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Quinta-feira, 24/3/2016
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Daquilo que sou incapaz de fazer

No final de um espetáculo de dança, um jovem com cara de índio se aproximou do proscênio, abriu os braços e, pouco depois de lançar um enorme sorriso, jogou-se ao ar numa espetacular cambalhota, caindo em pé, firme, ereto, trazendo ao solo o mesmo sorriso de antes estampado na cara de índio.

Fiquei completamente fascinado, continuei aplaudindo mesmo depois que todos se calaram, numa cena que costumo protagonizar sempre que me perco diante de coisas que me causam deslumbramento.

Se antes já estava encantado com a dança - que nunca fui capaz de acertar os passos em qualquer nota musical - aquela volta do corpo no ar, diante dos meus olhos, obviamente se tornou um feito completamente espetacular.

Sempre fico hipnotizado diante da feitura de atos que tenho absoluta certeza que sou incapaz de realizar.

Dançar, dar cambalhotas, entre tantas outras.

Mágica é outra arte que me fascina, mas que nunca sequer tentei desenvolver, já sabendo que na minha falta de jeito mataria o coelho, amassado por um murro certeiro na cartola, diante dos olhos incrédulos da platéia.

Dos meus sonhos riscados por incapacidade, trago marcado o enterro do músico que desde criança pretendia ser.

A frustração é uma constatação dolorosa.

O fato é que nunca consegui tocar um instrumento musical, embora as várias vãs tentativas, sempre arrastadas por desculpas que criei na tentativa de convencer a mim mesmo que os obstáculos eram intransponíveis; porque a corda do violão feria meus dedos, os teclados do piano embaçavam as minhas vistas, que meus pulmões se mostravam cansados no sopro na trombeta e as baquetas me escapavam das mãos a cada rufar nos tambores.

Então, admiro tantos os músicos, que os tenho como senhores advindos de um lugar encantado em meio à montanha, verdadeiras entidades que escaparam de um poço escondido naquela selva de encantamento e para cá vieram, habitar entre nós outros, pobre gente insensível, que não sabe criar os encantos da melodia.

Carrego os olhos com sentimento semelhante ao encarar os poetas: escrevo crônicas, arrisco na prosa, sou um contador de histórias, mas não sei compor versos, embora num passado distante tenha tentado transpor ao papel os enlevados sentimentos que me afloravam à pele, especialmente quando me via sozinho e “o silêncio se tornava ensurdecedor”, fazendo com que as palavras ganhassem vida.

Mas acabei me perdendo, e na ânsia louca, tentei rimar amor com calor, coração com paixão, concebi versos toscos que se perderam e que se transformaram em risos debochados que eu mesmo me dei, na indisfarçável auto crítica que sempre me faço.

E agora um universo de coisas que sou incapaz de fazer desfila na minha mente.

Eu não consigo fazer malabarismos, cantar sem desafinar, subir em árvore, brincar de bambolê...

E como está em moda nas redes sociais, me declaro de humanas, que fico mesmo fascinado quando de frente com aqueles seres estranhos que sabem fazer contas, que dominam a matemática sem fazer esforços, sem coçar a cabeça e se perder em desencantos, porque somar, multiplicar e dividir, ah, isso eu também não sei fazer, não.

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Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
24/3/2016 às 10h43

 
Primavera, exuberância cromática

Primavera, exuberância cromática, Amor e Desejo, masculino e feminino: "Sátiro e Ninfa", pintura digital Painter.
59 x 84 cm.
Finalizado hoje.



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Postado por Blog de João Werner
22/3/2016 às 18h44

 
Streets of Philadelphia

Ela chega em casa e flagra a si mesma repetindo os mesmos gestos de sempre, é como se fosse um dia só, que se repete, se repete, o mesmo cansaço, o mesmo desânimo, as mesmas chaves atiradas sobre a mesa de vidro, é o mesmo barulho escandaloso, não encontra sentido, não enxerga saídas, mas ligar o rádio pode ser uma boa ideia, quando ouve música costuma se sentir um pouco melhor, músicas da rádio FM porque aí são músicas aleatórias, entre uma música e outra um fino lapso de expectativa, é o máximo de esperança que consegue ter, logo essa música, não, essa música não, ela é triste, hoje era a última música que ela queria ouvir, foi a trilha sonora de um filme em que o Tom Hanks, novinho, magrinho, morreu de AIDS, ela pensa, há pessoas sofrendo de AIDS, de câncer, de febre amarela e eu aqui com a minha falta de ânimo, é o tipo de comparação que não funciona, não funciona sentir-se culpada, ela ainda está mal, talvez pior, estava triste e agora está com a consciência em xeque, ela corre até o celular e o desliga, não aguenta mais a sensação idiota de esperar a vibração da mensagem que nunca chega, a vibração da ligação que há uma semana não irrompe e não a faz correr para atender, alô, tudo bem? Como foi o dia? O teclado dessa música é tão melancólico, soa tão depressivo, ela ainda não desligou o rádio porque ainda precisa se sentir corajosa de enfrentar a merda de uma música triste, o telefone fixo toca, ela lamenta ter se esquecido de deixar fora do gancho, e se não for quem ela quer que seja, e se for quem ela quer que seja, ela se pergunta se deve atender, hesita, atende, não atende, avança, recua, e se o telefone nunca mais tocar, já tocou demais, está prestes a parar de tocar, ela atende, um engano.



