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Quinta-feira, 3/5/2018
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Go é um jogo mais simples do que imaginávamos

AlphaGo da Google, e agora OpenGo do Facebook. Um inesperado triunfo da moderna ciência europeia sobre a milenar sabedoria asiática: o jogo japonês e chinês foi conquistado por ingleses e californianos. Demorou 20 anos porque a literatura do xadrez era muito superior, capaz de explicar o caminho para a vitória de uma forma que os computadores entenderam facilmente. A literatura do Go era menos precisa, e o domínio do jogo exigiu força bruta.

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Postado por O Blog do Pait
3/5/2018 às 16h10

 
Wild Wild Country

Conheci o Osho há pouco mais de 20 anos. Estava me formando na Poli, manifestava um interesse por Filosofia, e o tio de uma namorada, muito atencioso, me presenteou com um livro do Osho.

Meu interesse, na época, era por Filosofia Ocidental, e meu livro de cabeceira era “Uma História da Filosofia Ocidental”, do Bertrand Russell, que eu cotejava com as aulas de Filosofia Antiga, do professor Roberto Bolzani Filho, na USP.

Sem espaço para o Osho, portanto. Aquele livro, do tio da minha ex-namorada, eu só fui ler quase 20 anos depois, em outra situação. E o livro falou mais comigo pela lembrança e pelo carinho, do tio postiço, do que pela filosofia em si.

Fui assistir “Wild Wild Country” por curiosidade. Tinham falado muito, num dos grupos de WhatsApp de que participo. E havia lido um texto sobre a tal Sheela, em que a pessoa se dizia muito impressionada pela figura dela, apesar de todo o mal perpetrado etc.

O que me impressionou, nos primeiros capítulos, foi o sonho, recorrente, de fundar uma cidade, e de refundar a humanidade, no processo. Me ocorreram desde a República, de Platão, até a Utopia, de Thomas Morus, passando pela experiência de Robert Owen, que um professor de História nos contava na escola, até Brasília.

Como brasileiro conhecedor do experimento de Juscelino, eu sabia que Rajneeshpuram - literalmente a cidade do Osho (Rajneesh) -, fundada nos anos 80, no estado de Oregon, nos Estados Unidos, seria um fracasso desde o início.

Mas o Osho acreditou, e seus comandados - e levaram milhares de pessoas para lá.

A própria Filosofia nos ensina que, apesar da beleza - sublime - da sua “República”, Platão não foi bem-sucedido quando tentou implementar suas políticas em Siracusa.

E do pouco que conheço de filosofia política é infinitamente mais recomendável estudar as conclusões de Maquiavel, que simplesmente estudou a prática, do que embarcar num sistema “desenhado” (designed) sem base na realidade.

Se o projeto de Brasília pode soar discutível para alguns, eu convido os resistentes a examinar qualquer projeto de “utopia socialista”, sendo o mais próximo de nós, o do PT, sob cujas consequências estamos vivendo até hoje, 2018, final do mandato do Vice da Dilma.

Para qualquer brasileiro maior de idade, que tenha vivido no país, dos anos Lula pra cá, e que não tenha sua inteligência obliterada pela ideologia, considero autoevidente que qualquer tentativa de “refundar” a sociedade - à esquerda, à direita ou ao centro - seja um total disparate e que não merece a nossa consideração.

Mas Osho acreditou; e seus seguidores - e levaram milhares de pessoas pra lá...

Se eu me decepcionei com Osho? É claro que sim. Não basta ser um guru? Tornar-se sábio, ter seus livros publicados, ser consagrado até fora da Índia? Para que fundar uma cidade? Ainda mais nos Estados Unidos? E para que “refundar” o Homem? Que diabo que pretensão é essa? E que delírio?

Não; não consegui admirar a Sheela. Para mim, ela nunca passou de um leão-de-chácara do Osho. Aquele capanga, ou personagem meio mafioso, que todo idealista, ou líder benevolente, tem, para fazer o serviço sujo, enquanto se mantém puro, limpo ou quase isso.

No documentário, Sheela tem ideias próprias: acha que, além de administrar Rajneeshpuram, pode interferir até no destino do próprio Osho - até que dá tudo errado, ela foge com seus comandados; ele não a perdoa, rompe seu voto de silêncio, de anos - e o mundo assiste a uma troca de acusações nada edificante.

Para mim, é o pior momento do Osho: quando ele tem de dizer que não teve nada com ela, nenhum envolvimento homem-mulher, que ela está drogada, usou drogas pesadas etc. E Sheela devolve, chamando Osho de “manipulado” - sob efeito de um novo círculo, que não quer o seu bem, até deseja a sua morte etc.

