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Quinta-feira, 15/12/2016
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O pulso do natal

O leitor que me acompanhar nessa crônica, certamente me tomará como uma espécie de Ebenezer Scrooge, o imortal personagem de Charles Dickens, que não conseguia incorporar o espírito natalino.

Acontece, porém, - e sei que estou sendo repetitivo - que a sinceridade me abraça quando digo que considero o natal uma festa chatíssima.

Acesso o youtube e escuto “O pulso” da banda Titãs.

Adoro essa música!

Que fim levaram os antigos cartões de natal? Antigamente eu passava horas escolhendo cartões que depois enviava para os amigos, como ainda hoje faz meu amigo Manolo, que dos EUA, todos os anos me envia cartões de natal: nunca consegui lhe enviar de volta sequer um reles cartão, e fico naquela de apenas agradecer, numa mensagem seca de muito obrigado, via whatsapp.

Nesses momentos, Mister Scrooge sentiria orgulho de mim.

Mas porque será que chove tanto em dezembro?

Eu detesto chuva.

Visito em pensamentos antigos natais, revejo os amigos e a canção que gostávamos de cantar longe dos adultos: Jingle bels, jingle bels, acabou o papel...

Ainda navega em mim a lembrança do pé de goiaba no quintal de casa, que enfeitamos com bolas de isopor, mas à noite veio a chuva de dezembro, forte e rápida, levou tudo embora e daquilo só guardei melancolia.

É no natal que esse sentimento aflora, assim que me vejo diante da figura nórdica do papai Noel: “ho, ho, ho” diz o senhor fantasiado de barba e roupão vermelho, sem se importar com a minha indiferença.

Talvez não passe de trauma de infância, porque nunca tivemos casa com chaminé e enquanto o filho da vizinha ganhava uma bicicleta, eu me contentava com um carrinho de plástico sem as rodas.

Ok, Mister Scrooge, eu também não gosto de vinho, peru tem a carne sem graça e castanhas me provocam engasgos.

Mas o pulso pulsa.

Arroz com uva passa? Não, passo, prefiro farofa.

Bebe-se muito no natal, penso, enquanto tomo mais um gole de cerveja.

Não devia fazer isso, um copo a mais é um neurônio a menos.

O pulso ainda pulsa.

Quando o fecho da noite de natal se aproxima, o único pensamento que me ocorre é que preciso urgentemente fumar um cigarro.

Eu não posso fazer isso.

Uma tragada a mais é um dia a menos de vida.

O pulso segue pulsando.

Alguém, por favor, me sirva um pedaço de panetone!

Eu sei que já disse diversas vezes que detesto panetone, mas talvez combine com o vinho, que agora está tão doce...

A noite termina e resta uma tênue luz que escapa de uma árvore de natal.

O pulso haverá de pulsar na manhã seguinte.

Suma daqui, Mister Scrooge!

É hora de preparar os festejos da virada de ano, que este que está acabando foi péssimo, levou David Bowie, Prince, Ferreira Gullar, Geneton Moraes Neto, um time inteiro de futebol.

No fim de tudo, fica em mim o inquietante sentimento que o natal é melancólico e é preciso permitir que o vento de coisas boas e novas assopre em meu rosto a brisa da fé e esperança, que o ano que vai começar seja muito melhor para todos e que o pulso prossiga pulsando por outros tantos natais.

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Postado por Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
15/12/2016 às 10h04

 
O santo e el-rei (série: sonetos)

Para Álvaro Alves de Faria

Quem vem lá? Quem vem lá? E reverbera
d’ El-Rei a voz dizendo sem lamento:
Quem sozinho venceu o mar cinzento
ressuscitou na lira d’outra era.


Ah! Saber do tempo eu tanto quisera
e dele o timbre fez-se a meu contento,
quando lavrou-me além do pensamento
a orla que se pensara quimera.


Em claras águas nesta verde mata,
Às terras de um Rio finda a clausura.
E eis que da morte o triste se desata.

Se ao criador urde-se à criatura,
ao Santo e ao Rei festeja-se a bravata.
E ao nosso chão a Ibéria se mistura.


