Digestivo Blogs

busca | avançada
78788 visitas/dia
1,7 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Banda Star Beatles sobe ao palco do Hard Rock Cafe Florianópolis
>>> Estão abertas inscrições para cursos, vivência e residência artística no Teatro do Incêndio
>>> Nas férias, Festival ALLEGRIA reúne atrações gratuitas de teatro musical e circo na capital
>>> Lacerdine Galeria agita no dia 12/7 a programação com a Festa Julinarte, banda de forró de rabeca e
>>> Festival exibe curtas-metragens online com acesso livre
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Literatura e caricatura promovendo encontros
>>> Stalking monetizado
>>> A eutanásia do sentido, a poesia de Ronald Polito
>>> Folia de Reis
>>> Mario Vargas Llosa (1936-2025)
>>> A vida, a morte e a burocracia
>>> O nome da Roza
>>> Dinamite Pura, vinil de Bernardo Pellegrini
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
Colunistas
Últimos Posts
>>> O coach de Sam Altman, da OpenAI
>>> Andrej Karpathy na AI Startup School (2025)
>>> Uma história da OpenAI (2025)
>>> Sallouti e a história do BTG (2025)
>>> Ilya Sutskever na Universidade de Toronto
>>> Vibe Coding, um guia da Y Combinator
>>> Microsoft Build 2025
>>> Claude Code by Boris Cherny
>>> Behind the Tech com Sam Altman (2019)
>>> Sergey Brin, do Google, no All-In
Últimos Posts
>>> Política, soft power e jazz
>>> O Drama
>>> Encontro em Ipanema (e outras histórias)
>>> Jurado número 2, quando a incerteza é a lei
>>> Nosferatu, a sombra que não esconde mais
>>> Teatro: Jacó Timbau no Redemunho da Terra
>>> Teatro: O Pequeno Senhor do Tempo, em Campinas
>>> PoloAC lança campanha da Visibilidade Trans
>>> O Poeta do Cordel: comédia chega a Campinas
>>> Estágios da Solidão estreia em Campinas
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Podcast mental
>>> De Bach a Borges, com J. M. Coetzee
>>> O que aprendi
>>> Público, massa e multidão
>>> Abbas Kiarostami: o cineasta do nada e do tudo
>>> Amanhã, só faço o que eu quiser
>>> Bitcoin, smart contracts, blockchain, cryptoassets
>>> Agir contra o destino
>>> Stalking monetizado
>>> O século de Sabato
Mais Recentes
>>> Por Que Vivemos de Kentetsu Takamori pela Satry (2014)
>>> Santos E Visagens de Eduardo Galvão pela Brasiliana (1976)
>>> Geografia Para O Ensino Médio (Coleção horizontes) de Osvaldo Piffer pela Ibep
>>> Palmeiras X Corinthians 1945: O Jogo Vermelho - de Aldo Rebelo pela Unesp (2010)
>>> O Delator de Tess Gerritsen pela Harlequin Books (2011)
>>> Marcelo, Marmelo, Martelo E Outras Histórias de Ruth Rocha pela Salamandra (2011)
>>> Madiba, O Menino Africano (8º reimpressão) de Rogério Andrade Barbosa - Renato Alarcão pela Cortez (2022)
>>> Zap Do Olimpo de Carolina Sanches; Ricardo Leite pela Fisicalbook (2025)
>>> Ruth Rocha conta a Odisseia (14º impressão) de Ruth Rocha - Eduardo Rocha pela Salamandra (2019)
>>> Soltei O Pum Na Escola! de Blandina Franco pela Companhia Das Letrinhas (2015)
>>> As Cores Da Escravidao de Ieda De Oliveira pela Ftd (2025)
>>> No Mundo Da Lua: Perguntas E Respostas Sobre O Transtorno Do Déficit De Atenção Com Hiperatividade Em Crianças, Adolescentes... de Paulo Mattos pela Lemos (2005)
>>> Valores De Ouro - conquiste seus sonhos (capa dura) de Cristina Nunez Pereira - Rafael R. Valcarcel pela V&r (2018)
>>> A Liga Dos Heróis Inúteis de Alexandre de Castro Gomes; Luiz Antonio Aguiar pela Ftd (2021)
>>> O Conde De Monte Cristo de Alexandre Dumas; Heloisa Prieto pela Ftd (2014)
>>> O Mistério Do Caderninho Preto (1º impressão) de Ruth Rocha pela Salamandra (2015)
>>> Meditações do Quixote de José Ortega y Gasset / Julián Marías pela Livro Ibero Americano (1967)
>>> A Arvore De Ferro - as Crônicas De Spiderwick de Tomy Diterlizzi; Holly Black pela Rocco (2005)
>>> Sandman. A História De Sanderson Soneca - Vol. 4. Col. Os Guardiões Da Infância de William Joyce pela Rocco (2025)
>>> Pensamento Crítico de Walter Alexandre Carnielli pela Rideel (2009)
>>> Ano Em Que Sonhamos Perigosamente de Slavoj Zizek pela Boitempo (2012)
>>> A Ilha Perdida - Edicao Comemorativa de Maria José Dupré pela Atica (2021)
>>> Estetica Da Resistencia - A Autonomia Da Arte No Jovem Lukacs de Almeida Da Silva pela Boitempo (2021)
>>> Madiba, O Menino Africano de Rogério Andrade Barbosa - Renato Alarcão (dedicatória) pela Cortez (2011)
>>> Para Uma Ontologia Do Ser Social I de Gyorgy Lukács pela Boitempo (2018)
BLOGS

