Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida

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Terça-feira, 28/11/2023
Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
Raul Almeida
 
Sarapatel de Coruja

Desde que D. João VI aqui chegou o conceito de Côrte jamais pereceu.
A República não extinguiu as benesses, vantagens, delícias e diferenças entre a nobreza moribunda e a luz dos novos tempos. Saiu o Brasão Imperial, entrou o republicano.
Continuaram os espanadores de gases, os populares abanadores de flatulências, sempre atrás de algum figurão.
Depois de duzentos anos de independência muita coisa aconteceu. Esperanças, expectativas, tentativas, acertos, erros e muita conversa fiada. Alguns períodos de relativa calmaria, bem relativa por sinal, e o nosso País foi trocando de regime até o que, hoje, somos uma Democracia.
Colônia, Império, República No.1, No.2, e vamos lá.
País do futuro, Celeiro do Mundo, o Petróleo é nosso, É tetra, É penta, Ame-o ou deixe-o… Várias formas de exaltar e provocar o patriotismo, o nacionalismo, o democratismo e outros ismos no povo.
O poder emana do Povo, pelo Povo, para o povo.
A frase solene pronunciada por Abraham Lincoln, é parte da Constituição Federal do Brasil de 1988, entretanto, ao exercer seu indiscutível poder, o Povo é conduzido, por vezes, a situações delicadas. As escolhas não cumprem o que prometem. Mudam de ideia, de discurso, de atitude. Raramente, confirmam as expectativas. Prevalece o Nepotismo, o Compadrio, a Prevaricação, a Mentira e Desfaçatez.
O Nepotismo é escancarado. Do primeiro ao quarto grau de parentesco, todo mundo é aquinhoado com uma sinecura, uma prebenda, uma boquinha.
O Compadrio é endêmico. Os "correligionários", os "de confiança", os indicados por amigos do peito.
A Mentira dispensa maiores explicações. É a atitude do " eu não soube", "quando me avisaram já tinha acontecido", "isto não é verdade"! É a falta de vergonha na cara muito necessária a quem se dedica a lidar com promessas e garantias vazias.
São estatísticas manipuladas, fatos descritos em versões mirabolantes e fantasiosas, enfim, falha na verdade nua e crua.
A Desfaçatez é o mais recorrente dos comportamentos daqueles que deveriam se ater às promessas, também cognominadas de "compromissos de campanha".
Depois de muitos anos de vida, acho muito engraçado, senão trágico, ver os que se oferecem para escolha, repetindo discursos que escutei há mais de 60, (sessenta) anos: o pobre, o pão, a fome, o lucro, a reforma agrária ( essa de morrer de rir) o trabalhador, os direitos ( sempre a frente dos deveres) o salário que não dá pra nada, etc, etc, etc, etc.
Jean Valjean e seu Javert.
As promessas, planos e projetos que encantam e provocam a esperança de todos não tem limite. A falta de respeito ao público, ao eleitor, ao cidadão que está ouvindo o tro lo ló, é espantosa. Aí está o Sarapatel de Coruja, uma analogia bizarra com o besteirol boquirroto, o discurso venturoso e vazio.
Mas vamos lá.
Um ano já se passou, o new Marco Polo segue incólume em seus périplos planetários, justificados com a busca pela paz no mundo,a proteção das criancinhas, os acordos , as cúpulas, os encontros, o séquito , a entourage, oops, a equipe, as assessorias. Greves ressuscitadas com instrumento de ação política, imbróglio entre poderes, quem é que pode o que.
Um Sarapatel de Coruja, com ou sem pimenta…

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Postado por Raul Almeida
28/11/2023 às 15h24

