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Sexta-feira, 26/2/2016
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Um atelier digital

Parte essencial dos métodos em um atelier "digital" é proteger os giclées impressos com um verniz específico.


Garante proteção extra à superfície impressa contra poeira e abrasão.

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Postado por Blog de João Werner
26/2/2016 às 11h25

 
Tarantino acabou

E acabou há muito tempo. O fanatismo de cinéfilos (sic) que se dane! “Os oito odiados” é o ocaso de um cinema repetitivo, sem o frescor de 1993 (“Cães de aluguel”) e 1994 (“Tempos de violência”) – já li isso em algum lugar, não lembro, e, como está certo, repito aqui. Tarantino anunciou parar de filmar em breve. Ninguém (o fanatismo que se dane 2) lembrará dele além desses dois filmes.

Vocês lerão dezenas de comentários sobre as técnicas, as influências, as retomadas temáticas, o aspecto teatral, etc etc etc. Como já disse, eu não faço isso. Na verdade, nem sei fazer esse desfile de pseudo conhecimento cinematográfico. Cinéfilo (exceções, sempre) não entende de cinema. Quem muito tem o que comentar é porque não sabe parar seu desfile de cabrocha “que vê muito filme” e esquece o cinema como “sintoma” do mundo do qual ele faz parte.

Quando vi “Cães de aluguel” e “Tempos de violência” fiquei tomado por uma sensação de que algo realmente novo estava vicejando na cultura contemporânea. Mas, ao mesmo tempo, sabíamos que ali havia muito do cinema anterior e das várias “colagens” estéticas que a cinematografia proporciona.

Evidentemente, não era apenas isso. Havia também um certo rompimento com uma ideia “negativa” do pastiche, da bricolagem, da ideia de autor. Não era apenas a “nostalgia de estilos mortos” que se repetiam[1], mas a possibilidade de, dentro dessas características estéticas, fazer surgir uma imagem cinematográfica que delas se aproveitando, lançava algo novo a ser percebido, uma estética, talvez, de acordo com um espírito contemporâneo que se apropria de estilos já existentes, mas que neles não se encerra.

Garoto, aos 18 anos, recém adentrando os portões da faculdade, os dois filmes coincidiam com o auge, em algumas faculdades de comunicação, da ideia de pós-modernidade, da qual aquelas características acima fazem parte. Para essa ideia, Tarantino era um pós-moderno por excelência.

E talvez fosse. Mas, talvez, para nós – e ainda hoje para mim – ele não se encaixava, naquele período, perfeitamente na condição de mero recitador de estilos e referências. Era bem possível pensar que, se ele estava naquela época de acordo com esse espírito contemporâneo, ele teria ido além da mera noção da referência ao passado como cópia.

Mas é no que se tornou agora. Seu último filme não é apenas inconstante, é acima de tudo, a perfeita reprodução, como os anteriores já foram, de uma estética contemporânea que faz referência a outros e a si como fundamento de sua representação. Tarantino sucumbiu ao criacionismo de si mesmo e acabou se auto-implodindo ao som de Ennio Morricone.

Uma das melhores críticas e comentários que vi sobre o diretor e sobre um de seus filmes foram feitos pelo saudoso Daniel Piza : “o curioso a respeito do novo filme de Quentin Tarantino, ‘Bastardos Inglórios’, é que até seus mais ardentes admiradores o levaram a sério de uma forma que ele próprio satiriza”. Piza estava criticando o tom sempre muito canônico com que fãs do cineasta tratavam seu cinema e demonstrava como a boutade de Tarantino era essencial para a compreensão de sua cinematografia.

É isso. Tarantino deixou, depois dos dois primeiros filmes da década de 90, de ser um Sátiro que poderia, a partir de sua boutade imagética, nos surpreender além da repetição de uma imagem contemporânea que nos imprimia cópias sem graça de imagens anteriores.

Curioso perceber como na exibição de seus filmes, especialmente desse último, os espectadores tendem a rir, gargalhar, mais do que se surpreender, mesmo em suas cenas propositalmente kitsch de violência.

Em muito isso é uma provocação do diretor, mas isso também diz muito da condição do cinema e não apenas das famosas misturas de gêneros de Tarantino, mas, especialmente, como o espectador participa nesse mundo imagético de um conteúdo esperado, necessariamente identificador de um fazer técnico já assimilado (isso existe em “Tempos de violência” e “Cães de aluguel”, mas, percebam lá como isso tinha o gosto de uma novidade que extrapola a nostalgia das referências, daí talvez nosso riso mais contido nesses filmes, daí nosso “espanto” ao vê-los naquele momento. Datou, porque se tornou standard, e a indústria também, evidentemente, faz parte disso).