Sexta-feira, 19/1/2018
Digestivo Blogs
Blogueiros
 
Boa Vista

O
único
lugar
onde
posso
olhar
à
vontade
sem
ser
mal
interpretado...

são
as
vitrines,
meus
horizontes...

Mal
sabem
que
não
vejo
seus
produtos,
mas
as
imagens
refletidas
no
próprio
espelho

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
19/1/2018 às 08h46

 
O preço

Apesar
de
intoxicado
de
palavras,
a
poesia
mantém-
se
acesa

É
como
a
vela,
que
ao
custo
de
uma
chama

enche
o
prato
de
cera

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
18/1/2018 às 08h40

 
Você já atualizou sua história hoje?


Reprodução


Uma das coisas que nos empurram para a imediatez de nossa vida ciberespacial contemporânea é a necessidade imperiosa de nossa atualização da vida em bytes. É preciso contar nossa história permanentemente; agora ela pode ser feita de todos os tipos de fatos. Um sorvete, torna-se um obelisco; uma planta, jardins suspensos. A timeline comporta de tudo e nós preenchemos nossas narrativas para fazermos parte de alguma história. Você já atualizou sua história hoje?

Em um texto inédito, escrevi sobre a interpretação do célebre ensaísta norte-americano Edmund Wilson (1895-1972) a respeito de sua singular e brilhante análise do espaço e, principalmente, do tempo no seu ensaio sobre a obra de Proust (O castelo de Axel: estudo sobre a literatura imaginativa de 1870 a 1930).

Wilson relaciona a metafísica de Bergson , o princípio da relatividade de Einstein à literatura simbolista e abre uma fenda interpretativa para pensarmos essas outras dimensões da memória, da narrativa e do tempo hoje. Calma. Parece um papo cabeça demais. Talvez seja. Mas não é instransponível.

O crítico retoma a ideia de que nossas observações são relativas porque dependem de nossa localização e de nossa velocidade de deslocamento ( é o famoso exemplo do trem e dos raios, de Einstein). Para a escrita simbolista a narrativa e a percepção dos personagens do mundo se dariam de modo semelhante; dependeriam de quem observa, de onde e em que situação se encontram.

No mundo proustiano ocorreria análoga percepção. O mundo que o personagem antes conhecera, mudara em espaço e tempo, “diverso e são tão irrecuperáveis quanto os momentos de tempo em que tiveram sua única existência”. A lição é: a história não se “recupera”; fatos e personagens adquirem um caráter único, de irrepetibilidade.

Como na relatividade e na duração (durée) de Bergson o não se repetir garante, de certo modo, sempre um caráter do novo, ou como aquilo que surge de modo único. O amor e os personagens em Proust tentam ser recuperados, mas a palavra correta talvez seja reencontrados, exatamente porque são únicos – como raios – e duram, irrepetíveis, como suas sensações.

Poderíamos dizer isso sobre nossas histórias que passam em nossas telas que descrevem uma paisagem que julgamos apolínea, ou um pedaço de pizza que se julga ser uma ambrosia? Ou a foto do cão, cujo nome é Cão; e do filho, cujo nome é Enzo?

