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Sexta-feira, 31/7/2015
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Verso de Ausência

Elevar-se pela embriaguez Das mais pálidas palavras Que o pensamento retorne Sem cessar meu espírito E as cores sejam mais vivas Que a constelação das idéias Seja clara no horizonte Com linhas abruptas E gestos patéticos Com mera superficialidade Delírios dos sonhos e das loucuras Movimentos frágeis De homem desprovido de alma Dias úmidos e sombrios Que fazem renunciar ao mundo Sem ao menos conhecê-lo Com a frieza do olhar que ofende Tudo se perde onde o tempo Não faz sentindo, lá estarei!

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Postado por Blog de Raimundo Santos de Castro
31/7/2015 às 20h49

 
A culpa da alegria

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Havia quatro anos que não nos víamos. Eu, tu e a inevitável velhice. Achei-te mais jovem desta vez: parecias mais exausta e decadente, em nosso último encontro. Talvez a tua pele tenha sido renovada pela popularidade tardia, ou quem sabe a vaidade tenha finalmente tocado teus poros. Fiquei com ciúmes de ti.

Estávamos, contudo, em perfeita sintonia. Ah, as tardes amareladas em doçura não podiam enganar-me! Sabia-me, uma vez mais, amada por tua presença. O amor, ao menos, é uma maneira de possuir-me a mim.

Não foram, pois, os copos, tantos, que enfeitiçaram meu espírito, visceralmente. Juro-te que nada tem a ver com os amanheceres em Alfama, cercados de gaivotas em pertencimento. Ainda me lembro quando te disse, ao pé do ouvido, o quão eras incapaz de abrigar vampiros, como eu. Estar contigo é abandonar as fronteiras da própria alma.

Mas, afinal, deitaste-me fora, em noite de Santos, como se eu fosse uma amante qualquer. Apenas mais uma brasileira, igual a todas: sedenta de aventuras e anestesiada para a melancolia.

Fiquei tão triste contigo. Aquela festa, suntuosa, tão sonhada nas minhas sensações, fora aniquilada em ruas estreitas e sardinhas mal assadas. Fiquei mesmo triste contigo, porque parecia que ias esquecer-te do dia dos meus anos. Tive medo que não me dissesses nada.

Saí à tua procura, despassarada. O rosto milimetricamente desenhado. Os lábios encarnados. Andei pelo Príncipe Real, na chuva. Envelheceria privada de ti? Cheguei ao Bairro, já desesperançada de ter contigo. Mas apareceste, em trajes de surpresa, dizendo-me que a casa era minha e que podia estar para sempre em tua morada. Acho que não sabes, mas já tinha decorado teu código postal, há muitos anos.

Os dias e noites, a seguir, preenchiam as saudades. Alimentaste-me de cores, em Belém. Fomos ao Cabo da Roca, realizar o velho sonho de ventar. Passeámos em comboios, autocarros, metros, eléctricos. Revivemos o Cais do Sodré, em comunhão com nossos fantasmas.

Em nossa última noite, no Tejo Bar, pudemos reconhecer nossos amigos. Eu jamais me senti tão querida em toda a minha vida. Cantámos e brindamos esse amor que não se explica, nem em lirismo exacerbado. Sentámos à igreja, para invocar todos os sons de todas as guitarras de toda a gente que passou pelo miradouro de Santo Estevão. O sol escancarava os adeuses.

Acendias o rio naquele azul impossível, farto de eternidades. Meu coração, a nau, arrependia-se de partir. Tuas mãos ainda aqueciam as maçãs de meu rosto, rubras de vinho e poesia.

Tu me beijaste por todas as madrugadas insones, silenciando minhas juras. Tantos versos ficaram enclausurados. Não aceitaste que a correspondência viesse pelo correio. Toda descoberta é uma renúncia ao ninho. E eu te prometo, Lisboa: estaremos juntas, muito em breve, para navegarmos as nuvens que nos enchem de plenitude. Ensinaste-me que não é preciso sentir culpa da alegria.