Texto originalmente publicado no site reticencia.com
flavio.sanso@gmail.com

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Postado por Flávio Sanso
22/3/2016 à 00h45

 
Entrevista. Você pode gostar

A TV Horizonte, canal 22 de Belo Horizonte, convidou-me, como editora, a participar de uma entrevista com a jornalista Miriam Chrystus. O programa foi ao ar na noite de 13 de março, última terça feira. Segue o link

A<"http://www.tvhorizonte.com.br/conversacommirian/">tv horizonte

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Postado por Blog Ophicina de Arte & Prosa
17/3/2016 às 17h09

 
Instituições em frangalhos

Das palavras ultimamente pronunciadas pela sra. presidente da República, infere-se não ser o seu estado de espírito aquele que até há pouco sistematicamente definia a confiança que depositava em si e na sua gestão. O otimismo, de resto inconsistente, que transpirava de todas as suas atitudes, acabou por ceder lugar a uma inquietação crescente, na qual são evidentes os sinais de que admite s. exa. que as coisas venham a piorar - não porque elas se tenham em si mesmas deteriorado, mas em conseqüência dos erros praticados por s. exa. É que, com o correr do tempo e o contacto com a realidade, vai s. exa. percebendo que governar uma nação de mais de 200 milhões de habitantes e que acaba de dar, com a vitória de 2014 - que, embora s. exa. a considere como obra do Partido, se deve ao próprio esforço da coletividade -, uma demonstração viva de fé democrática, é coisa muito diferente do comando de uma guerrilha ou repartição. Ao assumir as funções de presidente da República, imaginou a sra. Dilma que para essa dificílima missão estava perfeitamente capacitada, tanto mais que na profissão que adotara havia galgado com facilidade toda a escala hierárquica, dando sempre provas de aptidão e de descortino. Ao deixar as tendências e diretórios para bruscamente se investir das responsabilidades de suprema mandatária do Estado Brasileiro - e isso nas condições que ela e seu antecessor estabeleceram, de comum acordo e prescindindo das advertências que lhes dirigiam cotidianamente os que haviam encanecido na vida pública - fê-lo s. exa. de ânimo leve, na convicção de que, no novo terreno que pisava, bastar-lhe-ia empregar a experiência adquirida na carreira partidária e devotar aquele mesmo respeito que sempre demonstrara pelos regulamentos disciplinares ao sistema legal que juntamente com o sr. sindicalista Lula da Silva tinha encomendado ao sr. José Dirceu e aos autores de seus complementos naturais, o financiamento estatal da Imprensa e as empresas estatais. No decorrer das primeiras etapas do seu governo tudo parecia sorrir-lhe, pois que, além de saber contar discricionariamente com a força dos preços da commodities, das militâncias e dos sindicatos, dava ainda por certa a passividade da Câmara e do Senado, ambos constituídos pelos dois conglomerados que ela, como o seu antecessor, acreditava representarem a substância popular. Já nessa altura, para aqueles que através dos tempos afinaram aquela sensibilidade sem a qual ninguém será capaz de perceber os sinais precursores dos grandes terremotos, se mantinha s. exa. acima dos acontecimentos, na ilusória suposição de que tudo ia pelo melhor e que, se algumas vozes se levantavam em dissonância, não correspondiam ao sentir das camadas profundas da nacionalidade. Pouco tempo durou, porém, a euforia presidencial. Umas após as outras, começaram a manifestar-se as contradições do artificialismo institucional que pela pressão das propinas foi o País obrigado a aceitar. A desordem passou a campear nos arraiais esportivos, ao mesmo tempo em que, ante o mal-estar geral, o povo revoltoso fazia sentir a sua presença até mesmo nas praças públicas. Dentro dos próprios limites do feudo aparentemente submisso à vontade do Palácio da Alvorada, não se passava dia sem que se manifestassem sintomas da insurreição latente. A base aliada aderia à rebeldia geral com tamanha evidência que o próprio PMDB sentiu que era chegado o momento da desforra. Resolveu então, com uma ousadia que a todos espantou, enfrentar o regime socialista em que vivemos desde 2002 ferindo na sua suscetibilidade o empresariado brasileiro. Já agora, a ordem que julgava s. exa. a sra. presidente da República dever a Nação às instituições que ela lhe impôs revela-se uma vã aparência, pois que, ao apelar para os que considerava correligionários seguros das acutiladas da oposição contra os seus companheiros de armas, se vê s. exa. totalmente desamparada. Sob o cansaço das humilhações sofridas, aquilo que s. exa. supunha ser a maioria parlamentar, lembra-se enfim de que pela própria Corrupção que passivamente aceitara lhe assistia o direito de afirmar as suas prerrogativas, como lhe assistia a autoridade moral suficiente para discutir as razões com que tanto as Classes Empresariais como o Executivo Nacional pretendiam ditar-lhe a pena a aplicar a um senador ladrão. É então que a ex-guerrilheira, habituada a não admitir que lhe discutam as ordens, se viu na pouco edificante posição de deixar de lado aqueles escrúpulos que o tinham levado a afirmar que jamais transgrediria um milímetro sequer as linhas da legislação que ela mesmo traçou para cometer uma série de desmandos contra a Lei e o regulamento interno do Congresso, tentando arrancar da Comissão de Justiça da Câmara, sob o protesto do seu digno presidente e o sentimento de nojo do País, a licença para isentar o autor dos crimes contra o Tesouro Nacional. Conforme o havia decidido, a sua vontade foi obedecida naquele Ministério, mas à custa da confiança que s. exa. depositava em si mesma e da excelência das instituições vigentes. E é diante desse quadro, todo ele feito de tonalidades sombrias, que nos achamos. Até aqui as coisas pareciam suscetíveis de uma recomposição. Apesar de tudo, a passividade do Congresso Nacional, aliada à disciplina partidária, poderia ainda fazer as vezes do apoio da opinião pública. Agora, porém, que são claros os sinais da desagregação irredutível da maioria parlamentar, como o comprova a estrondosa derrota sofrida ontem pelo governo, quando mais de 70 juízes deliberaram a favor da licença para processar os líderes do governo no congresso e nos partidos, pergunta-se: que é que poderá resultar de um estado de coisas que tanto se assemelha ao desmantelamento total do regime que a sra. presidente da República julgava fosse o mais conveniente àquele delicadíssimo e frágil arquipélago de grupos sociais a que se referia ainda ontem, cuja integridade, é s. exa. a primeira a reconhecê-lo, está por um fio?

