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Terça-feira, 17/11/2015
Blog de Aden Leonardo Camargos
Aden Leonardo Camargos
 
História para se achar perdido



Imagem: Life on a Draw



Um dia, Faz-de-conta guardou o Tanto-faz como contato:
"Era uma vez".

Assim ninguém suspeitou que fosse verdade.

Depois de lido como livro, Tanto-faz nunca mais ligou...

Faz-de-conta - menina da mais pura inocência, de dar dó -

ainda verifica pelas ruas as chamadas não atendidas.

Outro dia chorou, despejou suas histórias num envelope cartão-visita.

Dobrou com cuidado o dia vestido de flor

Colocou também nos guardados a noite no jardim deixando perto da conversa no sofá,

tinha uns tantos beijos no final, já meio apagados

Agora faz de conta que tanto faz...
se foi uma ou mais.


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Postado por Aden Leonardo Camargos
17/11/2015 às 05h50

 
Quando você voltar do que não aconteceu.



Imagem: Photografize



Não bastou dormir. Amanhece tão cinza na nossa casa. As coisas que não aconteceram por falta ou por ausência, passaram na revoada de pássaros ontem pela manhã. Foi um silêncio estranho que me segurou. Era uma praça vazia seu abraço.

Essas coisas que não acontecem geralmente não são anunciadas.

Fui à porta toda noite te esperar. Morro abaixo a estrada sempre vazia. Aquela que desenhei com setas no caminho. Acho que você se perdeu.

Não bastasse, o vício do nada, fico à porta de manhã também. Talvez já seja tempo de deixar tudo. Todo mundo tem um sítio abandonado.

Fiz uma colcha linda com as coisas que você não me deu. Ficou super colorida. Bordei uma frase de efeito de uma poeta. Aquela excluída, negra da favela. Ponto a ponto enquanto não vinha.

Acho que vou embalar com ela tudo que tem em casa. Só para conservar sem poeira os momentos inventados. Na sala tem dois sábados inteiros num quadro. Os domingos que não vivemos ficaram espalhados no corredor. São grandes e as molduras estão quebrando. Sabe a segunda que perdemos? Saiu correndo. Não aguentou.

Pedi ao três de janeiro para ficar. Ele é muito doente. Tosse a qualquer entrada de ar. Protegi de todo jeito. Ultimamente parou de me olhar. Pedi que ficasse.

Sei que vai sorrir... ao te ver voltar do que não aconteceu.

Fica por aqui? Estamos loucos, eu e os dias todos.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
3/11/2015 às 05h02

 
Sorriso dentro de um rio: se jogou em palavras.



Imagem: Photografize



Ela prometeu se jogar. Escalou a grade, ficou na pontinha dos pés. Distraiu um pouco e foi seu sorriso voando pela ponte! O mesmo das manhãs de quando esperava ali do lado da nossa casa. E a porta do carro batendo eram promessas.

O corpo assustado e sem boca, ficou olhando lá embaixo, meio um lamento, meio conformação. É como se a possibilidade de ser feliz soubesse nadar. Pra muito longe.

Já não poderia falar. Telefonar. Dizer adeus. Dobrou um bilhete escrito assim:

"Obrigada pelo silêncio, faz muito frio dentro de si mesmo? Você tem medo do tempo ou do começo? Ando abrindo dicionários - não são facilmente encontrados para consulta - e deles extraio muito significado. Sabe amor, ele não explica em nenhuma palavra o que seja 'você não veio'".

Estava nublado. Apertou em suas mãos o recado. Sentiu o som de trânsito da cidade, até o trem apitou. Já confundia como seria a morte. De pular ou sufocar?

Seu sorriso já dentro do rio - o barulho dele tocar na água era o mesmo de uma prisão fechando - tinha engolido muita superfície. Jeito era buscar com todo seu resto um fundo de mar, qualquer alegria. Cedo ou tarde há de desaguar, num oceano distante, seu sentimento peixe mutante. Num país distante: colar de novo, um sorriso, um pouco de pó branco bem leve que lembra janeiro... e seus encontros de pele.

E seguindo a trajetória da queda... Pulou. Quietou-se. Lá no fundo. Morreu sufocada de não nadar, quando sorriu por dentro, enfim.



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Postado por Aden Leonardo Camargos
23/10/2015 às 08h05

 
Autópsias de flores. Ou por uma causa mortis.


Imagem: L'Âme du monde

Não há flores colhidas que resistam ao sol. Colhidas são a pré-morte. Uma espécie de carimbo "frágil" bem ralo, mal batido numa repartição pública mofada.