O bate-boca é suficiente para o governo dos Estados Unidos interferir e terminam ambos presos, mais pessoas próximas do círculo de Sheela.

No caso de Osho, ele aceita um acordo, assume a culpa por crimes ligados a imigração ilegal, enquanto retorna à Índia. Já Sheela cumpre prisão, sem atenuantes, e termina liberada na Europa, onde vive até hoje.

Osho termina tão desiludido da vida que quer ser esquecido. Desiste do próprio nome, “Bhagwan”. Quer ser “ninguém”. Não quer ter nome. Até que alguém sugere, justamente, “Osho” - que, em japonês, quer dizer “mestre”.

Bhagwan morre em 1990, mas Osho vira uma marca. Até hoje.

O documentário, da Netflix, não se decide por uma conclusão positiva ou negativa, do Osho e até de Rajneeshpuram. Termina com a Sheela, que montou um asilo. Arrependida?

Gurus foram moda, sobretudo nos anos 60. E até os Beatles caíram...

Quando resolveram ir embora da Índia, John Lennon resolveu testar o guru - Maharishi - para ver se ele sabia (por que eles iam). Lógico que ele não sabia.

Lennon fez “Sexy Sadie” para ele: “What have you done? O que você fez? You made a fool of everyone. Você fez todo mundo de bobo...”

Fast-forward para 2018. E as pessoas, no Brasil, continuam seguindo gente como “A Monja”, Karnal, Pondé... como se fossem gurus...

“Sexy Sadie. You laid it down for all to see... Você pôs tudo abaixo - para que todo mundo visse...”

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Postado por Julio Daio Bløg
2/5/2018 às 09h02

 
Um velho adolescente

Descobri recentemente, mais precisamente no sábado passado, que sou um velho adolescente.

Isso porque me peguei grudado a tarde toda num livro da Thalita Rebouças.

A visão da escritora me fez voar, imaginar situações, me perder em dilemas, num passeio raso d’água nos olhos, encarar alguns medos eternos, até sentir novamente as transformações.

Thalita escreve para mulheres de um modo tão próximo e profundo, que conseguiu, por momentos, me transformar num velho adolescente menina.

Foi um despertar, pouco antes, na minha retina cansada, guardava a adolescência como se fosse a estátua de Antínoo, dura, fria, calada, mas eternamente jovem.

No livro, logo me identifiquei com a personagem, uma garota sem dotes de beleza, um tanto desleixada, dona dos cabelos ruins e peso acima do ideal.

Outras semelhanças apareceram durante a narrativa: a menina ouve música para sentir vontade de chorar.

Fiz isso recentemente, sem motivos aparentes, lágrima libertária, não de agonia, envolta numa música antiga e besta, de um cantor que eu desprezava quando adolescente, o Biafra, naquela parte que ele afirma existir um licor a mais no bombom.

Homem não chora! Uma ova, chora sim, mesmo na maturidade.

Trago ainda guardado alguns costumes de quando adolescente; usar roupa velha e rasgada em casa e desligar o mundo, ler, ouvir música, assistir séries de TV; visitar fotos antigas e me espantar: nossa, quando foi isso? Eu era magro em 87.

Creio, com sinceridade, envelheci bem, eu era muito feio na adolescência, e fazia bullying comigo, me olhava no espelho e dizia, “tu é horrível, desajeitado, seu cabelo ruim lembra nuvens de tempestades”, e depois ria da própria desfaçatez.

Hoje me acho bonito, mesmo quase sem cabelos – algo libertador, no meu caso – e com essa barba rala que não tem nada a ver com rebeldia, é coisa de vaidade mesmo.

Se existe algo bastante mudado é a minha capacidade atual de me amar, de olhar para o espelho e afirmar: cara, você está lindo!

Narciso me incorpora todas as manhãs.

Ser adolescente é dolorido para todos, mas, para as meninas, Thalita me ensinou que o baque é maior; a transformação para mulher requer o apego o quanto antes à maturidade; a menstruação é um sinal assustador, noves fora o crescimento dos seios, do quadril, e os olhares ameaçadores que começam a surgir em volta, de repente, sem avisar.

Thalita Rebouças é doutora no assunto.

Declaro, no entanto, o sofrimento do eu menino daquela época.

De repente, espalharam-se em mim as espinhas, a espantosa percepção das curvas do avesso, das medidas, de cada detalhe: a menina franzina e irritante, moradora da vizinhança, de repente se tornou uma encantadora fêmea fatal, me fazendo suspirar profundamente.

