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Terça-feira,
6/10/2015
O Blog do Pait
Felipe Pait
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Melhores presidentes do Brasil, parte 2
Continuando o post anterior, vamos por partes, da República nova até Fernando Henrique.
1 - Juscelino Kubitschek. Nosso maior presidente. Pergunte a qualquer político da situação ou oposição em quem Juscelino votaria e ouça a resposta: "no candidato do meu partido". Só não é unanimidade porque os extremistas rejeitam o legado progressista e liberal do político mineiro.
2 - Café Filho. Liberalização econômica. Uns dizem que cumpriu suas obrigações constitucionais, embora pairem certas dúvidas.
3 - Dutra. Desperdiçou a situação positiva que o Brasil vivia depois da guerra mundial. O eleitor preferiu não desafiar seu compromisso com a democracia.
4 - Jango Goulart. Presidente fraco, tentou impor posições minoritárias e não soube defender a república das ameaças golpistas.
5 - Getúlio Vargas. Legado duvidoso - embora seja difícil separar a figura de Getúlio ditador da de Getúlio eleito, confusão que existia no próprio. Meteu o Brasil numa crise institucional com o suicídio.
6 - Jânio Quadros. Nenhuma iniciativa positiva. Meteu o Brasil numa confusão ao renunciar.
Ditadores.
1 - Figueiredo. Passou o poder aos civis. Administrou mal a economia do país, mas como se viu em seguida, a incompetência não o distinguia.
2 - Castello Branco. Dizem que pretendia voltar à normalidade mas nunca se vai saber. O desastre econômico que se afigurava foi evitado.
3 - Geisel. Casuísmo econômico e político deram errado. Iniciou a abertura.
4 - Medici. A pior fase da ditadura. Teve tanto mérito em ganhar a Copa como em receber uma conjuntura favorável: nenhum.
5 - Costa e Silva. AI 5. Nada mais a dizer.
Volta definitiva da democracia.
1 - Fernando Henrique. Estabilizou a política e a economia após 3 décadas de crise. Criticar é mesquinhez.
2 - Itamar Franco. Iniciou a estabilização, talvez meio sem saber.
3 - Sarney. Péssima condução da economia. Normalização democrática.
4 - Fernando Collor. Afastado legalmente por desonestidade. Péssima gestão. Confisco e outras inconstitucionalidades. Sempre pode ter acertado alguma coisa por motivos errados.
Na parte final, o ranking completo.
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Postado por Felipe Pait
6/10/2015 às 07h35
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Melhores presidentes do Brasil, parte 1
Existem dezenas de listas dos melhores presidentes dos EUA. Todo historiador americano adora fazer a sua, são facilmente encontráveis na internet. Esse tipo de lista revela um viés metodológico um pouco ingênuo, a história das datas e dos grandes homens 98% brancos, mas a comparativa falta de rankings para os presidentes do Brasil também empobrece a nossa historiografia, excessivamente influenciada pelo cinismo ideológico. Porque presidentos e presidentas encarnam para o brasileiro comum as ideias que movem a nação e marcam época, ao menos enquanto a memória curta lhes permite.
Já que nenhum profissional especializado faz a lista, faço eu. Não vai ser a 1a vez na história da academia brasileira que um amador se arroga o direito de fazer o dever que os profissionais desleixam. É mais fácil começar separando por períodos, e desconsiderar juntas, interinos, e eleitos que não tomaram posse. São 31 presidentes, embora a atual seja número 36 nas listas oficiais que incluem interinos.
Começo pela República Velha.
1 - Rodrigues Alves. Unanimemente considerado o melhor presidente da República Velha. Toda a unanimidade é burra, então não deve ter sido - mas foi reeleito, quem sou eu para divergir?
2 - Washington Luís. Foi bom prefeito em S Paulo. Levou as qualidades para a Capital, mas foram insuficientes para evitar o golpe no final do governo.
3 - Prudente de Morais. Estabilizou a política, e reverteu as medidas arbitrárias da ditadura de Floriano. Evitou complicações internacionais por meios diplomáticos. Economia confusa, massacre de Canudos.
4 - Campos Sales. Governo civil, técnico, resolveu crise econômica através da valorização da moeda, embora com diagnóstico que a ciência hoje considera equivocado.
5 - Wenceslau Braz. Resolveu crises herdadas do governo anterior. Durante a Guerra, encontrou o caminho correto para o Brazil, sendo responsável pela atual grafia a-histórica do nome do país.
6 - Afonso Penna. Ninguém se lembra dele. É um mérito.
7 - Nilo Peçanha. Antes de ser presidente, era pobre e mulato. Depois deixou de ser. Não comprometeu.
8 - Delfim Moreira. Doente, mal governou.
