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Sexta-feira,
2/4/2021
Blog Feitosa dos Santos - Prosas & Poemas
Antonio Feitosa dos Santos
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Gota d'agua
Simples, cristalina e bela, Resvala a borda da folha. Desprende do alto explode ao chão. Desfaz-se a beleza e Finda-se a gota d’agua, Os cristais não duram para sempre.
Lembro pois, o cristal que é a vida, Os resvalos em muitos dos caminhos. No amor, desamor, no ódio, ternura E no brilho dos cristais, Nas rabugices humana e Nas suas decisões insanas.
Gota d’agua somos todos nós, No brilho e na fragilidade do cristal. Da serventia diária de um cálice E da fragilidade que é a vida. Suave, doce e frágil gota d’agua, Ferrenhos algozes de si mesmos.
Rio, 02/04/2021 (sexta-feira Santa, ano Pandêmico)
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
2/4/2021 às 10h13
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Entristecer
Nesta semana de luto, Me sinto acabrunhado, Vendo o povo a morrer, Cristo na cruz a sofrer, E o Brasil destroçado.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
1/4/2021 às 16h52
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Canção do migrante
Enquanto se esconde o sol no horizonte, Meu corpo fica envolto numa saudade infinita, Da terra, do lugar e daquela gente querida, Lembranças que ao meu espirito visita. Bendito seja essa hora, que dá vida a minha vida.
Sinto falta e saudade do aconchego do campo, Da chuva que lá caia, do trovão e do relâmpago, Do barulho que fazia a água sobre a descida, O vento agitava as folhas, tangendo o pirilampo, Bendito seja essa hora, que dá vida a minha vida.
Ainda hoje eu sinto, cheiro do capim molhado, Nas manhãs de cada dia, pelas frestas o clarão, Levantava de mansinho, na manhã amanhecida, A janela entreaberta, inspirava no fundo o pulmão, Bendito seja essa hora que dá vida a minha vida.
Ouvia o galo da campina, dando voz a passarada, O orvalho sobre a folha, com o sol se dissipava, Das flores do cafezal, o perfume me convida, Nas veredas do plantio, sem medo eu caminhava, Bendito seja essa hora que dá vida a minha vida.
Ouvia o mugir do gado e o berro do carneiro, O relinchar do cavalo, num canto da pradaria, Num paraíso terrestre, os sons são de ouvida, As águas, o sol, as flores, as noites enluaradas, Bendito seja essa hora que dá vida a minha vida.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
14/3/2021 às 15h52
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Canção corações separados
Composição: junho de 1967, (meu primeiro poema), estudante do Colégio Estadual de Bananeiras Pb.
Pediria a todos que estão a me ouvir; Não querendo iludir quem estar a me escutar, Fiquem atentos prestando atenção, Nessa história, que tenho pra lhes contar.
Um certo dia ao abrir a minha porta, Já quase morta uma mulher encontrei, Ela chorando, fez sinal para ajudá-la, Eu entendi e junto a ela fiquei.
Tratei-a como se fosse um amigo, Um bom abrigo, para ela reservei; Até que um dia, olhando a sua face, Não resistindo, por ela me apaixonei.
Ela sabia que eu já lhe amava, Assim também por mim tinha paixão, Mas um amigo que eu tinha invejava, E odiava aquela nossa união.
O falso amigo iludiu a minha amada; Ela forçada por essa sedução; Foi-se com ele embora pra bem distante, Deixou-me agonizante, quase morto de paixão.
Por sua causa, me tornei um vagabundo, Tornei-me imundo e comecei a beber; Para esquecer as mágoas e as tristezas; De sua beleza eu jamais hei de esquecer.
Se hoje sofro, pelo mundo amargurado, Apaixonado por alguém que não me quer; Há um ditado: "quem espera sempre alcança", Estou cansado de esperar essa mulher.
E aqui termino com tristeza e com saudade, Toda maldade que ela me causou, Mas se um dia ela voltar novamente, Juro por Deus; não lhe darei, meu amor.
Junho de 1967 Feitosa dos Santos
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
2/3/2021 às 14h14
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Sou rosa do deserto
Por entre pedras e cascalhos eu flori, Não me sinto solitária, por estar só, Trago comigo a simplicidade das flores, A beleza das cores, com as quais me vesti.
Encanto de paixão aos que me olham, Alimento com meu néctar os colibris, Sou a rosa oriunda do deserto, Apaixono com afeto, assim me descobri.