 
Culpa não tem rima

O sentimento de culpa não suporta poesia, verso, prosa, rima. A culpa não dói. Culpa não machuca, não fere, não deixa marca ou cicatriz.
Culpa tem o seu modo próprio de se fazer presente. Culpa faz chorar, faz sofrer.
O arrependimento, o reconhecimento da falha de caráter, ou compaixão, ou respeito, ou solidariedade, ou amor, ou sinceridade não apaga a culpa.
Se alguém que percebeu uma culpa guardada lá atrás, no fundo das lembranças, pensa que ao arrepender-se apagou o lapso, a falta, enganou-se. Está usando a sua capacidade de ser indiferente, cínico(a), ignorante da realidade da vida. Um dia a culpa volta vestida de passado resolvido, mas volta. Mas nem tudo que volta a memória com ruídos de pequenas culpas, o são.
Travessuras pouco gentis, aventuras com sentimentos recíprocos foram exageros em hormônios e simpatias, brincadeiras sem a força da grande causa, o Amor. Tudo bem quando não deixam guardadas lembranças de promessas entendidas ao pé da letra, por alguém que nem percebeu o acaso ou a fatalidade fazendo blague com a ideia de amor…
A fraude, a inteligência confrontando a ingenuidade da pureza de alguém, aproveitando o acaso para destruir a confiança, a crença de um acreditar verdadeiro e transformar tudo numa mentira fugaz, irresponsável, ou mesmo tenebrosa, a verdadeira culpa, ah, essa nunca morre.
Culpa não produz poesia.
Culpa é a moeda com a qual o remorso paga ao culpado.
Culpa é para sempre. Pode ser guardada em alguma gaveta da memória, e depois destruída com alguma moléstia grave,daquelas que produzem mortos-vivos em fim de ciclo biológico. Os males do cérebro, as degenerações e seus diversos nomes.
Mas a culpa não morre. Nem rima.

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Postado por Raul Almeida
27/11/2023 às 21h11

 
As duas faces de Janus

Guardião dos caminhos, o deus Janus significava a transformação, o futuro e o passado.
Sempre com um olhar para frente e outro para trás, Janus poderia ser, nos dias de hoje, a câmera de segurança da portaria do condomínio, encarnando a personagem virtual em atalaia permanente.
Quando ligamos a TV e ouvimos as notícias, acompanhadas da advertência do apresentador que : "Estaremos acompanhando esse caso", podemos imaginar Janus vigilante, atento, alerta, absolutamente comprometido com o assunto mostrado e com os desdobramentos do mesmo. Depreendemos que o moderno jornalismo, o noticiário de TV, vai ajudar a pressionar a Autoridade na solução seja lá de que problema for, com o total apoio do consumidor de notícias, o público que tem poder, formado pela melhor fatia do Povo, aquela que está bem informada.
O Poder emana do povo, a Autoridade é paga pelo povo, e os funcionários principais do Estado, são escolhidos pelo Povo em períodos e prazos determinados.
Nada como informar com precisão, acompanhar com competência, apurar as consequências do fato que gerou a notícia, e receber o prestígio e o reconhecimento.
Em tempos de turbulência econômica, o noticiário ferve com estatísticas, previsões, comentários, vaticínios e profecias, mais a opinião do comentarista travestido de profeta, enfim mantendo a audiência sempre em dia com os fatos e seus possíveis desdobramentos. O mesmo acontece com a política. A carga de informações, boatos, falatórios, palpites e conversa-fiada atinge níveis siderais.
A tendência ao populismo, ao messianismo, às inverdades e imperfeições interpretativas, abre um espaço formidável para boquirrotos, vitimistas, distributivistas, arrivistas e deslumbrados de última hora buscando seu minuto de celebridade.No palco, no salão de festas, no plenário, o grande espetáculo se repete.
Judas vai vender, Pedro vai negar, Barrabás vai sair pela porta da frente, e quem acreditou que estavam defendendo ou atacando idéias, projetos, etc e tal, não sabe ou nunca escutou nada sobre o cafezinho depois dos tró ló lós e bafafás.
Entre acordos, conchavos, mutretas, combinações, arranjos, discursos, desaforos, bravatas, carreatas, passeatas, bumbas e meus bois, Janus perdeu a função de guardião ou sentinela de qualquer coisa. O que foi antes continuará agora e será sempre como antes foi.
Pobre Janus e suas caras. Aqui ambas são para frente.
O que passou vai pro arquivo.