9 - Epitácio Pessoa. Venceu as eleições contra Ruy Barbosa sem sair da França. Vetou a participação de futebolistas negros na Seleção Brasileira de Futebol. Economia e política? Não eram seu forte.
10 - Hermes da Fonseca. Sucessivas revoltas contra administração incompetente. País faliu.
11 - Arthur Bernardes. Governou em estado de sítio, quase que promovendo uma guerra civil, e não soube lidar com a insatisfação difusa das revoltas tenentistas, que sem terem muita base racional acabaram por derrubar a república.
12 - Floriano Peixoto. Violou a Constituição. Criou condições favoráveis para diversas revoltas. Má administração dos negócios. Governo autoritário e atrapalhado.
13 - Deodoro da Fonseca. Monarquista, fez a república sem refletir.
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Postado por Felipe Pait
29/9/2015 às 09h08
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Nunca antes na história desse país...
Temos na memória, viva ou lida, um montão de crises brasileiras.
Em 2002, alta do dólar, causada, ninguém sabe ao certo, talvez pelo receio (infundado?) da vitória do Lula nas eleições.
Em 1999, desvalorização, causada pela insistência em manter câmbio valorizado após problemas em outras economias emergentes.
Em 1990, confiscaço do Collor, resposta incompetente de um governo corrupto à hiperinflação.
Em 1987, calote do Sarney, também resultado da inépcia no combate à inflação numa democracia tentando se estabelecer.
Nos anos 1970 e 1980, uma sequências de crises disparadas pelo aumento do preço do petróleo numa economia dirigida de maneira centralizada, ilegítima, e artificial.
No início dos anos 1960, crises econômicas e políticas num país dividido politicamente, com governos estapafúrdios, no contexto da Guerra Fria.
Em 1954, Vargas deixa a democracia confusa, depois do governo desperdiçar os dividendos da vitória na 2a guerra e usar a oportunidade para promover políticas sobre as quais não havia consenso.
Em 1930, a crise internacional atinge uma democracia discutível, e abalada pelos movimentos rebeldes de inspirações hoje difíceis de entender. A ditadura é cheia de movimentos e autogolpes, inspirados em parte nos maus modelos internacionais.
A República Velha foi razoavelmente estável a partir das 1as eleições, com crises econômicas causadas pelas idas e vindas do café, e as dificuldades de financiamento do governo num país pobre e pouco diversificado. Os anos ditatoriais da república foram uma crise só, política e econômica, mas aí já estamos voltando muito atrás no tempo.
Algumas foram curtas, outras longas. Tiveram causas políticas, econômicas, internas, externas, cada vez em diferentes combinações de equívocos e falcatruas de diversas partes. Não dá para dizer como a atual se situa em termos de duração e profundidade.
Uma coisa é certa: Nunca antes na história desse país tivemos uma crise gerada exclusivamente pelas decisões errôneas de um governo só.
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Postado por Felipe Pait
20/9/2015 às 07h34
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Acusados de fazer engenharia
Pelo que entendi da sequência de artigos no Estadão, os professores Cardoso, Kazuo, e Tannuri foram acusados de fazer engenharia.
Não sei o que levou o jornal a publicar essas assim-chamadas acusações. Talvez tenham sido fabricadas por empresas que se sentiram prejudicadas pela competência destes professores da Poli. Ou por sindicalistas que se opõem por princípio a que professores façam engenharia. Ou ainda por funcionários rancorosos afastados das organizações envolvidas. Pode até haver alguma motivação política: gerar factoides para ocupar o espaço que a corrupção quaquilionária ocupa na imprensa.
Talvez o suposto jornalista simplesmente quisesse publicar alguma coisa, e os editores do jornal em dificuldades financeiras não tenham tido tempo para examinar criteriosamente se as acusações continham alguma acusação. Sei lá. Mas se fazer engenharia é contra a lei, então eles são culpados.
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Postado por Felipe Pait
20/8/2015 às 07h16
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Acreditam no que ensinam
Aprendi com o Millor: "A diferença fundamental entre Direita e Esquerda é que a Direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinaram, e a Esquerda acredita cegamente em tudo que ensina." Confira o link antes que acabe.
Isso foi antes. E entre o antes e o depois, teve o durante. Hoje parece que é a esquerda que acredita em qualquer besteira que ensinam para ela, nas escolas de polpotismo aplicado e nas assembleias do Partido. E a direita que acredita nas besteiras que ensina, Ayn Rand, microeconomia, sei lá mais o quê.
Ué, mudou? Como o nome dos Estados Unidos do Brasil? E só estão me contando agora? E por isso, meus amigos, não dá para culpar a ditadura. Quem fez essa reforma foi a democracia. Essa observação só podia ser publicada no blog no Digestivo Cultural.
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Postado por Felipe Pait
27/7/2015 às 19h00
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Julio Daio Borges
Editor
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