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Postado por Consultório Poético
31/7/2015 às 17h10

 
A vitória da pochete

Fonte da imagem: http://www.tiarabolsas.com.br/

Eu tento, com alguma periodicidade, sentar na frente do computador e escrever um bom texto para o blog. Penso num tema interessante e, partindo dele, procuro estabelecer uma narrativa agradável e, dentro dos meus limites, inteligente. Não sei se consigo, mas a intenção é boa.

A realidade, porém, é cruel. Por mais feliz que eu possa ser na elaboração do texto, ele será só um barquinho de papel à deriva nesse oceano profundo e revolto que é a internet. De blogueiros bem (e mesmo mal) intencionados, a web está cheia. O Digestivo Cultural, inclusive. Nós, blogueiros, somos iguais ao demônio naquela célebre passagem da Bíblia e à banda do Renato Russo: formamos uma legião.

Mas não é aí que a realidade dói, amigos. É na seguinte constatação: por melhor que meu texto possa ser (e mesmo que eu fosse o Hemingway aqui), uma foto de um animal com um chapéu sempre será MUITO mais compartilhada do que ele. Se o animal for um filhote, então, vai ser uma goleada em acessos. Maior do que Brasil x Alemanha. Não é um lamento, amigos, é uma constatação.

A internet tem muitas distrações mais agradáveis do que ler um texto do blogueiro Zé Ninguém (vídeos, charges, jogos, tirinhas, redes virtuais...). Escrever é ser antiquado. Pré-histórico. Ficamos nessa de "ui ui, sou antenado, não preciso publicar em papel e posso ser lido no Japão, ui ui" e não percebemos que somos obsoletas peças de museu. Ninguém quer ler textos com mais de 140 caracteres.

E por que não estou lambuzando as teclas do meu computador com o sangue dos meus pulsos enquanto escrevo este texto? Por causa das pochetes. Quer coisa mais esculhambada do que uma pochete? Há décadas são malditas, taxadas de brega. Acho que elas devem ter sido tendência durante dois meses nos anos 1980 e, a partir de então, foram condenadas a uma eternidade de restrições.

De fato, são feias as coitadas. Os homens (público que geralmente se sujeita a esse acessório) já têm uma tendência de abrigar uma pochete natural - a barriga. Com a artificial fica ainda mais estranho. Pochetes até teriam a defesa de serem funcionais, não houvessem inventado antes um outro acessório, os bolsos das calças. Já se imaginou usando uma pochete num encontro com os amigos sem ser festa à fantasia? Não consigo pensar num acessório ou peça de vestuário mais depreciado do que a pochete. Mas, por acaso, numa rápida passagem pelo centro de BH (rápida mesmo, cerca de 05 minutos num ônibus) pude contar 04 pessoas usando pochete. QUASE UMA POR MINUTO. Amigos, amigas, apesar dos esquadrões de moda na internet (outra coisa que dá mais audiência do que textos, a lista é longa) e na tv, com seus jargões fashionistas tipo "esse modelo está um arraso", "essa combinação é super tendência" e "eu adoro", que naturalmente condenam a pochete, ela SOBREVIVE. E talvez num armário mais perto de você do que imagina.

Nós, blogueiros e escritores em geral, somos as pochetes. Antiquados, pré-históricos, de gosto duvidoso. Mas, sobretudo, resistentes. O mundo zomba de nossa impopularidade, mas nós continuamos aqui, postando contos, crônicas e poemas. Mesmo que ver um vídeo do Porta dos Fundos seja muito mais divertido - já viram o da "Santa Ceia"?

Eis a nossa virtude: sobreviver. Não ache que é pouco, os dinossauros não conseguiram. Somos mais fortes, os blogueiros e as pochetes.

E você, sobreviveu ao meu blá blá blá? Então, segue uma recompensa - quem sabe assim você anima de indicar esse texto entre seus amigos, nem que seja pela simpatia do coelho? .