Será que ela ainda se lembra de mim?

Era um tempo de solidão, de descobrir detalhes nunca antes imaginados; a luz da lâmpada atraia os insetos, medrava a escuridão, mas nada afastava alguns pensamentos.

Fui salvo pela erudição: muito mais do que banho gelado, a leitura acalmava a febre.

Quase adulto, imaginava a maturidade tal e qual a quinta sinfonia de Beethoven, a reta final, da qual queria distância.

No entanto, cá estou.

Acho que Biafra me fez chorar por causa disso: o licor ainda vivo, perdido em meio ao bombom.

Imagino Beethoven, mas escuto Biafra.

“O que sai de mim vem do prazer, de querer sentir o que eu não posso ter...”, o que ele quis dizer com isso?

As folhas da árvore da minha adolescência ainda tremem, esparramam o orvalho no soprar do vento, pingos daquela mesma chuva que me arrancou o sono, restando em mim o pensamento incerto: será que existe por ai outro adolescente velho, quieto e atento, tal e qual a estátua de Antínoo, ouvindo, entrelaçado por pequenos tremores, a sinfonia de Beethoven?

Fechei a última página, já sentindo saudades da menina do livro e à procura do resto de licor perdido dentro do bombom.

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Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
1/5/2018 às 12h14

 
Um velho adolescente

Descobri recentemente, mais precisamente no sábado passado, que sou um velho adolescente.

Isso porque me peguei grudado a tarde toda num livro da Thalita Rebouças.

A visão da escritora me fez voar, imaginar situações, me perder em dilemas, num passeio raso d’água nos olhos, encarar alguns medos eternos, até sentir novamente as transformações.

Thalita escreve para mulheres de um modo tão próximo e profundo, que conseguiu, por momentos, me transformar num velho adolescente menina.

Foi um despertar, pouco antes, na minha retina cansada, guardava a adolescência como se fosse a estátua de Antínoo, dura, fria, calada, mas eternamente jovem.

No livro, logo me identifiquei com a personagem, uma garota sem dotes de beleza, um tanto desleixada, dona dos cabelos ruins e peso acima do ideal.

Outras semelhanças apareceram durante a narrativa: a menina ouve música para sentir vontade de chorar.

Fiz isso recentemente, sem motivos aparentes, lágrima libertária, não de agonia, envolta numa música antiga e besta, de um cantor que eu desprezava quando adolescente, o Biafra, naquela parte que ele afirma existir um licor a mais no bombom.

Homem não chora! Uma ova, chora sim, mesmo na maturidade.

Trago ainda guardado alguns costumes de quando adolescente; usar roupa velha e rasgada em casa e desligar o mundo, ler, ouvir música, assistir séries de TV; visitar fotos antigas e me espantar: nossa, quando foi isso? Eu era magro em 87.

Creio, com sinceridade, envelheci bem, eu era muito feio na adolescência, e fazia bullying comigo, me olhava no espelho e dizia, “tu é horrível, desajeitado, seu cabelo ruim lembra nuvens de tempestades”, e depois ria da própria desfaçatez.

Hoje me acho bonito, mesmo quase sem cabelos – algo libertador, no meu caso – e com essa barba rala que não tem nada a ver com rebeldia, é coisa de vaidade mesmo.

Se existe algo bastante mudado é a minha capacidade atual de me amar, de olhar para o espelho e afirmar: cara, você está lindo!

Narciso me incorpora todas as manhãs.

Ser adolescente é dolorido para todos, mas para as meninas, Thalita me ensinou que o baque é maior; a transformação para mulher requer o apego o quanto antes à maturidade; a menstruação é um sinal assustador, noves fora o crescimento dos seios, do quadril, e os olhares ameaçadores que começam a surgir em volta, de repente, sem avisar.

Thalita Rebouças é doutora no assunto.

Declaro, no entanto, o sofrimento do eu menino daquela época.

De repente, espalharam-se em mim as espinhas, a espantosa percepção das curvas do avesso, das medidas, de cada detalhe: a menina franzina e irritante, moradora da vizinhança, de repente se tornou uma encantadora fêmea fatal, me fazendo suspirar profundamente.

Será que ela ainda se lembra de mim?

Era um tempo de solidão, de descobrir detalhes nunca antes imaginados; a luz da lâmpada atraia os insetos, medrava a escuridão, mas nada afastava alguns pensamentos.