Não se está fazendo uma comparação aristocrática do modo de uso dessas tecnologias – é sempre obrigado avisar isso aqui –, mas está se atentando para como nossas histórias, narrativas e memórias são, de certa forma, feitas em horas, minutos, segundos. Nossa narrativa “desce” em imagens e histórias. A timeline desenrola-se como nosso papiro do agora.

As histórias podem parecer sempre novidade, mas seu caráter do mesmo cai – um raio nunca cai, não dizemos? – quase sempre no mesmo lugar. Fatos e personagens, tempos e narrativas, memórias e lembranças podem surgir, clareando o agora.

Surgem iluminando-nos como a novidade que, em “efeito bumerangue”, se repetem. Como gifs que, no mesmo movimento, duram (durée às avessas) eternamente.



Existiriam alguns aspectos que, nessa órbita, do Eu que se quer história, narrativa, capazes de, nas fendas temporais nos conduzissem a percepções, talvez com menos “fantasia”, mas com o fantástico do que se reencontra, mas não se repete? Seríamos inescapáveis de atualizar nossas vidas em horas, nossas horas nas mesmas imagens, nossas imagens em durações de nós mesmos?

A novidade do fenômeno das mais novas tecnologias nos impede de dar respostas definitivas. Mas, ao mesmo tempo, sim, somos capazes ainda, contraditoriamente – acredito – de recontar histórias através de nossas próprias, elas ainda podem ser exemplares, elas ainda podem suscitar um personagem que pode surgir outro, uma cidade que (re)vemos, uma cena que permaneça, nem que seja por um tempo do agora, que ilumine, repentinamente, nossa percepção.

Talvez essa seja uma visão otimista demais para uma realidade que, de modo inédito, nos elege como Heródotos e, principalmente, Homeros de nós mesmos. Nesse declamar de algoritmos, o sistema pergunta: “no que você está pensando?” Ansiamos por responder. Então ele inquire: “você não atualiza sua história há horas”. Sentimo-nos fora da linha temporal.

Talvez, em nossos papiros cibernéticos, jamais seremos, como Ulisses no episódio do ciclope, capazes de dizer “meu nome é ninguém”.

Você já atualizou sua história hoje?


Texto publicado em O Liberal, 28 de dezembro 2017, p. 02. E em: Relivaldo Pinho

[Comente este Post]

Postado por Relivaldo Pinho
18/1/2018 às 03h34

 
Sorvedouro

Quando me
absorve, o

silêncio é
fértil como
as ondas
que fervem
na areia,

em cujos
poros
transpiram
hieróglifos
incandescentes

O éter
se esponja
e o
corpo
se
desfaz

Não sei
se eu
absorvo

o silêncio

ou, se
por ele
sou
absorvido

A
absorvente
natureza
dos
espongilídeos...