Fonte da imagem: http://hellogiggles.com/animals-wearing-tiny-hats-officially-lifes-greatest-joy/2/



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Postado por Blog de Luís Fernando Amâncio
31/7/2015 às 09h31

 
Farmácia popular

- Por favor, escreva aqui o nome de sua mãe.
- Não tenho mãe.
- Nasceu de um ovo abandonado ao sol...É hoje...
- Hein?
- Coloca aí o nome da sua mãe adotiva.
- Fui adotado, não. Minha mãe me criou.
- Então coloca aí o nome de sua mãe.
- Minha mãe morreu.
- Essa sua mãe que morreu tinha nome?
- Claro que sim.
- E qual era?
- Mas o remédio é para mim.
- Eu preciso cadastrar seus dados no computador.
- Não tenho dados, sou crente. Não jogo.
- Posso ver seu documento?
- Na carteira não tem o nome do remédio. A receita tá aqui.
- Certo. Primeiro, a receita. Agora, sua carteira de identidade.
- Pra que? Eu já entreguei a receita.
- Na carteira de identidade tem o nome de sua mãe.
- A senhora tá complicando. Eu vou chamar a TV.
- Chama a TV, o jornal, a polícia, o Papa, mas informa o nome da sua mãe.
- Quero meu remédio. Porque a TV diz que todo cidadão tem direito de pegar remédio aqui sem pagar nada.
- Desde que preencha o formulário.
- Tá aqui.
- Falta o nome da mãe.
- Minha mãe morreu.
- E o nome morreu com ela?
- Vixe, fala assim não que até ofende.
- Minha paciência acabou. Saia da fila. Próximo!
- De jeito nenhum! Só saio daqui com meu remédio.
- Ai, ai, meu Pai...
- Agora entrou o pai no meio também? Não basta a mãe?
- E qual é o nome da mãe?
- A senhora é muito da curiosa, quer saber o nome da minha mãe por que?
- Não estou nem aí para sua mãe.
- Então por que pergunta?
- Porque eu preciso ganhar o meu salário. Porque não sou mulher de presidiário. Porque meu filho não recebe bolsa escola. O dinheiro lá em casa vem deste suado e honesto empreguinho de balconista que ainda por cima tem de perder tempo com um filho da mãe como você.
- Filho da mãe uma ova! Filho da Dona Maria da Silva Santos, com muito orgulho.
- Obrigada.

Parte integrante do livro Coisas de médicos, poetas, doidos e afins.

Foto copiada do site que primeiro publicou o texto acima: LeioEu

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Postado por Blog de Sonia Regina Rocha Rodrigues
30/7/2015 às 16h50

 
Transparência Democrática

SIC TRANSIT GLORIA MUNDI
(insólito, surreal)
Hoje, aqui em Niterói, observei emocionante cena protagonizada por uma criatura simplória e distraída. Tudo aconteceu no centro da cidade, nas proximidades ajardinadas da estação das barcas, bem na frente de um dos centros de compras mais conhecidos.

A ex-capital do Estado do Rio de Janeiro é um município em constante desenvolvimento, onde o Rio de Janeiro, a deslumbrante capital da alegria praiana, da irreverência e do bom humor carioca nos dá a sua melhor vista (dizem os tais bem humorados), e consegue desafogar sua necessidade por moradias, além do caminho de volta para casa ser um agradável passeio marítimo.

Estava eu dentro de um ônibus 47 Circular, voltando ao Ingá, meu bairro, sentadinho ao lado da janela e olhando para fora, quando tive a atenção despertada por um indivíduo completamente paralisado numa atitude de enorme concentração no meio de um dos canteiros. Num primeiro momento imaginei ser um ator em plena performance, um artista de rua divertindo e provocando admiração.

Era uma novidade. Nunca tinha visto um deles em Niterói. Era um avanço cultural, pois não representava a corriqueira estátua da liberdade, um santo, um senador romano ou qualquer coisa do gênero. Completamente nu, lembrava mais uma interpretação livre da célebre escultura do Pensador de Rodin, apesar de não estar com o rosto voltado para baixo, nem apoiado numa das mãos como o magnífico trabalho.