Há outras maneiras de deixá-las bem mais mortas. Fazendo confete, carnaval, um segundo de festa com nome polido: homenagem. Sim é possível matar bem mais se você despetalar. Despetalar é autópsia. Descobrir a causa mortis.

Acha que é cuidado colher flor em diagonal nas hastes? É lindo campo de flores programadas para datas? É uma carnificina agendada, meu caro.

Ela floreou meu terreno. Meticulosamente ordenou linhas e talas às hastes. Foi ensinando o caminho reto de ser flor. Flor ensinada: assim pode, assim não pode. Nesse dia você venha, no outro se afaste. Tratou como tempestade uma nuvem banal. Deu uma cobertinha coberta de insegurança. Furos por toda parte. Estufa de calor. Água às vezes.

Adubou, cortou folhas. Fez da flor muito menos que outra. Num dia comercial qualquer vendeu um caminhão bem cheio. Jogou lá como coisa reciclada.

Pela estrada foram as mortes, cada uma com véu branco na cabeça segurando a decadência da leveza.

Única beleza, disse o motorista, como se elas existissem: todas exalam medo silencioso e parecem coração solto.

Toda flor que foi trocada por volta de meio-dia sofre. Quando o telefone tocou e ficou dito "não venha" foi o sol quem cegou e estragou a esperança. Lembrou da sua condução em hastes eretas. Doeu demais ser flor correta.

Foi o sol de meio dia.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
22/10/2015 às 18h52

 
Senhor Juiz versus Seu moço do disco voador.



Sabe, Exa., data vênia. Pela ordem vou explicitar o que sinto. Já que não citarei nomes "saparada" aqui é meu blog.

Uma pena (das de dar dó) que o magnânimo julgador tenha dado uma sentença tão cheia de excrecências. Pena, pena mesmo que já tenha acostumado com as mesquinharias de nossa cidade pequena e cheias de "socorro quero aparecer para ser deferido". Eu não pedalo com o senhor - infelizmente nem com Jesus, como algumas pessoas creem estar. Não vou no "Pé de Cana" sábado às três horas ficar nas mediações e tentar puxar assunto. Nem sou as loiras bacanas estagiárias... nem sou loira, nem bacana, nem mais estagiária. Ah, nem tô devendo xerox por aí.

Eu até vi um quase precoce vômito quando fui numa de nossas audiências, qual representava uma mega-estatal. Atente-se, Exa! Não foi por competência, foi por esses jogos da vida que de uma sorte ou outra e lá estava eu, como advogada da empresona foda. V. Exa. cerceou a defesa e precisei embargar sua decisão interlocutória. (Já ando esquecendo o CPC, confesso).

Agora me intima de uma sentença. Qual eu sou defensora de réu não encontrado, sumido, náufrago, perdido, morto - quem vai saber? Muito embora todos seus oficiais tenham perguntado pros vizinhos. "Pros" e "foda" já usei aqui. Que já ando querendo baixar o nível da prosa.

Deu-me aula em sentença. O Sr. é juiz. Obviamente detém todo tempo do mundo para saber mais que eu, certamente já sabia, pois não consegui passar nem pra técnico do TJ. Trabalho muito, tenho casa, filho, sonhos, academia, mãe... Todas as desculpas esfarrapadas de fracassados.

Só que voltando ao meu réu: ele é su-mi-do. No CPC em algum artigo - que foda-se qual - tem lá que pode apresentar defesa genérica. Tipo diclofenaco de potássio e não Cataflam. Tive que oferecer embargos, porque era necessária uma defesa para a dívida cobrada por nosso município.

Vem o Sr. em boa caixa alta dar aulas. Porque não só indefere e cita os artigos? Pronto, zéfini. Beleza Exa. Quem manda é o senhor (minúsculo por me referir à sua pessoa da capa preta). Manda no Universo. Esse, periférico ao seu. Mas creia que eu não poderia ser específica com alguém que desapareceu, que não me procurou, que se esconde dos vizinhos, que sumiu no mundo, que ninguém viu na vida em tempo algum, todos desconhecem. Vou dizer o que? Fazer acordo? Que ele vai pagar? CPC também usou a lógica.

Desnecessário. Beijo, querido. Toma sua cerveja embalada pelos monges na quinta esquina da lua de Saturno.

Não há recurso. Se o seu moço do disco voador passasse...talvez nem saudade eu sentisse mais. Talvez a falta de gravidade me fizesse ser melhor. Talvez usasse o plano B. Vai saber.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
18/9/2015 às 08h02

 
Talvez eu devolva a palhaçada. Sim senhor.