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
17/1/2018 às 22h33

 
Reter ou não reter

Se
exaurindo

é que
a
semente

se
ramifica

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
17/1/2018 às 20h02

 
O Peregrino

A criatura coberta com um casaco esfarrapado, uma trouxa de pano passando pelo ombro e um galho seco na mão direita a guisa de cajado, provocou desconfiança e medo em tantos quantos a viram chegando pela principal rua da vila.Em poucos instantes as crianças foram recolhidas, os velhos se aboletaram nas janelas , as mulheres se esconderam e os homens, divididos em valentões, comuns e covardes, ficaram pelas poucas esquinas e portas dos comércios, fazendo poses e tentando mostrar alguma determinação e hostilidade ao andarilho. Durou pouco aquele medo todo.O estranho localizou a porta da igreja, aberta, e caminhando sem fixar os olhos em ninguém, seguiu diretamente para la.
O trajeto não excedeu os cinco minutos, durante os quais a conversa no barbeiro mudou. De assuntos gerais sobre colheitas, futebol, e incorreções entre uma senhora e seu matrimonio compartilhado com o dono da farmácia, para o estupor da chegada de um invasor. Pior, um miserável,logo na cidade orgulhosa pela ausência de mendigos. Aquilo era insuportável. Se o sujeito estivesse pensando em ficar por ali seria, de alguma forma, varrido para outro lugar, para a beira da rodovia federal, para longe, bem longe.
A conversa no bar, também, mudou para o mesmo objetivo: impedir a permanência daquele nojo ambulante, daquele vagabundo sujo e maltrapilho mais do que o tempo necessário para um copo d’agua.
-Ali não iria ficar nem meia hora! Bradava o filho de um tradicional morador, proprietário de uma fazendinha, na verdade, um sitio, bem pertinho da cidade.O rapaz, grandão e falastrão, era visto como bom partido pelas solteiras, e pouco apreciado pelos pais das mesmas, por sua fama de violento e pretensioso. Pudera, era um dos "ricos", se ter duas dúzias de vacas leiteiras em produção, algumas parcelas em lavoura, pasto, pomar, transforma alguém em rico. Bem, naquele lugar, era.
Ao seu comentário irado, somaram-se outros. Os amigos do falador, lavradores temporários esperando alguma oportunidade, enfim, velhos tão ou mais vagabundos que o desconhecido, foram acrescentando detalhes ao melhor modo de expulsar o intruso, caso ele manifestasse, de alguma forma, a vontade de permanecer na vila.
Os absurdos verbalizados, nem de longe pareciam sair da boca dos fervorosos cristãos de todo domingo, dos piedosos e solidários cidadãos que se reuniam, rapidamente, para desatolar a vaca de algum vizinho, fazer uma visita ao mais recente candidato a moribundo, enfim, gente que sempre procurou mostrar o arrependimento de qualquer eventual pecado, caridade, união pelas boas ações, tudo em conformidade aos sermões e palestras proferidas pelo vigário.
O Andarilho, sem claudicar ou tremer, caminhou fora das calçadas em direção a igreja. Parou diante da porta, trocou o cajado de mão, persignou-se e entrou, caminhando até a primeira fila de bancos. Ainda apoiado no cajado, ajoelhou-se, voltou a persignar-se moveu a cabeça para cima, e fixou os olhos no crucifixo centenário, murmurando uma oração.
O pessoal do bar e do barbeiro chegou e ficou olhando, pelo lado de fora da igreja , acompanhando a atitude e movimentação do maltrapilho.
Poucos instantes depois, algumas velhotas, outras nem tanto, uma ou outra criança, foram se ajuntando aos que já estavam na porta, observando tudo.
A voz do homem era audível, mas as palavras incompreensíveis. O falatório estava na altura exata de ser percebido. A curiosidade do povo, agora quase toda a vila, era enorme.
Alguém lembrou de chamar o padre. Não foi possível. Tinha saído cedo e a igreja estava por conta de uma das dedicadas senhoras da congregação.
Escondida na sacristia atrás do altar, ela observava o mendigo em sua igreja, limpinha, varrida e espanada. Que angustia. Não entendia o que ele dizia, mas via bem a sua cara barbuda, cavada e calma. Aos poucos simpatizou com a figura. Parecia um peregrino.
Sim! Um peregrino rezando em latim. Um homem santo, alguém que não dava valor a coisas materiais e tinha um modo próprio de adorar ao Senhor.
Tão logo entendeu tratar-se de um peregrino, saiu pela porta de trás da igreja e foi contar a novidade as amigas. Ainda não sabia da comoção em toda cidade com a chegada do estranho. Ao contornar a construção santa, percebeu o enorme aglomerado de gente. Aproximou-se e, em voz baixa, pediu silencio para não atrapalhar o peregrino.

-Peregrino? Como assim?

A piedosa congregada, foi recuando e trazendo consigo a populaça, reunida na porta de sua linda igreja, varrida e espanada com fervor.

-Ele está rezando em latim. Que nem o papa! Ele olha pra deus, e parece que fala com ele!

-Mas, como e possível, um mendigo roto, com uma trouxa nas costas ser um peregrino, comentou um dos mais céticos e menos assíduos nas missas.

-E um peregrino sim! Eu conheço! Respondeu a piedosa,cuidadora da igreja.

-E sim! Algumas outras congregadas começaram a repetir, em voz mais alta, chamando a atenção do pessoal mais próximo a porta.

O contestador calou-se.
Num passe de mágica, o maldito, o miserável, o imundo, o invasor, fora transformado em fiel penitente.

