COLUNAS
Sexta-feira,
23/10/2020
Colunas
Colunistas
|
|
Cabelo, cabeleira
>>> Se eu fosse cientista, trabalharia na invenção de três maravilhas: um protetor solar que também atuasse como bloqueador térmico, aliviando a sensação de calor na pele; um dispositivo que criasse uma bolha acústica, isolando quem estiver dentro dela de ruídos externos (ideal para quando você faz sua filha dormir e aí surge o carro da pamonha e acaba com todo o trabalho, só um exemplo); e uma pílula que faria seu cabelo parar de crescer.
por Luís Fernando Amâncio
Leia
Mais
|
A redoma de vidro de Sylvia Plath
>>> O que quer uma poeta, utilizando um pseudônimo, ao escrever não um livro de poemas, mas um romance? É importante mencionar que a poeta em questão é Sylvia Plath e, como sabemos, seu último ato foi enfiar a cabeça dentro de um forno, depois de ligar o gás, enquanto seus filhos pequenos dormiam no quarto ao lado. O que quer? Após esse irremediável xeque-mate a favor da Morte, seus poemas passaram a ganhar mais e mais leitores.
por Renato Alessandro dos Santos
Leia
Mais
|
Mas se não é um coração vivo essa linha
>>> Um navio ancorado no cais próximo é onde se resguardam os corpos do vírus. Um navio ancorado é onde se esquece da navegação e por isso mesmo onde se pode lembrar da navegação, pensá-la e sonhá-la. É um navio ancorado um país inteiro, no esquecimento e no marasmo. Mas a vida marinheira não é por si só o contato com a água, mas o movimentar da água, por isso seu casco lá está, corroído e desusado.
por Elisa Andrade Buzzo
Leia
Mais
|
Zuza Homem de Mello (1933-2020)
>>> Eu achava curioso que existisse uma história do rock dos anos 80 - que é “Dias de Luta”, do Ricardo Alexandre -, mas, não, uma da MPB. Eu sabia que Ruy Castro - o biógrafo da Bossa Nova - jamais a escreveria, porque ele, justamente, para (do verbo parar) em “Garota de Ipanema” (1962). O que eu não sabia é que Zuza já a havia escrito; eu é que não havia lido...
por Julio Daio Borges
Leia
Mais
|
Eddie Van Halen (1955-2020)
>>> Virtuoses são como uma força da natureza. Existe algo de sobre-humano neles, algo de sobrenatural - como se pairassem acima de nós, reles mortais que somos. Não é à toa que correm lendas envolvendo pactos e encruzilhadas. Virtuoses são divinos e, ao mesmo tempo, assustadores. Eddie Van Halen tocando guitarra no palco era como se um alienígena tivesse descido de uma nave. Ele não era deste mundo. Era alguém de outro planeta.
por Julio Daio Borges
Leia
Mais
|
Prêmio Nobel de Literatura para um brasileiro - II
>>> Em 2018, uma denúncia de abuso sexual envolvendo membros da Academia Sueca, que escolhe o vencedor, fez com que o prêmio fosse cancelado. Por ironia do destino, logo depois do escândalo, morreu Philip Roth, em cuja obra há personagens que costumam assediar mulheres. Entra na lista seleta de escritores que não foram contemplados, como Borges, Nabokov, Kafka, Cortázar, Tolstói, Drummond, Proust, Joyce...
por Cassionei Niches Petry
Leia
Mais
|
Vandalizar e destituir uma imagem de estátua
>>> Enquanto em São Francisco há uma curiosa sorte de peregrinação à estátua do mestre Yoda, em Lisboa houve, há poucos meses, mais uma pichação na estátua do padre Antônio Vieira em frente à igreja de São Roque. E ainda muitas outras estátuas ao redor do planeta foram vandalizadas ou mesmo retiradas, face aos protestos antirrascistas. Monumentos que se redesenham e se redefinem continuamente, sujeitos às mudanças de mentalidade.
por Elisa Andrade Buzzo
Leia
Mais
|
Partilha do Enigma: poesia de Rodrigo Garcia Lopes
>>> Este texto, escrito a quatro mãos por Jardel D. Cavalcanti e Ronald Polito, que trata de O enigma das ondas, novo livro de poemas de Rodrigo Garcia Lopes, publicado pela Iluminuras, quer ser uma conversa, um diálogo, não uma resenha. Não busca ser sistemático, prefere ser seletivo, fragmentar. Poderia ser estendido, mas é sua intenção a incompletude, a lacuna, o segmento. É um modo de deixar a palavra em aberto, como nos poemas de Rodrigo Garcia Lopes.