O espectador sempre quis, pelo cinema, a evasão necessariamente egóica de um mundo que o ignora, de um caos que parece não lhe dizer respeito, de uma contingência inelutável. Tarantino nos dá tudo isso. E nós espectadores nos deleitamos com sua repetitiva implosão de si mesmo e com nossas repetitivas gargalhadas “terapêuticas”[2] e histriônicas. Isso é um certo tipo de fanatismo. Ah! O fanatismo que se dane.

________________________________________ [1] JAMESON, Fredric. Pós-modernidade e sociedade de consumo, Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n. 12, p. 16-26, jun. 1985.
[2] CHAVES, Ernani. Inconsciente ótico e função terapêutica do cinema. In: COUTO, Edvaldo Souza; MILANI, Carla Damião. (Orgs.). Walter Benjamin: formas de percepção estética na modernidade. Salvador: Quarteto, 2008. p. 127-139.

Uma versão deste texto foi publicada em Relivaldo Pinho

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Postado por Relivaldo Pinho
26/2/2016 às 02h09

 
Entrevista Anti-Crise

Julio,

Como eu temia, as perguntas que você elaborou para a entrevista são dirigidas a quem está atravessando a "crise" no Brasil, e portanto, como eu não resido no Brasil atualmente, fica um pouco difícil responder com o sentido almejado. No entanto, como eu acho que a "crise" Brasileira não é coisa recente ou de curto prazo (o buraco é mais embaixo...), vou tentar responder tentando fazer aflorar esse foco, e talvez assim uma contribuição minha para o "grupo anti-crise" possa fazer sentido. Dependendo do resultado, fica a seu critério como editor publicar ou não. Vamos lá:
Nota Posterior:Você pediu que publicássemos as entrevistas em nosso blog...


Entrevista AntiCrise: Claudio Spiguel

1. Conte um pouco de você e da sua atividade.


Tenho 67 anos, e estou aposentado há 13 anos. Sou Engenheiro pela Escola Politécnica da USP (como o Editor Júlio, só que um pouquinho mais velho... :-), e sou Doutor em Ciência de Computação pela Universidade de Michigan, nos EUA. Fiz minha vida e carreira profissional nos EUA, e me aposentei como Vice Presidente Corporativo e CIO (Chief Information Officer) da firma farmacêutica Astrazeneca, Inc. e como Professor Titular de Gerência Estratégica de Informação na Escola de Economia e Administração de Empresas da Universidade de Delaware. Hoje em dia minhas atividades se enquadram praticamente todas dentro do voluntarismo, por exemplo como Rotariano que sou há 11 anos, empregando minha experiência em Gerência de Projetos para assessorar iniciativas de aplicação de recursos pela Fundação Rotária Internacional em projetos que visam melhorar as condições de vida em comunidades em alto risco social ao redor do mundo. Participo também da Diretoria de tres entidades de ensino e administração sem fins lucrativos, e sou mentor no colegial local de alunos especiais no tema de como ter sucesso em uma carreira profissional. Mas considero minha atividade principal participar com minha esposa por 44 anos, Cristina, do crescimento dos nossos OITO netos, seis dos quais residem na mesma cidade que nós, Gainesville, na Florida, EUA.

2. Como a "crise" afetou você nos últimos tempos?

Antes de responder esta, é preciso definir a "crise". A crise no Brasil é crônica, desde que eu me entendo por gente. A atual administração apenas fez por exacerbar e oficializar o mar de lama que sempre correu por baixo do verniz. Essa crise crônica se nutre, na minha opinião, através de três maldições principais: a) Um total descaso e consequente pífio investimento em educação e conhecimento, que resulta em uma falta de educação generalisada em uma grande porcentagem da população; b) Um total desrespeito ao mérito e ética de trabalho. Sucesso no Brasil não é determinado por experiência e realizações, mas sim por em quantas cabeças se pisa na subida. Competência no Brasil não dá frutos... competência no Brasil incomoda; c) Um deboche completo às Leis do País, acoplado a um sistema de (in)justiça corrupto e risível. As consequências mais óbvias disso são a impunidade, e o famoso "jeitinho" Brasileiro... estas, na minha opinião, são as perdições do Brasil.
Assim definida a "crise", nem é preciso dizer como ela afetou, e ainda afeta, não só a mim, mas a todos os Brasileiros.