Imagem: Português da Depressão



Sua vida é um parque de diversões. Esses com vista para o mar. Parece divertido. Tem tudo pago, até cerveja quatro por cento na enseada. Tem lugar de dormir e companhia. Parece azul do alto. Os brinquedos são auditados pelo Inmetro. Cada pedaço milimétrico. Tudo emendadinho. Lustrado. Os jardins montados. Tem aquelas mesas com um vermelho escuro. Aquele ambiente de ficar a dois, comida japonesa.

Eu passei por fora. Vi umas cercas arrancadas, uns arames - farpados - arrebentados. Não são medidos. Apenas estão lá pela rua. É a parte que não é nenhum começo.

Recebi o livro com a dedicatória que colhi para você. Aquele outro que comprei sem escrever nada. Uns pequenos de poesias. Duas sacolinhas de promoção de viagem. Um anel que te pedi em casamento ao som do mendigo cantando Ilariê. Custou caro contratar esse cenário.

Daí moleque, é que eu não quero devolver nada. Nem o cinto, nem a camisa, nem peça preta de nada. Nem o bilhete. Talvez eu devolva a palhaçada. Acontece. Sei como embrulhar tudo. Ficou muito grande no guarda-roupa. Todo dia para trabalhar, olho no espelho e o pacote ri às gargalhadas. Até cruzou as pernas, vai se ajeitando dia a dia, desamassou o nariz vermelho. O sapato acertou um pontapé na minha canela outro dia. Foi engraçado.

A viagem foi cancelada, preciso acostumar... No filme trash que montei - olhando pela janela do ônibus - você fez as malas, esqueceu seu cigarro no quarto. Trabalheira danada ir nos guichês da imaginação e explicar que tudo acabou. Tocava Nando e a França ficou muito longe nesse instante. Só para dramatizar: coloquei som de fado, bebi com o garçom um troço amargo. Talvez eu retome Santiago. Em mim o que vale mesmo é solitário.

Imagine eu me rasgando trinta e três dias? Andando fora de alcance. Enquanto você escolheu uma festa de quinta categoria num clube falido. Uma bota nova pra trocar emprestado. Uma tatuagem de fé embaçada, um out-door de propaganda enganada.

Tudo passou num segundo, o destino até apitou... alojou debaixo da pele desabitada. A menina morreu esmagada.

A vida toda é mesmo uma palhaçada.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
25/8/2015 às 21h10

 
Agora cava a cova da própria alcova


Imagem: 1.000.000 Pictures



Contei onde morava um sonho. Só porque lá tem nuvens não pude provar. Enrolei tudo pronto, prontinho, prático de fast food, uma ou outra coordenada, nada de tempo perdido, vários "siga" um "pare". Nem precisava exploração ecológica. Nada. Era coisa simples, mas penso: óbito é tão simples. Basta uma declaração profissional, escrito numa folha carimbada. É um passo só para a certidão. Certidão é uma certeza enorme? Aqui jaz a certeza enorme que morreu. Algo. Agora cava a cova da própria alcova.

Eu mostrei um castelo sombrio, ah que Deus me perdoe. Achei ser feito de folhas, de vento com sonhos embrulhados. Até escuto ainda a porta ranger lá no oculto de mim. Mas foi feito de puro poço, forjado na mais vil pura sombra. Sou o avesso de um castelo. Um avesso de contrários. Todo poço reflete nuvens.

Nesses dias vou ficar muito nublada. Faz mau tempo em mim. Daqui a pouco chovo. E vem aquele cheiro de novo de novo. Aquele que eu sei que nunca mais era uma vez para sempre... É um final de esperar, feito rodoviária vazia. Sem luz. A moça diz ladies and gentlemans. Ela sabe que só eu estou esperando. Insiste no mesmo e eterno plural errado. Amanhã vou esperar tudo ir embora, até não ter como voltar. Vou morder meu braço direito como um cão faminto. Assim me alimento de pura palavra bebendo papel escorrido e coado na saliva dos meus dedos.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
30/7/2015 às 14h19

 
Tá tudo pronto. Lanche, as ondas, o quarto.


Imagem: La Bioguia



Estou para flora, folha, terra, bicho, mato... Tenho esperado muito. Só mostro por fora.

Já viu como num gramado, além da grama, só nascem pragas? Daninhas? Você já viu uma mudinha de mogno nascer no seu jardim, trazidas pelos passarinhos? De rosa? De Jatobá? Amendoeira? Castanheira? Como e por que os pássaros só trazem tiriricas?