O povaréu na porta da igreja foi entrando com cuidado, e se ajeitando nos bancos. Primeiro no fundo ate lotar, completamente, inclusive nas laterais como acontecia todos os domingos deixando o banco do peregrino, que permanecia orando, olhando para a imagem, parecendo desconhecer o que estava se passando.
Nem meia hora após sua chegada a vila, quase toda, estava ali ao seu lado, em oração e respeito.
Em dado momento, o peregrino levantou-se e caminhou em direção ao altar. Apenas alguns passos, seis ou sete, deixando sua trouxa e o cajado no corredor.
Um rumor de surpresa e espanto foi ouvido: Ohhh!
Ninguém saiu do lugar.
O peregrino ajoelhou-se bem perto do crucifixo e começou a rezar, em voz alta e em linguagem compreensível.
Fez a primeira e a segunda mais conhecidas preces, pedindo perdão para os pecados de todos que ali estavam, pedindo saúde, enfim a formula geral de solicitações e petições ao divino, concluindo com um sonoro ámen.
Todos responderam: ámen!
Então uma voz alta e diferente do peregrino ecoou na pequena igreja:

Bem aventurados aqueles que tem fé.
Bem aventurados aqueles que acreditam.
Bem aventurados os de bom coração.
Bem aventurados os que ajudam aos que precisam.
Bem aventurados os que dão, pois irão receber em dobro.
A imagem respondera as preces!
O homem era um santo!
Milagre! Milagre! Milagre!
Gloria! Gloria! Gloria! Gloria!

Uma gritaria formidável, um estupor, dois enfartes, vários desmaios. A choradeira e euforia tomaram conta do ambiente e o peregrino, tão logo a voz se calou, procurou a porta da sacristia saindo em seguida, pela outra, a dos fundos, voltando para a rua.
Abriu a sua trouxa, tirou uma caneca e um prato de alumínio, peças logo arrancadas e disputadas pelos moradores ávidos em lhe dar água e comida. Abençoou a todos quantos beijaram suas mãos.
Agradeceu as roupas limpas e os sapatos substitutos das velhas sandálias.
Fez a barba no barbeiro, tomou banho na casa a piedosa, não recusou a coleta feita em seu nome e apreciou a carona ate a rodoviária.
Uma hora depois da saída do ônibus em direção a capital, sentado na primeira fila ao lado da janela, deu uma conferida na coleta, levantou e avisou ao motorista que iria descer antes, na primeira parada.
Ali mesmo conseguiu outra carona com um caminhoneiro.

Durante a viagem, contou um pouco de sua historia. Era ventríloquo. Trabalhava em circo e teatro. Gostava do que fazia. De vez em quando participava dos grandes espetáculos da semana santa.

Desceu em Brasília.


[Comente este Post]

Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
17/1/2018 às 11h28

 
Sismógrafos

Ao sabor
da Rosa
dos Ventos,

os ponteiros
imantados
da bússola

Ao sabor
da brisa
e as
rosas,

os dedos
encantados
do
poeta

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
17/1/2018 às 10h08

 
La ansiedad

Vital
não é
controlar
a ansiedade
mas
percerber-se
como tal

Jamais
anular
o próprio
silvo

Ansiedade
é a
alma que
desliza
em si
mesma

O crepitar
das chamas

O desdobrar
das rugas
das sedas

As águas
que se
desaguam
per si
para si

Como diria
Bilac:
simplesmente
ouvir as
estrelas...

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
16/1/2018 às 21h46

 
Barrados no baile

Elas
por
elas

Eles
sem
elas

Quem
é
que
vai
segurar
a
vela?

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
16/1/2018 às 09h58

 
Fluxogramas

Assim como
a correnteza
do rio,

o que
se desfaz
mantém-me
vivaz

Pela repulsa
minha mente
pulsa

É desmontando
o brinquedo
que a
criança
brinca

E, provavelmente,
a morte
é quem
nos mantêm
vivos

O tempo
se denota
ao ser
tragado
por ele
mesmo

Paradoxos:
O sal
da filosofia.