3. Como você está reagindo à crise? (Quais medidas adotou para se defender dela?)

Eu simplesmente saí do Brasil... na verdade saí do Brasil três vezes... a primeira, esperançoso e de certa maneira ingênuo, para estudar e aprimorar e aprofundar meu conhecimento; a segunda, decepcionado, mas sabendo que existem sociedades que funcionam a despeito dos problemas humanos que a pressionam; a terceira, há apenas alguns anos, cansado de tentar ajudar e com as mãos sangrentas de dar murro em ponta de faca, e saudoso da proximidade com filhos e netos. Não me orgulho de ter saído do Brasil, mas o trem da oportunidade passa na estação apenas algumas vezes na vida... se a gente não pula nele, ele passa e não volta. A vida é o que se faz dela...

4. Conhece outras pessoas na mesma situação? (Se sim, como elas estão fazendo para atravessar o momento?)

Muitas... todos os Brasileiros com quem interajo no exterior manifestam-se como se estivessem fugindo de situações impossíveis. E, sem exceção, pelo menos os que eu conheço são pessoas de bem, que querem estudar e trabalhar seriamente, progredir, e sentem que não há condições de fazê-lo no Brasil. Isso causa um problema sério de evasão de cérebros capazes, e uma espiral descendente que imortaliza a crise crônica descrita em 2. acima.

5. Você conhece alguém que - apesar da crise - está conseguindo se desenvolver de alguma forma? (Se sim, o que essa pessoa está fazendo de diferente?)

Sim... todos que eu mencionei em 4. acima, e uns poucos amigos no Brasil que dispõe de uma situação financeira que permite que eles "naveguem" acima das vicissitudes e dos altos e baixos do caos econômico que se instalou por conta da incompetência corrupta da liderança atual. Quanto ao "o que fazem diferente", acho que isso se resume a obedecer uma ética de trabalho decente e honesta.

6. Quais são as grandes "lições" desta crise, até agora, para você?

A maior lição da crise atual, no meu entender, é a corroboração de que com coisa séria não se brinca. Coisa séria, assim, como eleger um Presidente da República. Eu me lembro que um dos slogans usados pela liderança atual era "A Esperança Venceu o Medo"... Eu nunca entendi como pode haver Esperança em eleger incompetência para cargo de tamanha responsabilidade. E no caso do Brasil, ainda por cima uma incompetência corrupta e mal-intencionada. E quanto ao Medo, eu também nunca entendi... Medo... de que? Ficam aí as perguntas...

7. Acha que a crise, do jeito que está, vai longe (ainda)?

Infelizmente sim... pois como defini acima, a crise é crônica. Mas toda a corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco, e no caso do Brasil, o único elo que pode ser quebrado é através de investimento sólido na educação da população em geral. Medidas nesse sentido são cronometradas em gerações, portanto levam um longo tempo... a ver...

8. Como acha que o Digestivo pode ajudar você nesta travessia?

O Digestivo me ajuda muito como um canal de comunicação com e informação sobre o Brasil. Sou um dos blogueiros, e, portanto, o Digestivo também funciona como uma válvula de escape para mim direcionada ao Brasil. Continuar a ler e escrever em Português me ajuda a manter viva a língua mãe, e ensinar meus netos a serem bilíngues desde a tenra idade, o que no mundo de hoje é uma característica importante.

9. Se pudesse pedir alguma ajuda aos Leitores do Digestivo - para deslanchar seus projetos -, o que você pediria?

Gostaria de pedir que continuassem lendo meus posts. Publiquei durante o ano passado uma série de 13 artigos no blog contando uma História da Tecnologia da Informação, vista através das lentes da minha carreira profissional. Recebi muitos comentários elogiosos, e foi motivador... quem já leu, comente mais... quem não leu, leia e comente... é disso que vive um escritor amador. Este ano pretendo escrever sobre outros assuntos também... leiam e comentem... será um prazer interagir com TODOS os leitores!

10. Quais são seus links, seus contatos? Enfim, onde os Leitores podem encontrar e contatar você?

Além de através do Digestivo, eu posso ser contatado no seguinte e-mail:
claudio.spiguel@gmail.com

Obrigado ao Digestivo Cultural na pessoa de seu Editor Chefe, Júlio Daio Borges, pela oportunidade de expor meus pensamentos através desta entrevista.



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Postado por Blog de Claudio Spiguel
25/2/2016 às 22h06

 
A imposição da fé

Começo a escrever esse texto com o cuidado de quem dirige por uma estrada íngreme em dia de chuva.

Pretendo confessar: detesto música gospel, que considero insuportável e enfadonha.

Também não gosto de cebola, só que ninguém me obriga a comer cebola, enquanto a música gospel sou obrigado a ouvir em diversos locais públicos. Um amigo reclamou dias atrás: “nos coletivos urbanos tem sempre um chato com o rádio no último volume”.