O performista olhava para frente sem fixar nada, igual aos políticos nos comícios, mirando o fundo, o alem do alem. Numa das mãos um tecido pendente lembraria uma túnica grega, algo do gênero. Absolutamente Imóvel, passaria por um jardineiro descansando, um assentador de pedras portuguesas ou um caipira matutando à beira do riacho. Bem juntinho, na calçada ao lado, o povaréu seguia caminhando apressado cada um com seus problemas, alguns rebocando crianças em passo mais lento, enfim ninguém além da própria vida e da necessidade de seguir vivendo.

Em segundos não mais identifiquei o cidadão como um performático, mas um ecologista, um observador atento da natureza descobrindo uma novíssima espécie recém chegada de algum percevejo alienígena ou de formigas modificadas pelos gases mortais, pelas chuvas ácidas ou pela necessidade de galgar prédios em vez de arvores.

Não. Não era nada disso.

Então, atônito com a insólita ocorrência que, por sorte, presenciava a distância e longe suficiente para não perceber odores, pensei tratar-se de um companheiro do "Movimento Pela Liberdade dos Direitos de Usar a Rua Para Qualquer Coisa" ou ainda mais importante, um membro da diretoria do imaginado Movimento, um ativista feroz lutando pela categoria no meio de um jardim público, sem qualquer preocupação com o vai-e-vem dos carros pela avenida ou os pedestres nas calçadas a poucos metros de distância.

Completamente alheio ao mundo, super concentrado em sua tarefa, não enxergava nada, ninguém, e não tomou conhecimento do universo à sua volta. Missão cumprida, o adubador levantou-se, sacudiu o quadril, vestiu um primeiro calção, depois uma bermuda, espreguiçou-se e saiu caminhando.

Demorou menos de 01 minuto no meio do jardim, meio de esguelha, atrás da moita, na cara de todo mundo, sem que ninguém o notasse as 09,25h da manhã, na mais absoluta transparência democrática.



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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
30/7/2015 às 16h34

 
Robert Randolph And The Family Band

Robert Randolph é um dos maiores guitarristas da atualidade. Além de possuir uma técnica altíssima e de enveredar pelo blues e pelo soul, chama a atenção sua especialização no pedal steel, um instrumento semelhante à guitarra havaiana, tocada com slide. Juntamente à sua Family Band ele possui quatro discos lançados, sendo o mais recente deles Lickety Split, de 2013.

A sonoridade de seu trabalho busca toda a essência da música dos Estados Unidos. Do blues com todo estilo de velha guarda às pegadas mais recentes criadas dentro do funk, suas influências junto à sua técnica e estilo pessoal criam uma sonoridade bastante peculiar.

Em Lickety Split é possível achar um pouco de tudo. Born Again é plenamente soul gospel, com direito a coral. Brand New Wayo (que conta com a participação de Carlos Santana) é funk do melhor estilo, com ritmo dançante. O grupo também regrava Love Rollercoster, do Ohio Players, a mesma regravada pelo Red Hot Chilli Peppers, com um diferencial significativo das outras duas versões que é o pedal steel e seu timbre único. Outra regravação é Good Lovin', do The Rascal, rock de festa dos anos 1960 igualmente incrementada.

O grupo já conta mais de 10 anos de carreira e já subiu aos palcos com nomes como Eric Clapton. A Rolling Stones chegou a eleger Robert Randolph como o 97º melhor guitarrista da história.



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Postado por Blog do Carvalhal
30/7/2015 às 15h26

 
Agora cava a cova da própria alcova


Imagem: 1.000.000 Pictures



Contei onde morava um sonho. Só porque lá tem nuvens não pude provar. Enrolei tudo pronto, prontinho, prático de fast food, uma ou outra coordenada, nada de tempo perdido, vários "siga" um "pare". Nem precisava exploração ecológica. Nada. Era coisa simples, mas penso: óbito é tão simples. Basta uma declaração profissional, escrito numa folha carimbada. É um passo só para a certidão. Certidão é uma certeza enorme? Aqui jaz a certeza enorme que morreu. Algo. Agora cava a cova da própria alcova.