Provavelmente é um programa teleguiado, relatados pelos ETs que estão analisando nosso poder de destruição. E depois de séculos, séculos, ainda não sabemos combater uma tiririca, não a exterminamos da face da Terra! Assim brevemente estarão invadindo, porque sabem que mesmo se tentarmos, falharemos devido ao nosso sistema burocrático e tantas leis, tratados internacionais e ainda: os defensores dos direitos das tiriricas exterminadas...

Estou para você... Já viu que quando a gente se ama, só nasce mais amor? Outro amor? Onde colocaremos tantos ninhos dos dias que nos vemos?

Tenho olhado para todos os telefones azuis nas ruas. De repente dá vontade de ligar, só para o número ser desconhecido. Eu poder ser uma louca apenas. Que te ligou num sol das treze horas. Sua tarde seria com um te amo a mais. Dita de um orelhão solitário e inútil. Cabisbaixo.

Foi você quem fumou todas as nuvens hoje! Deixou o céu azulzinho. Tomara que você trague também todo um mar... (aqueles de praias desertas, ok?).

Deixe aqui na minha porta, aperte a campainha, diz que tá tudo pronto. Lanche, as ondas, o quarto. Meu mundo de a-mar. Diz!

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Postado por Aden Leonardo Camargos
20/7/2015 às 13h02

 
Tenho segredos guardados no escaninho da sala


Imagem: Photografize



Quis miseravelmente sua ausência. Sombreei meus olhos com cor de quadro negro antigo. Desenhei duas funções de x. Como me decifraria? Está sempre tão longe.

Tenho segredos guardados no escaninho da sala dos professores. Alunos obcecados por pontos planejam copiar as chaves. Mas somente eu tenho as provas.

Sonho aplicar a medonha e fatídica prova final. Escrever bem de vermelho para seus pais verem sua vagabundagem: excesso de faltas. Mas vou te obrigar a ficar horas teimando em resolver. E no fim, bem no fim, quando tocar o sinal, sua súplica será rasgada.

Cada rasgo vai cortar seu coração. A princípio se sentirás injustiçado. Recorrerás aos gritos injuriosos das mais mal amadas das pessoas. Sorrindo sentirei todo rancor dos meus lábios.

Dizendo silenciosamente que foi ausência. Ausência quem matou todas as aulas. De amor. Nenhuma lágrima. Apenas a dura, fria e calculada reprovação de seus atos.

Que cresça em outras bandas. Beba e enlouqueça. Que eu já me cobri no inverno infinito para que nada de bom me aconteça.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
10/7/2015 às 12h33

 
Dançava na terceira lua cheia do ano.


Imagem: Mark Olich



Foi vista andando pela cidade novamente.

Ela que tentou tanto o não, guardando todas as mazelas debaixo das dúvidas já sofridas e escarnecidas. Falou docemente de nenhuma expectativa, querendo sempre o não, o nunca. Aplicou não nascer. Cobriu sua casa com os mantos das benzedeiras. Deu machadadas na porta para o mal colar e ficar.

Dava pena... Dizem que dava pena. Não sei bem. Dançava no vento junto com as sacolinhas plásticas. Abraçava aos sussurros nos muros chapiscados a sua imaginação. Sangrava toda tarde de segunda-feira. Já foi vista à meia noite correndo pela rua. Capturando e bebendo no seu ser a mistura da razão com coisa nenhuma. Foi assunto de dona de casa de cidade pequena. Um boato corria que fazia mensalmente dois vodus com muitas agulhas. Satanicamente dançava na terceira lua cheia do ano. Disse sempre uns berros doidos e roçava seu rosto no chão da dor. Embruteceu sem mais desejos.

Não houve mais luz do dia, nem distração à toa, nem corrida matutina, nem dia de nada, sequer três de janeiro... oito, nada...

Não impediu. Ficou uma pedra no meio de tantas cores, tanto nada jogado fora.

Triste ver hoje sua dança ao som de um bandolim imaginário, recitando a história do limbo humano. Canta ela num lirismo antigo: sua papoula de vícios guardados foi colhida inadvertidamente por um encanto, que tolheu seus sentidos. Queimou-se na poção errada. Morreu aos gritos de pavor.

Sobrevive hoje fazendo reza para tirar brabeza de criança. Ri e conta graça. Como todas as flores, essa mulher foi flor colhida, morta, simplesmente ignorada.

São raras as replantações de flor. Hoje os vales têm capim. Uma armadura leve.

Não acha viver ilusão. Acha ilusão o que vê.

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Postado por Aden Leonardo Camargos
29/6/2015 às 22h03

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