Eu já disse, mas não custa repetir: não tenho nada contra quem é religioso, até os invejo um tantinho, eles que saem de casa aos domingos à noite no intuito de louvação, enquanto eu mantenho meu corpo esticado no sofá, vendo futebol e bebendo cerveja.

Noves fora os exploradores da fé, claro que percebo que a maioria das pessoas religiosas são bem intencionadas, pratica a caridade aliada à fé e isso eu respeito.

O que me incomoda é o excesso de alguns, a insistência em querer demonstrar, inclusive através dessa música insuportável, a salvação, mesmo para quem, como eu, está se lixando para ela.

Conheço um bocado de gente estranha que afirma possuir assento cativo no paraíso, e se elas vão para lá, prefiro ficar por aqui.

Tenho o mau hábito de encontrar absurdos onde outros enxergam normalidade. Como explicar à minha razão esses excessos de reza sem caminhar pelos campos da histeria coletiva?

E se estou errado, me perdoe setenta vezes sete, como Jesus ensinou, desculpe a minha falta de jeito com as coisas do divino e entenda que nunca fui apegado à religião.

Meu nome é espírita, minha mãe que escolheu, mas dona Dalva nunca se firmou num único segmento religioso, e ainda hoje carrega aquelas lágrimas finas nos olhos que se têm quando a fé é maior do que dogmas. Assim, ela crê em todas as crenças, por mais paradoxal que isso possa parecer: oxalá, namastê, amém, ela sempre diz.

Quando criança, ficava encantado com aquelas manchinhas flutuantes que desfilam na vista quando esfregamos os olhos, e no assombro infantil, imaginava que fossem anjos.

Foi o mais próximo que cheguei a aceitar sobre a existência do céu. Agora que cresci, as manchinhas são manchinhas que cegam, nada mais do que isso.

“Mas que sujeito sem fé você se tornou”, reclama minha mãe.

Tento lhe explicar que sou deísta, e como tal, dispenso ritos de devoção.

Noutro dia reclamei que nos dias de hoje, jogador de futebol olha mais para o céu do que para a bola, e um amigo me disse que estou me tornando intolerante.

Pode ser, mas de fato penso que se o paraíso existe, não é lugar para humanos.

Nunca consegui encarar a foto do garotinho sírio, morto numa praia européia enquanto tentava escapar de uma daquelas guerras movidas por extremistas religiosos.

E a história nos revela tantas maldades em nome da fé...

Mas não sou um completo descrente; rezo antes de dormir e quando chove e estou sozinho, como agora, no silêncio do meu quarto, enquanto o barulho da chuva cresce e se alastra lá fora, murmuro frases bem baixinho, sem incomodar ninguém, namastê, oxalá, amém, como costuma dizer a minha mãe.

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Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
25/2/2016 às 18h51

