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Quarta-feira,
17/7/2019
Blog da Mirian
Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
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Pelagem de flor IV: AZUL
Acariciado por madressilvas no lugar das rédeas,
o cavalo azul encontrou par. E em cópula
atravessou a noite.
Que se tornou leito enluarado.
Chegando das selvas de junco,
o deus de anil repousa do coito ininterrupto.
E em campo de feno, ganha forças
do desejo em recomeço.
Plumas de pavão envolvendo-lhe o corpo;
atravessando rios, ele domina a sede,
para galopar dia e noite o corpo da fêmea.
Patas azuis, olhos de andorinha
cavalgando hortênsias. AZUL, ele veio do mar.
Às origens do êxtase, sempre retornará.
(Do livro O camaleão no jardim )
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17/7/2019 às 08h41
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Pelagem de flor IV: AZUL
Acariciado por madressilvas no lugar das rédeas,
o cavalo azul encontrou par. E em cópula
atravessou a noite.
Que se tornou leito enluarado.
Chegando das selvas de junco,
o deus de anil repousa do coito ininterrupto.
E em campo de feno, ganha forças
do desejo em recomeço.
Plumas de pavão envolvendo-lhe o corpo;
atravessando rios, ele domina a sede,
para galopar dia e noite o corpo da fêmea.
Patas azuis, olhos de andorinha
cavalgando hortênsias. AZUL, ele veio do mar.
Às origens do êxtase, sempre retornará.
(Do livro O camaleão no jardim )
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17/7/2019 às 08h41
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Pelagem de flor IV: AZUL
Acariciado por madressilvas no lugar das rédeas,
o cavalo azul encontrou par. E em cópula
atravessou a noite.
Que se tornou leito enluarado.
Chegando das selvas de junco,
o deus de anil repousa do coito ininterrupto.
E em campo de feno, ganha forças
do desejo em recomeço.
Plumas de pavão envolvendo-lhe o corpo;
atravessando rios, ele domina a sede,
para galopar dia e noite o corpo da fêmea.
Patas azuis, olhos de andorinha
cavalgando hortênsias. AZUL, ele veio do mar.
Às origens do êxtase, sempre retornará.
(Do livro O camaleão no jardim )
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17/7/2019 às 08h41
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Pelagem de flor III: AMARELO
Das sementes da papoula floresceu
o pelo-de-topázio. Carregando fardo ameno,
ele resfolega atento ao que lhe pulsa
entre as veias e as costas.
Molhando-lhe o dorso, escorre a seiva
da amazona de lírios, que ao repouso
lhe roça o falo com sedução.
E lábios de pétalas.
Vindo do Leste, ele acorda os pássaros.
Meu cavalo da manhã despertando
para o coito.
Meu cavalo de sol carregando
a vida. Que o recebe em berço
de gozo.
(Do livro O camaleão no jardim
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6/7/2019 às 08h48
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Pelagem de flor II: NEGRO
Nas manhãs nunca fora visto.
Nunca fora visto nas tardes do jardim.
Chegara o visitante notívago. Meu animal lendário
exibindo pelagem de negrume.
Da escuridão, ele chegara. Mas os hábitos
das flores noturnas não o queriam fúnebre.
Nem a madrugada em seu corpo
o queria temido.
Descendo-lhe o dorso de sombras,
o manto de narcisos luzindo sedas.
Luzindo texturas de carícia.
Ao bicho dos eclipses, as cores
da noite o faziam lânguido.
Acendendo-me desejos.
(Do livro: O camaleão no jardim)
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23/6/2019 às 08h59
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Pelagem de flor I: VERMELHO
Em alameda livre, saltam meus cavalos
de carmim. Saltam com narinas afeitas
ao que vive ao redor da casa.
E ao redor dos limites do portão.
Eriçando a pele, meu cavalo de rosas
respira. Do mundo da fábula, chegou-me
este centauro de corolas abertas. Afoita cauda
correndo atrás do vermelho da crina.
À procura de pouso e fêmea,
meu cavalo do verão se olha
no lago das chuvas.
Lambendo a imagem desfeita,
ele ergue imenso falo. E a tarde
o amansa às horas de lascívia.
Do livro O camaleão no jardim.
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8/6/2019 às 09h29
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Direções da véspera V
Ao longe, o aeroporto se reconta
nos mitos dos roteiros permanentes.
Ansiando merecido pouso, minha aeronave de papel
retorna do trajeto diurno.
Olhando as ruas, projeto aterrissagem
em terra amiga. No fundo dos mares
ressonam estrelas. E náufragos.
“A canoa virou / Deixaram ela virar”.
No relevo da cidade, farejo travessias.
Ao desajeito dos meus versos, canto
utopias e cantigas de roda.
(Do livro Travessias
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28/4/2019 às 09h59
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Direções da véspera IV
Fora-se o brilho dos tempos dourados.
Em esquiva das penas, o viajante sorvia
insânia. E se alimentava da própria carne.
Naqueles lugares de angústia, – entre mortos
e feridos – salvou-se a Arca de Noé.
Os homens? Se salvariam?
Alguns perderam a memória. Outros,
na pele gravaram lembranças.
No calendário, mudaram-se as datas.
Mas, que vestígios são esses
no miolo do pão, esfriando sempre?
(Do livro Travessias
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6/4/2019 às 09h12
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Direções da véspera IV
Fora-se o brilho dos tempos dourados.
Em esquiva das penas, o viajante sorvia
insânia. E se alimentava da própria carne.
Naqueles lugares de angústia, – entre mortos
e feridos – salvou-se a Arca de Noé.BR>
Os homens? Se salvariam?
Alguns perderam a memória. Outros,
na pele gravaram lembranças.
No calendário, mudaram-se as datas.
Mas, que vestígios são esses
no miolo do pão, esfriando sempre?
(Do livro Travessias
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6/4/2019 às 09h12
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Direções da véspera III
Da terra de origem, guardei objetos
e imagens. Travesseiro. Cartas.
Minha figura-de-proa carregando emblemas.
Contando estórias de garrafas.
Ressuscitando moribundos.
Valeu a pena esse rosário de travessias
desbravando as entranhas? Valeu a pena
esse rosário de navios desbravando becos?
Meu reino e meu cavalo por um verso!BR>
Fugindo da cólera dos deuses, a poesia
se arrebenta nas calçadas. Sobrevive?
(Do livro Travessias)
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Postado por Mirian de Carvalho (e-mail: [email protected])
17/3/2019 às 10h40
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Julio Daio Borges
Editor
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