(Poema até então inédito)

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Postado por Blog da Mirian
9/12/2016 às 23h55

 
O sonho acabou?

Eu não sei se vocês se lembram de 2014, quando a Dilma ganhou

Ficou uma sensação estranha no ar. Usaram várias expressões para definir

Vitória de Pirro. Ganhou perdendo. Ganhou mas não levou. Etc.

Pois, desde que o Renan desacatou o Supremo, e o Supremo referendou o desacato, estou com a mesma sensação

Dilma continuou tocando a vida, em 2015 - e fingiu que nada estava acontecendo

Só que nada mais dava certo (se é que algum dia deu certo pra ela)

O Renan, depois de fugir do oficial de justiça na véspera, veio dizer, no dia seguinte, que "decisão do Supremo tem de ser cumprida"

Sempre que a Dilma feria a lógica, aparecia um blogueiro "a favor" para justificá-la

Deveria haver alguma sabedoria - oculta - por trás de todo aquele nonsense...

Pois estou com a mesma sensação agora:

"Qual o problema em desacatar na véspera e dizer que tem de cumprir no dia seguinte?"

(Dá até para ouvir o blogueiro "a favor" justificar...)

Tudo em nome da "governabilidade". Das reformas. Etc.

É preciso aceitar o resultado - senão o governo não consegue fazer nada

Que resultado? O das eleições de 2014? Ou o do desacato (que o desacatado acatou)?

E que governo não consegue fazer nada? O da Dilma? Ou o de agora?

Na ilusão da Dilma, eu nunca caí, vocês sabem, mas na do Temer, eu caí, confesso

Só que a "mágica" do Supremo não foi bem costurada - ficou um cheiro de pizza no ar; um clima de marmelada

O mágico, quando não é bom articulador, revela seus truques, a plateia percebe - e não acredita mais

Em 2014, depois da eleição da Dilma, o Brasil entrou numa espécie de "realidade paralela":

Era surreal. Não colava. Não convencia. Era uma fraude

O custo de trazer o Brasil de volta, pros trilhos, foi alto...

(E ainda não terminamos de pagar)

O caso do Renan - e do Supremo - promoveu o mesmo tipo de "descolamento" da realidade

Desilusão. Ressaca. Gosto de cabo de guarda-chuva...

Desde que tentaram enganar o Brasil que o Brasil não acredita mais...

Qual o custo da correção de rota agora? Fora, Renan? Fora, STF? Ou Fora, Temer?

Roberto Campos dizia que, no Brasil, certas leis "não colam". E, pior: algumas constituições - inteiras - não colaram...

Por causa de uma decisão do Supremo que não colou, um governo - inteiro - ameaça não colar mais

Como o anterior

O sonho pode ter acabado

Talvez seja hora de acordar o gigante, de novo...

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Postado por Julio Daio Bløg
9/12/2016 às 18h01

 
Marola

Ondas
que oscilam
entre
o ápice
e a queda

Desejos
que jamais
acabam em
espuma

A chama
azul a
cozinhar
o conteúdo
das panelas

Intacta
e calada
promovendo
transformações
profundas

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Postado por Metáforas do Zé
8/12/2016 às 07h05

 
Quando algo está para acabar, chove. Foi testado.



Imagem: Adilson Nogueira


Tem poucos dias que vi sua foto, circulando. Nesses ventos que sobem pelos de gatos e fotos desavisadas. Você foi naquela festa que combinamos de ninguém ir. Onde outras fotos existem. Mulheres plastificadas, com a vida que bem sabemos. Achei que eu tinha coisa melhor para fazer.

Daí por vingança, respondi um e-mail Spam. Só para contar que tenho mais o que fazer. Descobri que tenho sixteen million (million hein, não thousand) dólares para receber de um suposto parente meu que morreu em Hong Kong - Mr. Fong, o investigador, descobriu pelo sobrenome!

E comecei a conversar.

É muito bom saber que mais gente me acha otária. O Mr. Huo Fong entendeu que revelei meu verdadeiro nome: Chris Drummond. Nunca antes da história desse país, revelei. E me chama de “dear” baby. Deeeaaarrr. Tá?