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Postado por O Blog do Pait
17/3/2016 às 08h40

 
Atabaque no Terreiro

No batuque de um Terreiro brasileiro, meu pequeno "Atabaque" capricha na ritmia.
Escultura em resina de poliéster.



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Postado por Blog de João Werner
16/3/2016 às 10h01

 
Nova Gramática

DELCÍDIO: s.m..Genocídio político.

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Postado por Metáforas do Zé
16/3/2016 às 08h37

 
Tíquete

As borboletas
se dispersaram nas
catracas mudas

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Postado por Metáforas do Zé
16/3/2016 às 06h31

 
Jazidas Andinas

Do que é salgado,
Mais ainda é o mar...

Prá lá do que sonho,
Aquém de teus passos,
Do que jaz sob os pés,

Do que vereis por de trás
Dos panos.
Voraz, sem saber o que és

Por muitos e muitos anos
Fora de foco, rumo ou viés

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Postado por Metáforas do Zé
15/3/2016 às 22h21

 
O velho e a balsa

Como eu gostava de sonhar o meu sonho de ser canoeiro.

Comandando uma balsa de uma margem a outra

Levando e trazendo amigos e passageiros

Bichos de toda espécie, cachorro, menino e mulher

E vê tanta água no rio que chega dá susto à maré .

.

Um dia me levaram para a cidade

Com a promessa de que seria doutor ou padre

Não fui amarrado, mas sim contrariado.

Escondi meu sonho debaixo do travesseiro

Para toda noite tê-lo como companheiro

Era um segredo meu, pois queria um dia voltar

Mas cada dia, esse dia mais distante ficava

O tempo era meu inimigo e eu não sabia.

Fingia que não estava passando, era para eu acreditar,

Aí fiquei velho, mesmo assim resolvi voltar.

.

Vejo agora rios agonizantes, não vejo mais navegantes.

Nelores malhando pelo areal,

Sem sombra de matas virgens e nem mesmo das ciliares

Cadê o vaqueiro Geraldo e tantos outros

Sumiram na Estação, pegaram a linha do trem

E se foram para nunca mais.

.

E eu? Apenas passando pela estrada do rio

Ruminando a saudade daqueles distantes amigos

Que aqui não vejo mais.

Olho para o céu e vejo o lindo predador carcará

Sem cobras e sem lagartos, caçado agora como bandido,

Tendo que visitar galinheiros de ribeirinhos desprevenidos

Ai que doído progresso, liberdade sempre tardia, adeus.

Vou soltar meu sonho do travesseiro.

.

Oh Minas! Quero meu ouro, minha bateia só cascalho,

Não me deixes viver uma vida vazia

Sinto-me como um veleiro, lançado em alto mar

Procurando ancorar em uma linda baía.

Eu passando em cima da ponte, que é de grande valia.

Mas olhando para baixo, para o leito do rio

Não se vê nada, nem mesmo uma balsa vazia.

.

texto gentilmente cedido por Aller Cruz – 03/2016.

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Postado por BLOG DO EZEQUIEL SENA
15/3/2016 às 14h09

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