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
15/1/2018 às 23h18

Mais Posts >>>

Julio Daio Borges
Editor

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Psychoanalysis and Groups - History and Dialectics
David Rosenfeld
Karnac Books
(1988)



Rumos Culturais da Constelação USA - Um Olhar Verde e Amarelo
Valderez Ferreira Fraga
Manole
(2016)



Amazing Grace
David Wolfe / Nick Good
North Atlantic Books
(2008)



A Ordem Dos Futuros Ricardo Gouveia Ed. 1993
Ricardo Gouveia
Moderna
(1993)



Livro Mecânica Psíquica
W. J. Crawford
Núcleo Espírita Caminheiros do Bem
(1975)



Evangelho De Lucas
Frei Gilberto Gorgulho
Do Autor
(1973)



Livro Infanto Juvenis How To Eat Fried Worms
Thomas Rockwell
Yearling
(2006)



Ação de Consignação Em Pagamento
Erick Linhares
Jurua
(2012)



Desenvolvendo Em Borland C++ Builder 5.0
Adilson de Souza Dias
Ciência Moderna
(2000)



A Beautiful Mind
Sylvia Nasar
Touchstone
(1998)




>>> Abrindo a Lata por Helena Seger
>>> A Lanterna Mágica
>>> Blog belohorizontina
>>> Blog da Mirian
>>> Blog da Monipin
>>> Blog de Aden Leonardo Camargos
>>> Blog de Alex Caldas
>>> Blog de Ana Lucia Vasconcelos
>>> Blog de Anchieta Rocha
>>> Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
>>> Blog de Angélica Amâncio
>>> Blog de Antonio Carlos de A. Bueno
>>> Blog de Arislane Straioto
>>> Blog de CaKo Machini
>>> Blog de Camila Oliveira Santos
>>> Blog de Carla Lopes
>>> Blog de Carlos Armando Benedusi Luca
>>> Blog de Cassionei Niches Petry
>>> Blog de Cind Mendes Canuto da Silva
>>> Blog de Cláudia Aparecida Franco de Oliveira
>>> Blog de Claudio Spiguel
>>> Blog de Diana Guenzburger
>>> Blog de Dinah dos Santos Monteiro
>>> Blog de Eduardo Pereira
>>> Blog de Ely Lopes Fernandes
>>> Blog de Expedito Aníbal de Castro
>>> Blog de Fabiano Leal
>>> Blog de Fernanda Barbosa
>>> Blog de Geraldo Generoso
>>> Blog de Gilberto Antunes Godoi
>>> Blog de Hector Angelo - Arte Virtual
>>> Blog de Humberto Alitto
>>> Blog de João Luiz Peçanha Couto
>>> Blog de JOÃO MONTEIRO NETO
>>> Blog de João Werner
>>> Blog de Joaquim Pontes Brito
>>> Blog de José Carlos Camargo
>>> Blog de José Carlos Moutinho
>>> Blog de Kamilla Correa Barcelos
>>> Blog de Lúcia Maria Ribeiro Alves
>>> Blog de Luís Fernando Amâncio
>>> Blog de Marcio Acselrad
>>> Blog de Marco Garcia
>>> Blog de Maria da Graça Almeida
>>> Blog de Nathalie Bernardo da Câmara
>>> Blog de onivaldo carlos de paiva
>>> Blog de Paulo de Tarso Cheida Sans
>>> Blog de Raimundo Santos de Castro
>>> Blog de Renato Alessandro dos Santos
>>> Blog de Rita de Cássia Oliveira
>>> Blog de Rodolfo Felipe Neder
>>> Blog de Sonia Regina Rocha Rodrigues
>>> Blog de Sophia Parente
>>> Blog de suzana lucia andres caram
>>> Blog de TAIS KERCHE
>>> Blog de Thereza Simoes
>>> Blog de Valdeck Almeida de Jesus
>>> Blog de Vera Carvalho Assumpção
>>> Blog de vera schettino
>>> Blog de Vinícius Ferreira de Oliveira
>>> Blog de Vininha F. Carvalho
>>> Blog de Wilson Giglio
>>> Blog do Carvalhal
>>> BLOG DO EZEQUIEL SENA
>>> Blog Ophicina de Arte & Prosa
>>> Cinema Independente na Estrada
>>> Consultório Poético
>>> Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
>>> Cultura Transversal em Tempo de Mutação, blog de Edvaldo Pereira Lima
>>> Escrita & Escritos
>>> Eugênio Christi Celebrante de Casamentos
>>> Flávio Sanso
>>> Fotografia e afins por Everton Onofre
>>> Githo Martim
>>> Impressões Digitais
>>> Me avise quando for a hora...
>>> Metáforas do Zé
>>> O Blog do Pait
>>> O Equilibrista
>>> Relivaldo Pinho
>>> Ricardo Gessner
>>> Sobre as Artes, por Mauro Henrique
>>> Voz de Leigo

busca | avançada
78788 visitas/dia
1,7 milhão/mês