Fui salvo pela erudição, muito mais do que banho gelado, a leitura acalmava a febre.

Quase adulto, imaginava a maturidade tal e qual a quinta sinfonia de Beethoven, a reta final, da qual queria distância.

No entanto, cá estou.

Acho que Biafra me fez chorar por causa disso: o licor ainda vivo, perdido em meio ao bombom.

Imagino Beethoven, mas escuto Biafra.

“O que sai de mim vem do prazer, de querer sentir o que eu não posso ter...”, o que ele quis dizer com isso?

As folhas da árvore da minha adolescência ainda tremem, esparramam o orvalho no soprar do vento, pingos daquela mesma chuva que me arrancou o sono, restando em mim o pensamento incerto: será que existe por ai outro adolescente velho quieto e atento, tal e qual a estátua de Antínoo, ouvindo, entrelaçado por pequenos tremores, a sinfonia de Beethoven?

Fechei a última página, já sentindo saudades da menina do livro e à procura do resto de licor perdido dentro do bombom.

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Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
1/5/2018 às 12h14

 
Carne & Unha


entre
nós

Os
laços
não
se
desatam

sem
unhas
nos
dedos

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Postado por Metáforas do Zé
29/4/2018 às 12h15

 
T(r)ato do olhar

As cores
Estão
Para
O
Motivo
Assim
Como
O
Clima
Está
Para
A
Paisagem

Eis
A
Era
Das
Texturas

Quando
Da
Maturidade
Das
Aquarelas
Teu
Corpo
Se
Revela

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Postado por Metáforas do Zé
28/4/2018 às 08h46

 
Escriturar=costurar

Escrever é costurar-se
Às coisas, à mesa,
Ao solo, ou
A mim mesmo

Para que
Os
Ventos,
Correntezas,
Palavras
Não me
Carreguem

Escriturar-se...
Ou costurar-se
Ao lombo
Do
Mundo...

... escriturar-se
Aos
Ventos
É
O mesmo
Que
Bordar
Bandeiras,
Enquanto
Elas
Ondulam

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Postado por Metáforas do Zé
26/4/2018 às 09h43

 
Pierrô

Xadrez é
minha alma

Dia e noite
Seco e molhado
Sol e chuva
Plano e profundo
O movimento
e o
estático
Agridoce
Doce e salgado
alegre e triste
Movimento
binário...

Crespa e lisa
como o
mar,
um espelho ou
encapelado
Nuvem e sol
Fosco e cristalino
A descoberta
e a mesmice
Revelação
e segredo
O óbvio e o
complexo
Sístole e
diástole
Côncavo e
convexo
Simples e
complicado
Sonho e
realidade
Curvas e
retas
Prisão e
liberdade
Solução e
labirinto
Luz e
sombra
Amor e
ódiio
Drama e
comédia
Sagrado e
profano
Divino e
repugnante
Voador e
rastejante
Sólido e
líquido
Ventilado e
asfixiante
Vento e
brisa
Cru e
cozido
Palavra e
despalavra
Construido e
demolido
Função e
desfunção
Interrogação e
exclamação
Exclamação e
interrogação
Ponto final
e etc e
tal

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Postado por Metáforas do Zé
22/4/2018 às 08h57

 
Lugar comum

A descoberta
tem seus
limites
- a surpresa,
o espanto...-

Assinar-lhe
a propriedade
é cavar
o próprio
cativeiro

As paisagens
são de
todos

Os pássaros
que o
digam

As mãos
ansiosas
em apropriarem-
se dos
ventos
que ventilem
a lição

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Postado por Metáforas do Zé
21/4/2018 às 23h42

 
Os galos

Para Luiz Ventura

Compondo a plumagem das tintas,
os galos cantam as cores das aves terrenas
diante do sol iluminando brasilidades
que acolheram caravelas portuguesas
e sonoridades d’África.

Esses galos rememoram
a tecelagem do dia no poema de João Cabral.
E antigos quintais de Belchior.

Um deles canta as aflições de São Pedro.

E todos sonorizam angústias humanas
levando matizes de esperança
aos sertões e cidades.

Ante as dobras da noite,
os galos costuram a manhã
nas Três Marias pontuadas no chapéu do Setestrelo.
Por encantação, as três estrelinhas
se transformam em asas festejando o sol.
Na madrugada, elas são lamparinas
guiando o chapéu do Conselheiro do Nordeste.

Então, compondo tintas do sono,
os galos dormem para redobrar
as cores do canto do dia seguinte.


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Postado por Blog da Mirian
21/4/2018 às 16h56

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