Eu mostrei um castelo sombrio, ah que Deus me perdoe. Achei ser feito de folhas, de vento com sonhos embrulhados. Até escuto ainda a porta ranger lá no oculto de mim. Mas foi feito de puro poço, forjado na mais vil pura sombra. Sou o avesso de um castelo. Um avesso de contrários. Todo poço reflete nuvens.

Nesses dias vou ficar muito nublada. Faz mau tempo em mim. Daqui a pouco chovo. E vem aquele cheiro de novo de novo. Aquele que eu sei que nunca mais era uma vez para sempre... É um final de esperar, feito rodoviária vazia. Sem luz. A moça diz ladies and gentlemans. Ela sabe que só eu estou esperando. Insiste no mesmo e eterno plural errado. Amanhã vou esperar tudo ir embora, até não ter como voltar. Vou morder meu braço direito como um cão faminto. Assim me alimento de pura palavra bebendo papel escorrido e coado na saliva dos meus dedos.

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Postado por Blog de Aden Leonardo Camargos
30/7/2015 às 14h19

 
A freira



Vim a Santos para trabalhar na Santa Casa de Misericórdia, um hospital antigo, esparramado ao sopé de um morro. A história que vou-lhes contar aconteceu no primeiro plantão em que ali trabalhei como médico clínico. .
.
Passava um pouco da meia-noite. As enfermarias estavam silenciosas, o Pronto Socorro tranqüilo. Dirigia-me à lanchonete para um café, quando ouvi passinhos urgentes atrás de mim. Uma voz cantante e firme sussurrou-me: .
"Ah, doutor! O paciente do 708 da ala C acaba de ter uma parada cárdio-respiratória. Precisamos do senhor!" .
Voltei-me. Quem assim me falava era uma freira. E eu acabava de deixar a ala C! .
"Aconteceu assim que o senhor deixou a enfermaria. Corra! É uma emergência!" .
Galguei aos pulos a escada para a ala C, atravessei correndo o corredor, entrei no 708 e encontrei o doente roxo, os braços estendidos para a campainha que não conseguira alcançar a tempo. O acompanhante, adormecido no sofá, ressonava. .
Puxei com força o cordão do alarme, gritei, coloquei o paciente no chão e iniciei o socorro. Depois de resolvida a situação, o paciente encaminhada à CTI e o acompanhante tranqüilizado, questionei a enfermagem: .
"Por que não havia ninguém no quarto? Por que não estavam sendo tomadas as primeiras providências? .
"Como, doutor? Nós nem sabíamos... o senhor nos chamou e viemos." .
"Quem me chamou?" .
Aparentemente ninguém me chamara. Mencionei a freira e um desconforto pairou no ambiente. Há vários anos não havia freiras trabalhando na Santa Casa. .
Voltei à lanchonete, disposto a tomar o desejado café, quando a mesma freira surgiu-me à frente, dizendo em tom que não admite demora: .
"Doutor, o paciente que vai colocar marca-passo amanhã, o do 504, parou neste instante!" - assim falando, ela conduziu-me à porta do 2º A e eu já via, pelo vidro da porta, a enfermagem empurrando uma maca para a sala de emergência da Cardiologia. Ao ver-me, exclamaram: .
"Graças! O senhor chegou na hora exata!" .
Repetiu-se o fato: resolvida a urgência, constatei de que não haviam tido tempo de chamar-me. Eu simplesmente aparecera por ali na hora certa e, é claro, ninguém sabia de freira nenhuma. .
Se o ambiente fosse outro, se a situação não implicasse em tamanha responsabilidade. Eu até pensaria tratar-se de algum trote para novatos. Não era este o caso, todavia, e eu estava furioso com os olhares enviesados que os funcionários trocavam entre si. Nisto surgiu Ronaldo: .
"E aí, Nelson? Já tomou seu café? Posso ir agora tomar um lanche enquanto você assume a "porta"? Você afinal demorou uma eternidade com este café! Caiu dentro da xícara?" .
"Café? Pois eu lhe digo o que fiz desde que saí de meu consultório: atendi a duas paradas, um na ala C e outra no 2º A .... .
"Como? Não recebemos nenhum chamado lá na porta..." .
"Foi uma freira que me encontrou no corredor." .
"Uma freira?" .
"Uma freira, sim, senhor, uma freira das antigas, com hábito até o chão e véu e não me venha você também me dizer que aqui não existem freiras!" .
Ele olhou-me estupefato: .
"Bem, há uma freira..." - ele hesitou por um momento e então levou-me por um silencioso corredor até uma porta de mogno entalhada, que se abria para um salão de conferências luxuosamente decorado, em cujas paredes haviam fileiras de retratos. .
"Reconheça a freira, Nelson." .
Olhei os retratos e entre diversas religiosas, lá estava ela, com seu olhar de eficiência tranqüila. .
"É esta, com certeza." .
Então reparei nas datas abaixo do retrato. Duas datas - o ano de nascimento e o de ... falecimento. .
"Não se assuste, amigo. É nosso fantasma particular. Mais dia, menos dia, todo médico a encontra. Dizem os sensitivos que ela circula pelos corredores, inclina-se à cabeceira dos doentes, a assombrar a Casa. Mas nós, médicos, só a vemos quando ela precisa de nós." .
"Não é possível! Não existem fantasmas." .
"Alguém chamou você? Chamou de verdade, pelo interfone, pelo telefone, pelo bip?" .
"Não... não houve tempo, eu apareci antes..." .
"Então?" .
A madrugada ficou subitamente muito fria a perdi a vontade de tomar café. Um tremor desagradável percorreu-me a espinha. Ronaldo animou-me: .
"Duas vidas foram salvas. É o que importa." .
Não tornei a ver a freira. Encontrar-me com o fantasma da casa duas vezes na mesma noite foi o que se pode chamar, com um pouco de humor, de sorte de principiante. .
Apesar das manhãs nebulosas e dos dias à la Van Gogh, Santos não combina bem com fantasmas desfilando por sombrios corredores a gemer e a arrastar correntes enferrujadas. Esta terra abençoada, onde gente de todas as raças se irmana, combina melhor com as almas luminosas. Em nosso clima tropical, no mais dos dias ensolarado e quente, até os fantasmas são diferentes. .
.
Parte integrante do livro É suave a noite