Eu, que você nem sabe, nem nunquinha vai saber, porque a felicidade da sua foto nunca vai permitir: sou toda um fake. Acho a verdade patética! E com meu sixteen million vou ver a aurora boreal... Sem salvar seu contato. E claro, você vai ver nessas fotos por aí. Que faltam sei lá, thirty days for nothing.

Ver sua foto doeu mais que raio caindo numa tarde rosa. Mais que o gelo de hotel de iglu, de uma pessoa só olhando o céu num chão de neve, que faz barulhinho quando cai.

Sua felicidade também faz. Barulhinho. Aqui dentro... Quando algo já está para acabar, chove... Essas tardes coloridas tem cheiro de fim. Chove muito por aqui.



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Postado por Blog de Aden Leonardo Camargos
7/12/2016 às 21h23

 
Tem café?

Acordar, ir à cozinha e preparar um café forte para despertar o sistema. Um dos poucos prazeres para madrugadores. Logo, presume-se, que a bebida seja de fácil preparo.

Mas não é.

Sofro demais (e invejo quem consiga) por não conseguir tirar do enigmático pó algo equilibrado.

Sempre fica um líquido viscoso no fundo da xícara que me entristece, denunciando sua má feitura – a famosa borra.

Penso que o meu erro esteja na convergência da quantidade de água com o pó. A porção deste sempre ultrapassa o poder diluidor daquele.

Processo simples, acredito, para o resto do mundo, que me dá ódio.

Em alguma passagem da minha existência, sessões de tortura devem ter me deixado longos períodos sem café, ou me oferecido apenas água de batata.

O que desordenou a região mestre-cuca do meu cérebro, me obrigando a pesar a mão nas colheradas. E não há maneira de ser diferente.

*Marco Garcia é jornalista paulistano. Mora em Fortaleza.

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Postado por Blog de Marco Garcia
6/12/2016 às 11h50

 
Ferreira Gullar (1930-2016)

Morreu o nosso último poeta digno de nome. Também o nosso último candidato a Prêmio Nobel. Podemos desistir de ganhar. Em literatura, pelo menos

Gullar, cuja família era Goulart, foi reconhecido por todos. No seu aniversário de 18 anos, sozinho no Rio de Janeiro, um único livro publicado, amigos bateram na porta do seu apartamento para comemorar com ele. O último a entrar, teve de se apresentar: "Oi, eu sou o Oswald de Andrade"

Quando estava no exílio - como Paulo Francis, foi de esquerda quando ninguém era, e deixou de sê-lo quando todo mundo virou -, viveu situações precárias e achava que poderia não sobreviver. Resolveu deixar um poema-testamento. Sobre tudo. Foi de Vinicius de Moraes a ideia de gravar Gullar recitando o poema. Quem ouvia a fita, no Brasil da época, chorava. Era o Poema Sujo

Numa das últimas Flips a que eu fui, Gullar leu o "Sujo" para a plateia. E numa das últimas edições, pela José Olympio, era encartado um CD com ele recitando o "Poema"

Além de poeta, Gullar tinha uma grande sensibilidade artística, participou do movimento neo-concretista, e foi crítico de arte. Era um ferrenho crítico da arte contemporânea e achava que a arte conceitual havia ido longe demais. "É como se a literatura ficasse presa no James Joyce, ou no Guimarães Rosa", afirmava

Também rompeu com os concretistas (os poetas concretos) - que morreram, quase todos, brigados com ele. Gullar justificava o rompimento dizendo que poesia não era matemática - e quando usavam fórmulas matemáticas para criar poemas, não havia mais sentido

Por conta do seu engajamento de esquerda, se aproximou da turma do Teatro Opinião, e se meteu a fazer poesia de cordel. Igualmente, se desiludiu. Não acreditava que seu papel, como poeta, era "sensibilizar as massas" politicamente - muito menos, produzindo poesia de baixa extração...

Ultimamente, arranjou muitas brigas, pois se tornou um grande crítico do PT, da esquerda e dos intelectuais (muitos, colegas seus). Sua coluna semanal na Ilustrada, dada a sua grande obra poética, tornara-se incômoda - para tanta gente que abraçara a utopia e não sabia mais viver sem se apoiar no governo e na Lei Rouanet...