 
A Prisão do Homem

Há muito o homem vive preso. Contudo, pensa estar livre, que decide tudo em sua vida e que vive numa democracia. Mas ele vive preso em amarras que não consegue enxergar; ou talvez nem queira enxergar mesmo.
Muitos tutores, depois de terem embrutecido a imensa maioria da humanidade como se fosse um gado doméstico, para que não ouse dar nenhum passo fora de suas diretrizes, mostram a ela o quão perigoso é tentar andar sozinha. Isto eles fazem mediante armas poderosas, como a mídia, a cultura deturpada, crenças religiosas divergentes, guerras e outras tantas coisas mais.
Já no séc. XVIII o filósofo Kant afirmava que existe uma menoridade racional, uma situação onde um indivíduo qualquer deixa de fazer uso de seu próprio entendimento para unicamente seguir a direção dos outros. A não ser que venha apresentar alguma debilidade mental ou qualquer outra disfunção cerebral, cada um é o próprio culpado dessa menoridade, principalmente devido à falta de coragem de servir-se de si mesmo sem a direção da astúcia alheia.
A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens permanece menor durante toda a vida, esperando que tutores deles tomem conta, ora levando-os até as margens tranquilas de uma pseudo-segurança, ora levando-os em direção ao matadouro cruel da autodestruição.
Aqui já posso delinear um dos maiores problemas que assolam a mente humana. Desde que se tem notícia ou relatos da atividade humana neste planeta, o homem entrega seu poder aos outros. Sempre está delegando poder aos outros na vida pública, na vida religiosa e por vezes até na vida individual.
Viver sob a tutela de outras pessoas tornou-se quase como uma segunda natureza da qual muitos temem se afastar. A maioria dos homens prefere deixar que os sacerdotes e pastores pensem por eles os assuntos religiosos e espirituais; que os políticos decidam por eles as decisões a serem tomadas nas assembleias públicas; ou seja, lavam as mãos no que concerne à direção de suas vidas individual e coletivamente. Sempre que uma posição lhes é cobrada, preferem se manifestar por meio de fórmulas pré-estabelecidas e preconceitos que os mantêm em condição inferior, como correntes que os impedem de caminhar firmemente. Se por acaso ocorrer algo errado a culpa fica sendo dos tutores e não das pessoas “comuns”.
Até Deus e o Diabo acabam sofrendo acusação de serem os culpados de muitas atrocidades humanas. Nestes Arquétipos Cósmicos os humanos projetam seu alter ego, fugindo assim de sua responsabilidade nos trâmites da vida.
Tolstoi já refletia sobre esta questão, de que a massa abdica de seu poder em favor de outro. Ele ficava perplexo por as pessoas não entenderem isso. Como os camponeses russos, após se juntarem ao exército do Czar, estavam dispostos a matar outros camponeses russos, talvez até seus pais e irmãos — simplesmente para cumprir as ordens do Czar?
Por isto Tolstói publicou A Letter to a Hindu (Carta para um hindu), descrevendo a opressão da Índia pela Companhia Britânica das Índias Orientais. Tolstói escreveu: “Uma empresa comercial escravizou uma nação composta de 200 milhões de pessoas. Diga isso a um homem sem superstições e ele não vai nem entender o sentido de tais palavras. O que significa 30 mil pessoas, não atletas, e sim pessoas comuns e fracas, escravizarem 200 milhões de pessoas vigorosas, inteligentes, capazes, que amam a liberdade? Os números não deixam claro que… os indianos escravizaram a si mesmos?”.
O destinatário da carta que Tolstói escreveu era Mahatma Gandhi.
Retirado do livro O Despertar dos Deuses. Para quem quiser baixar o livro deste texto, eis o link: BAIXAR LIVRO
Eu Sou Eugênio Christi

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Postado por Eugênio Christi Celebrante de Casamentos
25/2/2016 às 12h33

 
Jardim dos tempos

O presente,
eterno enigma,
o sol que o
impede de enxergá-lo
frente a frente,
sob pena de
ofuscar-lhe a visão

O passado e o futuro,
luas tatuadas de luz,
onde lança teus desejos.
- FELICIDADES,
então.

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Postado por Metáforas do Zé
25/2/2016 às 07h29

 
Espalhando o café

Ainda brincando no terreirão da memória, imprimo minha "Espalhando café", gravura digital que fiz em 2006.
É um giclée sobre papel Arches Aquarelle Rag, 310 g/m², da Canson. Tamanho da imagem 59 x 82,6 cm.
Nos detalhes das fotos, minha assinatura, chancela e a ordem da print dentre a tiragem completa (6/20).


Chancela com marca d'água



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Postado por Blog de João Werner
24/2/2016 às 10h37

 
45º

Nem muito
ao mar
nem muito à terra

Entre o
sol nascente
e o sol poente,
atingidos
tão apenas
por seus
raios inclinados,
as sombras
se fazem
presentes

Equidistante,
em perspectiva

assinalo
teus movimentos

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Postado por Metáforas do Zé
24/2/2016 às 08h31

 
Destilados

Toda luz
Do sol que
Me chapa,
Por um leque
De cores
À sombra
Das avencas

Teu olhar
É um prisma
Que troca em
Miúdos o que
A esponja
Do coração
Absorve
Sem escrúpulos.

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Postado por Metáforas do Zé
23/2/2016 às 09h08

 
Autenticando

Depois de impressa a gravura, elaboro um Certificado de Autenticidade para garantir, futuramente, a autenticidade daquele exemplar da mesma.
Para isso, estou usando um certificado fornecido pela indústria de papéis artísticos alemã, a Hahnemühle.
Basicamente, são dois hologramas, ambos com um mesmo código numérico.
Como vemos nas fotos, um dos hologramas dourados é colado no verso da gravura. Por outro lado, o outro holograma é fixado em um documento que descreve todos os aspectos técnicos envolvidos na produção daquele giclée específico.
Além disso, e principalmente, o documento é uma declaração assinada por mim que afirma a autenticidade daquele exemplar, com o seu número de série dentro da tiragem completa, etc.
Como a Hahnemühle não produz dois pares de hologramas com um mesmo código numérico, este giclée tem, assim, a sua autenticidade garantida.



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Postado por Blog de João Werner
22/2/2016 às 15h22

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