Kiefer no Centre Pompidou
>>> O Centre Pompidou, em Paris, está com uma esplêndida exposição retrospectiva da carreira artística de Anselm Kiefer, oferecendo ao espectador um passeio por nada menos que 150 de suas obras. A exposição irá até 18 de abril. A obra de Kiefer é arrebatadora, nos levando a crer que estamos diante do mais fulminante artista da contemporaneidade. Ruína, morte e destruição não são elementos apenas do passado.
por Jardel Dias Cavalcanti
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A futebolização da política
>>> O que nós temos acompanhado nos últimos tempos não é natural: a futebolização da nossa política. E mesmo que não seja exclusividade nacional, a situação passa longe de ser desejável. Nossos eleitores comportam-se como torcedores. Aliás, como o pior tipo de torcedor: o cego pela paixão. Na atual polarização política, há um lado que não reconhece que seu time tem jogado mal. Por isso, justifica suas derrotas mostrando que os rivais também têm suas deficiências e colocando a culpa no juiz.
por Luís Fernando Amâncio
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Você sabe quem escreveu seu show preferido?
>>> Logo nos primeiros dias de 2016, recebi uma proposta inédita em minha carreira. A produtora de um cantor do Nordeste me convidou para ser o roteirista dos shows dele. O acerto acabou não acontecendo, devido a uma questão pessoal do artista, mas me fez pensar algo curioso: por que, num país tão musical quanto o Brasil, a carreira de 'roteirista de shows' não está incluída nos planos de profissionais de Artes e Comunicação?
por Fabio Gomes
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Os novos filmes de Iñárritu
>>> De sua aparição ao público com Amores Brutos até o superindicado ao Oscar O Regresso, Alejandro González Iñárritu consolidou sua carreira como um dos maiores diretores de cinema do novo século. De um cinema mais autoral no México ele migrou para Hollywood, onde suas duas últimas produções foram mais marcadas pela qualidade técnica e levou o Oscar de Melhor Filme de 2015 com Birdman.
por Guilherme Carvalhal
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Sinédoque São Paulo
>>> Corpo_Cidade_Rotinas, peça dirigida por André Capuano, não precisa ser montada: sua matéria é a urbe. Menos uma composição cênica e mais a disposição de cotidianos particulares, vidas comuns que devemos perseguir pelas vias e praças por algumas horas, a montagem parece extrair sua força, no entanto, do fato de que as experiências possíveis da cidade se mediocrizam em ruído branco - a obra, como que se opondo a isso, procura nos devolver a vivência.
por Duanne Ribeiro
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Morrer, na literatura
>>> Da agonia da morte não se volta para contar, quanto mais para escrever. Como descrever o que se passa na cabeça de um moribundo? Ou de alguém que, nos elásticos instantes que antecedem a morte, percebe a irreversabilidade da situação? Não vale reproduzir os clichês de quem jura ter estado bem perto ou "voltado de lá", depois de enxergar uma luz brilhante ou de repassar toda a vida mentalmente "como num filme"...
por Marta Barcellos
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Dos papéis, a dança
>>> Fiquei intrigada com quanto papel apareceria no palco. Papel-jornal amassado, papéis coloridos, serpentina e uma santa andina(?) com um olhar impassível segurando um ramalhete de flores. Essa é uma possível descrição para a foto de divulgação do espetáculo de dança chileno Simple Ficción, que esteve em cartaz em dezembro de 2015 na Sala Paissandu, logo acima da Galeria Olido.
por Elisa Andrade Buzzo
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Notas confessionais de um angustiado (III)
>>> Marcelo Gleiser, em seu livro A dança do universo, discute a questão de "por que existe algo ao invés de nada". Essa questão pode ser abordada no sentido literário da criação. Afinal, por que existe um livro? Por que escrever algo? Por que criar histórias? Por que escrever mais livros se já existem muitos? Por que estou escrevendo este livro?
por Cassionei Niches Petry
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Ah!... A Neve
>>> Tão linda! Floquinhos brancos, mais leves que confete, caem do céu gentilmente, e tudo aos poucos se aquieta. Cores e ruidos, folhas secas em alegres revoadas, ruas e telhados, nada resiste à invasão sutil e persistente. Sinfonia em Branco. Silenciosa. Até latão de lixo ganha um ar compenetrado e nobre sob o manto macio e reluzente. E como fica bem nas fotos! Nos cartões de natal, nos calendários da nossa infância!
por Marilia Mota Silva
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'A Imaginação Liberal', de Lionel Trilling
>>> Trilling é um ensaísta brilhante e tudo o que escreveu merece ser aproveitado. É preciso, contudo, termos em mente que viveu numa época em que a crença no progresso da história e nas utopias daí decorrentes era muito comum. Por isso, muito do que ele aponta neste livro soará hoje como truísmo: nosso mundo já não aceita as utopias da época de Trilling. Mas ainda temos as nossas.
por Celso A. Uequed Pitol
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Um Oscar para Stallone
>>> Para minha geração, Stallone é quase um tio querido, alguém que nos acompanhou em nosso crescimento. Quando o aluguel de fitas de vídeo se popularizava no país, alugávamos as séries Rambo, Rocky ou víamos o personagem Cobra afugentar um criminoso dizendo "você é a doença e eu sou a cura". Isso sem falar em Falcão, campeão dos campeões na queda de braço e na Sessão da Tarde. Eram tempos diferentes.
por Luís Fernando Amâncio
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Conto de amor tétrico ou o túmulo do amor
>>> Aos 16 anos, depois de alguns troca-trocas, amar algumas bananeiras e desejar a própria irmã e suas amigas tomando sol de biquíni no quintal, descobri o amor nos lábios doces daquela menina com cara de sapeca, com um riso indescritível, que tocava violão e gostava de poesia. Primeiro andamos de mãos dadas, depois nos beijamos e nos beijamos, depois nos tocamos nas partes do corpo que eram proibidas. E foram tantos beijos que decidimos, por fim, entrar no cemitério.
por Jardel Dias Cavalcanti
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O que você vai ser quando crescer?
>>> Minha infância já ficou no passado, mas creio que ainda hoje não há quem consiga escapar de ouvir essa pergunta, ao menos uma vez, antes de chegar à maioridade: "O que é que você vai ser quando crescer?". E a pergunta é disparada, seja por familiares, seja pelas "visitas", desde nossa tenra idade, não importando que não tenhamos ainda a menor condição de avaliar as diversas profissões existentes para poder dar uma resposta consciente.
por Fabio Gomes
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12 tipos de cliente do revisor de textos
>>> Tem uns caras que são pagos para ler os textos alheios. Precisam saber gramática, é claro, mas às vezes precisam ignorá-la. Também precisam ser discretos e cordiais. Dá uma vontade danada de xingar, mas não pode. Revisor morre de quê? De desgosto? Não, não. Revisor morre de tédio, de cansaço, de estresse, de arrependimento por ter perdido o churrasco, o Natal, o Carnaval e o próprio casamento. É que prazo é prazo. E os outros só se lembram do revisor no final.
por Ana Elisa Ribeiro
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Julio Daio Borges
Editor
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