Longe de mim a angustia solitária, Se o orvalho da noite me alimenta, A brisa me envolve em caricias e abraços. Enquanto o dia me mostra, afago aos olhos eu faço.
Gosto de sentir o calor de sua admiração, Sinto o prazer maior, quando estás por perto, Minhas cores, embelezam o seu dia, Muito prazer, sou a rosa do deserto.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
9/2/2021 às 11h35
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Zé ninguém
Eu levo a vida pensando, Nas coisas que os olhos veem, Nos tagarelas dissonantes, Naqueles que tudo creem,
Não me escapa ninguém. Vestidos ou descamisados, Sem vestes o maltrapilho, De terno o bem trajado,
Se o mundo é para todos, Não se escolhe ser alguém, Somos todos iguaizinhos, Eu você e o Zé ninguém.
Não me venha com desdém, Dizendo sou diferente, Por mais que você não queira, Vergôntea de igual semente.
Fui descrente e hoje crente, Da igualdade entre todos, Não fuja do menos abastado, Amanhã tu não fugirás do lodo.
Não importa em teu sono o cetim, Não importa a pompa de ninguém, O lodo que o teu corpo corrói, Corrói o corpo do Zé também.
Talvez num encontro ousado, Num lugar que o chamo além, O senhor ao servo: quem és? Lá, eu era um zé ninguém.
Estive desnudo e não me vestistes, Com sede não me deste de beber, Com frio, não me agasalhastes, Com fome, não me deste de comer.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
3/2/2021 à 00h04
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Tudo é transitório
A vida que arrasta o fardo, O tempo que arrasta a vida, Os que vão e os que ficam, Sem tempo pra despedida.
Não se sabe hora da partida, O tempo não nos faz saber, Se é triste para quem fica, Quem vai sessa a dor e o sofrer.
Pudéramos compreender, A transitoriedade da vida, O que se faz e deixa de fazer,
Na página ao homem concedida.
No hoje e nessa luta renhida, Mais um Janeiro se vai. Muitas vidas nos deixaram, Seus espíritos caminham ao Pai.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
1/2/2021 às 13h24
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Um instante no tempo
Aquele sorriso tímido desfez a sisudez. Longe vai o tempo desse ocorrido, Éramos apenas crianças crescidas, Não tínhamos noção do ocorrido, E o sabor desse sorriso imorredouro, Alcançou a maturidade intelectual.
Hoje lembro e sinto saudade do fato, Por onde andará a então menina? Gostaria de saber o porquê da marca, Foi simples, emocionante, mas tão fugaz, Que não ouso macular esse instante, Com pensamento e palavra não galante.
Foi esse o supremo momento em criança, Instante em um templo de alcance espiritual, Um tempo inebriante de alma pura, Talvez tenha eu marcado o seu espirito, De beleza, suavidade, harmonia e candura, Num raro tempo que insta a eternidade.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
2/1/2021 às 09h24
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Salvem à Família
Assistimos e vivemos dias da família, De base sólida e da fé cristã, Jesus, José e Maria de Nazaré, Cidade onde formara o seu clã, Filho, pai e mãe de todos, Pedra angular da família cristã.
Ter família é tudo o que se quer, Pai, mãe, avós, irmãos e irmãs, Viver em família dias e noites, Despertar nas algazarras das manhãs, Sentir que a vida é vivida, Mesmo assim vivenciá-la com afã.
A família é a base do progresso, O caminho certeiro da educação, Consórcio entre o homem e a mulher, Célula mater, para a procriação, Amparada nos ajustes e reajustes, Para um povo ainda em formação.
Salva oh! Deus nossas famílias, Nossos avós, pais e nossos irmãos, Afastai de nós os desagregadores, Células destrutivas dessa construção, Tantos séculos se passaram, Mas os Herodes aqui ficaram, Nas famílias, fomentam a destruição.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
1/1/2021 às 10h15
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Jesus de Nazaré
Andei sobre os teus caminhos, Talvez tenha pisado sobre tuas marcas, Incansável caminhei sobre a Judéia, e Segui teus passos por toda Jerusalém.
Tua presença eu vi, ouvi e senti na brisa, Na aridez da terra, No verde das plantas que florescem, e Na terra nua dos teus desertos.
Clamei a Ti e me ouvistes, Chorei e suavemente secastes minhas lágrimas, Nessas terras foste criança, santo e Deus, És o consolo, esperança e vida dos servos teus.
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Postado por Antonio Feitosa dos Santos
1/1/2021 às 10h06
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Julio Daio Borges
Editor
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