por Jardel Dias Cavalcanti
Leia
Mais
|
Meu malvado favorito
>>> Venho cada vez mais descendo ladeira abaixo. Pleonasmo conta? Conta. Primeiro, foram os filmes, que, em proporção a séries, hoje vejo cada vez menos; antes disso, decerto, veio alguma outra coisa, mas não me lembro exatamente o quê; então, como viver suplanta qualquer tentativa modorrenta de arrancar da memória um espasmo qualquer, deixo tudo pra lá e me concentro no agora, e o agora anda terrível. T.E.R.R.Í.V.E.L., você sabe. Coronavírus, Bolsonaro, 2020 de um modo geral.
por Renato Alessandro dos Santos
Leia
Mais
|
A pintura do caos, de Kate Manhães
>>> Se a tela pretende-se uma nova Guernica, aqui o esfacelamento vai além da referência histórica (no caso da obra de Picasso, o bombardeio de uma cidade espanhola pelos fascistas). O que Kate propõe é uma interpretação mais geral da humanidade. Quem está destroçado é o homem como um todo, ou o que havia de humanidade no homem. E a nós espectadores, resta o que? Assistir o ocaso da humanidade.
por Jardel Dias Cavalcanti
Leia
Mais
|
Nem morta!
>>> E a morte virou tema, na hora do almoço. De repente, era só a hora do lanche, mas o fato é que a morte virou assunto. Talvez porque tenhamos de lidar com ela massacrantemente, nos últimos meses; porque ela tome grande parte do noticiário, dia e noite, embora alguns achem que não é nada demais; talvez porque ela tenha parecido mais próxima, ameaçadora, nas mãos do entregador, na máscara da senhora, na moça do supermercado, no vizinho médico que chega do plantão no elevador.
por Ana Elisa Ribeiro
Leia
Mais
|
O pai tá on: um ano de paternidade
>>> Nesta semana, minha filha completou um ano de vida. Ou seja, faz um ano que eu deveria me perguntar todos os dias: onde foi que eu amarrarei meu burro? Deveria, atenção ao tempo verbal. Porque ter filhos talvez seja a maior prova de que o ser humano é um bicho danado de pretencioso. Convenhamos: nem coleta seletiva de lixo a gente consegue fazer. Como a gente insiste que pode pegar aquele cisco, que é o recém-nascido, e transformá-lo num projeto de gente?
por Luís Fernando Amâncio
Leia
Mais
|
Prêmio Nobel de Literatura para um brasileiro - I
>>> Outubro de 2001. O mundo ainda está abalado com os atentados de 11 de setembro. No mundo das Letras, vive-se a expectativa do Prêmio Nobel de Literatura. Eis que é anunciado o vencedor e é um brasileiro: Lúcio Braun Graumann. O escritor, gaúcho de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, antes praticamente desconhecido do grande público, torna-se celebridade nacional com toda a mídia em seu encalço.
por Cassionei Niches Petry
Leia
Mais
|
Contentamento descontente: Niketche e poligamia
>>> Niketche, quarto romance de Paulina Chiziane, trata de um tema caro às mulheres moçambicanas: a poligamia. Rami, há duas décadas, é casada com Tony e, juntos, têm filhos, posses, estabilidade social. Mas ela descobre que o marido tem outras mulheres, e sua vida vira de ponta-cabeça. Em Moçambique, como em outros países da África, a poligamia é permitida ― para a tristeza de muitas mulheres, que têm de aceitá-la sem nada que possam fazer.
por Renato Alessandro dos Santos
Leia
Mais
|
Cinemateca, Cinemateca Brasileira nossa
>>> Ah, Cinemateca, Cinemateca brasileira um dia minha, tu és um dos motivos da minha vida agora ser indefinidamente macambúzia e contrafeita. A bem dizer, tu, não, mas aqueles lá na capital federal, em seu projeto de poder pessoal, que te perseguem. Seria exagero dizer que um dia minha existência já girou em tua volta, como um planetinha azul em torno de uma lua em um campo escuro de projeções estelares?
por Elisa Andrade Buzzo
Leia
Mais
|
Julio Daio Borges
Editor
mais colunas
|
topo
|
|