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Postado por Raul Almeida
23/11/2023 às 20h33

 
Universos paralelos

Volto do supermercado com alguns itens da dieta básica de uma família comum. Cebola, batata, músculo bovino, banana. O suficiente para uma boa sopa de batatas com músculo. A couve estava guardada desde a última feira, o alho e a salsinha também. Arrisco um pacote de biscoitos doces e pronto. Deu para hoje e amanhã, sem qualquer dúvida. A moça da caixa passa, rapidamente, os itens e dou conta do que vou pagar.
Nada muda nas acaloradas discussões políticas, onde o “pobre”, a fome e todas as atribulações da maioria absoluta dos brasileiros são dissecadas, comentadas, bumbadas e saravadas com promessas de melhoria em todos os sentidos.
Os políticos mais importantes , todos bem nutridos, alimentados com dietas fartas, alardeiam realizações e concessões de ajudas financeiras para “botar comida na mesa do pobre”. Ou melhor, na mesa das famílias dos pobres.Sem dúvida, para quem nada tem, qualquer ajuda é festa.
Mas a que mundo pertencem esses privilegiados filhos da Viúva, da Pátria amada, salve, salve, quando exaltam fatos que deveriam ser corriqueiros na vida de cada brasileiro? Ter o que comer, com equilíbrio nutricional, o tal feijão com arroz, bife, ovo, salada e farofa,banana, laranja, abacaxi,todos os dias.
O custo dos filhos especiais da Viúva, ungidos, incensados, bentos, maravilhosos, descarados em seus discursos, sinaliza a existência sobrenatural de um mundo, quem sabe um universo paralelo onde deslizam em tapetes finamente tecidos, refletem brilhos de cristais polidos, abrigam-se em palácios, mansões e habitações hiper confortáveis, de onde saem, de tempos em tempos, apenas, para renovar suas licenças de bem-aventurados, em certames denominados de eleições.
A realidade do mundo de água, pedra, areia, cal, fome, miséria e espanto, é encoberta pelas nuvens de discursos mofados, repetidos, quase indecentes por sua falta de imaginação.
Os atordoados do mundo real, desenvolveram um sentimento especial, chamado de esperança. De tempos em tempos escutam as mesmas promessas, os mesmos apelos, até frases "geriátricas” por sua antiguidade,escolhem um lado da conversa, chegam a encolerizar-se, agredir-se, sofrer.
Saio do supermercado e noto mendigos nas calçadas próximas à porta.Alguns tentando vender confeitos para arrumar uma moeda, gente pedindo um pacote de arroz, feijão, leite. Já se acostumaram.
Não fazem parte de nenhum sindicato, associação, movimento, etc.São miseráveis autônomos.Miseráveis em tempo integral. Dormem no chão, nas praças, perambulam sem destino, agarram-se como parasitas, até que sejam retirados de alguma forma.
Vivem em outra dimensão além do mundo dos “eleitos” da Viúva míope, quase cega e além dos habitantes do mundo real, os que têm alguma forma de obter algum dinheiro em troca de trabalho.
Na ponta superior do universo maravilhoso, ninguém sai à rua para fazer compras em supermercado, ou quitanda. Isto é tarefa para a criadagem. Não usam transporte público nem conduzem seus próprios automóveis. A Viúva paga tudo. Feira, mercado, empório, carro, motorista, combustível, manutenção, renovação de modelo. Alguns têm vários motoristas à disposição para que não falte quem guie durante as vinte e quatro horas do dia.
Para os deslocamentos ou viagens de percursos longos, o avião está sempre a disposição, seja oficial, de carreira, ou particular, o tal jatinho. Esse último sinaliza o grau de importância do filho maravilhoso da Alegre Viúva. E ninguém lembra de fechar a bolsa da Velha.
Seguem os gastos estéreis com dezenas de pessoas do universo maravilhoso, todas trabalhando de barriga bem cheia, sapatos com solado inteiro, roupas adequadas ao clima de onde quer que estejam, e mais conversa. Mais igualdade entre os iguais.Não mudará nada.Diz um velho ditado: “Quem nasceu pra dez réis nunca chegará a tostão”.
Universos paralelos não se tocam


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Postado por Raul Almeida
21/11/2023 às 10h20