E Ferreira Gullar - para quem não gosta da Globo - trabalhou na TV Globo. E podemos dizer que a poesia brasileira deve alguma coisa à Globo. Porque esta permitiu que Gullar vivesse dignamente enquanto se dedicava àquela...

Era um prazer ouvir Gullar falar. Era um mestre. Como tinha muita vivência, e uma obra digna desse nome, nunca lhe faltava assunto, e suas opiniões eram, no mínimo, interessantes

Ninguém poderia imaginar que um gênio desses poderia sair do Maranhão (nada contra os maranhenses), e ainda por cima se chamar José Ribamar (o mesmo nome daquele homem). Talvez Gullar tenha vindo, justamente, para redimir o Maranhão

E Gullar sofreu como pai. Tinha esquizofrenia na família, mas se colocava à disposição para falar do assunto sem rodeios - ajudando, inclusive, outros pais, e familiares, na mesma situação

A poesia brasileira fica à deriva agora. Perdeu um farol. Um norte. Como não se faz mais obras, como se fazia antigamente, ficamos órfãos - poeticamente

Claro, Gullar não viveria para sempre. E tivemos sorte por tê-lo, entre nós, durante tanto tempo. Mas olhando o horizonte da poesia brasileira hoje, não é dos mais animadores

Sobra uma poesia liliputiana, como diria Francis, pós-Leminski. E permanece a controvérsia se MPB é poesia, se "letra de música" equivale a poema e se Bob Dylan merecia o Nobel etc.

Eu acho que Dylan não merecia. Já Gullar merecia. Dá uma ideia da grandeza dele - para o Brasil e para a nossa língua

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Postado por Julio Daio Bløg
5/12/2016 às 11h06

 
4 de Dezembro de 2016

Estava meio pensativo se ia ou não, mas quando soube da morte do Ferreira Gullar, fui - por ele

Fazia tempo que não ia, acho que foi minha primeira manifestação pós-impeachment. Eu não achava que o Temer deveria ser incomodado. Até a última semana...

A gente percebe que a manifestação vai ser boa já no metrô: os camisas amarelas embarcando, aumentando a cada estação e desembarcando, em massa, na estação Paulista

Muita gente de meia-idade pra cima. Muitas famílias. Crianças. Muita gente enrolada na bandeira do Brasil (novo modelito)

Quando a gente percebe que tem muita gente "normal" se encaminhando da Consolação para a Paulista, conclui, antecipadamente, que vai ser algo representativo

Outro termômetro, pra mim, é a esquina da Augusta com a Paulista: quando a manifestação vai ser grande, ali já fica lotado - mas, desta vez, não estava

Desta vez, a concentração foi mesmo em frente ao Masp, onde estava o carro do Vem Pra Rua. Os carros anteriores a eles não me chamaram muito a atenção

Só teve um imediatamente anterior, um pouco antes do parque Trianon, onde subiu o Major Olímpio, e começou a berrar, daquele jeito dele, como quando era candidato a prefeito - até que falou coisa com coisa e o pessoal gostou

Chegando ao Masp, já se avistava os bonecos. O "novo", do Renan, que podia ser confundido com o Gilmar Mendes, pela calva e pelos óculos. E, do outro lado do carro de som, o eterno Pixuleco. Meio sentado, já que, de pé, ficaria maior que o "Renan" - o foco era o Renan

Procurei me instalar no Starbucks nas imediações, para fazer transmissões via Wi-Fi. (Na fanpage do Digestivo tem uma.) Mas estava difícil entrar e sair do Starbucks

Ilhado, aproveitei para ouvir os discursos. O Rogério Chequer, do Vem Pra Rua, fez questão de dizer que não era a favor do "Fora, Temer". Depois o Modesto Carvalhosa assumiu o microfone, mas se ouvia mal - ou não se ouvia nada