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Postado por Blog de Sonia Regina Rocha Rodrigues
29/7/2015 às 20h24

 
Mostra As Tias do Marabaixo estreia em Paraíso-TO

Foto: Cláudio Macagi


No dia 22 de julho, realizei em Paraíso (TO) a primeira mostra do projeto As Tias do Marabaixo fora do Amapá. O evento aconteceu na Oficina Geral, a convite do gestor do espaço, Cláudio Macagi. O público que compareceu (numa data em que a Oficina abriu especialmente para o evento, já que não funciona regularmente às quartas no mês de julho) pôde conferir a exposição com 18 fotos do making-off do doc As Tias do Marabaixo e assistir aos cinco curtas-metragens já lançados. 

Falei um pouco sobre o projeto antes da projeção dos curtas. No debate que se seguiu à exposição, algumas pessoas destacaram pontos que viam em comum entre o Marabaixo e outras manifestações culturais brasileiras de matriz africana, e manifestando sua admiração por conhecer mais sobre a cultura negra do extremo Norte do Brasil. 

Agradeço a Cláudio Macagi o convite para realizar o evento em seu espaço, e também expressar minha gratidão aos amigos André Donzelli "Porkão" pelo apoio em minha estada em Palmas, e a Eduardo Mesquita e Pedro Fernandes pelo "help" na minha breve passagem por Goiânia (cerca de 12 horas, período que decorreu entre minha chegada vindo de Belém e minha partida para Palmas). Do Tocantins, segui para a Bahia, continuando a viagem de divulgação do projeto. 




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Postado por Cinema Independente na Estrada
29/7/2015 às 18h38

 
Aprendi com a Dilma

Para escrever meu próximo livro, não vou colocar meta. Vou deixar a meta aberta mas, quando atingir a meta, vou dobrar a meta.

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Postado por Blog de Cassionei Niches Petry
29/7/2015 às 18h18

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