Basicamente, as pessoas vibravam e aplaudiam quando era mencionado o nome do Sérgio Moro. E, para a minha surpresa, havia um esforço, nos carros de som - nos primeiros, pelo menos - no sentido de afirmar que "nem todos os políticos" eram bandidos e que "nem todos", no Congresso, desvirtuaram as "10 Medidas"

O MBL estava num carro mais módico, desta vez (nem dava, quase, para reconhecer). E a turma da extrema direita - intervenção militar etc. - começava a aparecer mais na direção da Brigadeiro (mas não tinha muito quórum, não)

Como não poderia deixar de ser, não se ouvem mais os slogans anti-PT, como "Fora, PT" e "a nossa bandeira jamais será vermelha" etc.

E, dada a diversidade da fauna, me pareceu que a turma do Haddad - aquela que frequenta a Paulista "interditada" no domingo - acabou se misturando "quase sem querer" com o que chamavam de "coxinhas" (e, agora, quase não chamam mais)

Claro que a extrema esquerda não veio. Não havia quebra-quebra. Nem bandeiras vermelhas. E não vi nenhum cartaz "#ForaTemer"

Ainda é contra a corrupção (o movimento). Agora é contra o Renan. Respingando no Congresso e no STF. Mas ainda não é "contra o presidente". (Temer: em São Paulo, ainda não foi sua vez)

A sensação, como sempre, é muito boa - de ter ido. Eu fui mais por curiosidade, desta vez, confesso. Mas acho saudável. Mesmo não concordando 100% com a pauta

Quem não foi, perdeu. E vou além: quem não vai nas manifestações, não entende o Brasil de hoje. (Tem de sair do Facebook, gente)

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Postado por Julio Daio Bløg
5/12/2016 às 10h55

 
Que exemplo arrebatador a Colômbia dá ao mundo

O tempo jamais apagará da nossa memoria esse terrível acidente aéreo que envolveu a delegação do time da Chapecoense em Medelín. Uma tragédia que abalou o mundo inteiro.

Dizem que através da dor é que surgem a união e o amor. Pois é. Aquilo que andava “tão esquecido” no meio de nós, motivado certamente pelo momento de crise política e social que vive o Brasil, reaparece agora com um belo exemplo de altivez e carinho do povo da república colombiana:solidariedade e fraternidade.

Momentos inesquecíveis foram vistos no estádio de futebol onde seria decidida a copa sul-americana.

O carinho que eles tiveram para conosco foi muito emocionante.

Descobrimos uma nação nobre e cheia de princípios para ensinar o mundo todo.

Os jovens atletas da Chapecoense que iriam, nesta quarta-feira, 30 de novembro de 2016, disputar o título da Copa Sul-Americana, vão ficar para a história. Não apenas do futebol brasileiro, mas do sul-americano e mundial como verdadeiros heróis.

Não se encontram palavras para expressar a nossa tristeza pelas 71 vidas ceifadas. Nosso respeito e admiração ao povo Catarinense, às famílias enlutadas dos atletas da Chapecoense, da comissão técnica, bem como dos jornalistas e de toda a tripulação.

Pedimos ao Senhor da vida que proporcione forças aos familiares, parentes e amigos das vítimas para que reencontrem a paz e superem este momento de intenso sofrimento.

Os colombianos nos deram, neste momento de dor e de profunda tristeza, um extraordinário exemplo de amor ao próximo.


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Postado por BLOG DO EZEQUIEL SENA
3/12/2016 às 18h13

 
No rastro de Augusto dos Anjos (série: sonetos)

Da asquerosa hemorragia ao bacilo,
o que poderia nascer não vive,
não guarda motivo que ora o cative
não conheceu nem leite nem mamilo.

Do feto, o que gorou sem redimi-lo
ao gosto do fel que o alimentou,
o que poderia ser não vingou
quando o refúgio exilou-se em sigilo.

No rastro dessa vida que amesquinhas,
ó medo, o coração se fragmenta,
debatendo-se no sangue das rinhas.

E no vazio que a pedra alimenta,
soletra a poesia as entrelinhas
lendo da sorte o que nos atormenta.


(poema inédito até então)

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Postado por Blog da Mirian
3/12/2016 às 09h20

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