 
A caixa de Pandora do século XXI

A destruição de uma região do oriente médio, a séculos disputada por motivos diversos, desde a crença de ser o ponto de origem do universo, até a legitimidade ou não da posse por esse ou aquele grupo, ultrapassa a compreensão e a racionalidade modernas.
O território segue empilhando os capítulos de sua história de guerras, lutas, invasões, sobreposições de povos e culturas, crenças e interesses diversos a centenas de anos, com breves intervalos.Impérios, potências, hordas, tribos, ocuparam e seguem ocupando de alguma forma, aquele ponto de horror e maravilha ao mesmo tempo, na história da humanidade.
As ações de guerra aberta que estamos assistindo na TV, sentados no sofá, ou em pé no balcão do bar enquanto tomamos uma cerveja, vem causando comoção por conta da facilidade de sua divulgação. No passado, as imagens, os sons as notícias, a dor, o desespero, a covardia do terrorismo, a desfaçatez dos defensores dessa ou daquela ideia ou pretensão, não era imediata.Não tinha cor. Não tinha som.
O episódio recente, cujo cheiro de sangue, vísceras, pólvora e lixo podemos imaginar, transcende e espanta. Começou com uma agressão desavisada por parte de uma tropa de assalto de uma entidade que se imagina credenciada a matar, estuprar, torturar, sequestrar indiscriminadamente um vizinho de fronteira. As razões clamadas caem por terra, quando a crueldade, a estupidez, a covardia, a prepotência e o fanatismo prevalecem.
O mundo indignou-se ao ver as cenas, gravadas pelos próprios terroristas,assassinando, indiscriminadamente. crianças, idosos e idosas, jovens e adultos , arrastando pessoas aterrorizadas sem entender o que estava acontecendo,num espetáculo de atrocidade impossível de imaginar.
Ao destampar a própria caixa de Pandora, conseguiram atrair para si todo o nojo, a repulsa, a condenação, a ira e a resposta ao ato perpetrado. Entretanto, não pararam de agredir o vizinho já ultrajado com o ataque covarde. Surpreendendo ao mundo, continuaram seu propósito declarado de extirpar tudo além de suas fronteiras, atirando e bombardeando com milhares de foguetes, as cidades e vilarejos, atingindo a vida com escolas, hospitais, comércio, gente jovem, gente idosa.
Agora, após perceberem o mal que, ao abrir suas mentes irracionais,atraíram para si mesmos,reclamam do sabor de pólvora, horror, tristeza, fome e tudo o mais que foram buscar em sua insanidade repugnante. Mas não pararam de atirar foguetes e artilharia sobre o território do vizinho que não os atacou! Não os bombardeou nem degolou seus recém nascidos, suas crianças, seus idosos, seus cidadãos.
Descaradamente, reclamam da desproporcionalidade da resposta ao seu vilipêndio. Reclamam da falta d’água, da falta de comida, da destruição que a resposta aos seus bombardeios com milhares de foguetes e sua ação de infantaria terrorista provocou.
E seguem atirando! E reclamando!
A insanidade dos terroristas é defendida por gente oportunista, em busca de um palanque mundial para suas pretensões de “estátuas de porta de cemitério”.Figuras pequenas. Escondem-se sob o manto da ambiguidade.
Por que não condenar a continuidade dos ataques com foguetes e artilharia, em toda a fronteira norte e sul por parte dos terroristas chorões?
Que vantagem há em colocar o mundo em estado de estupor? Talvez estejam fazendo test drive de novos armamentos.
Quem sabe uma “síndrome do descalabro cruel” esteja corroendo as mentes senis de gente decrépita, perto de morrer, ainda em pé à custa da moderna medicina.
Quem é que vai tampar, novamente, a caixa da Pandora terrorista para voltarmos a viver em paz e sem sustos.

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Postado por Raul Almeida
20/11/2023 às 11h21

 
Adão não pediu desculpas

Depois de aceitar a maçã e quebrar as regras para a permanência no Paraíso, Adão não pediu desculpas. A lambança já havia sido feita e não ia adiantar nada mesmo, pensou.
Acabou de comer a fruta, lambeu os beiços e foi aproveitar aquela maravilha toda. Até então, não tinha a menor ideia do sabor dos pecados. A maçã foi uma desatenção.
Eva até que era bem jeitosa e apesar de não saber cozinhar nem passar, tinha outras habilidades muito mais instigantes.
A cobra foi substituída por outras semelhanças, e logo arrumaram um cachorro para dar o alarme se algum outro bicho quisesse comer a patroa ou o patrão. Ninguém iria comer a Eva ou o Adão assim, de bobeira. Qualquer tentativa e o Fido, o primeiro com esse nome, fazia um escândalo colossal, quando não resolvia a parada sozinho com suas poderosas mandíbulas. Adão já tinha, igualmente, percebido a necessidade de um porrete, de bom tamanho, para ajudar na defesa da casa.
E assim começou a aventura. Comida farta, água corrente, temperatura amena e brisa leve de vez em quando,chuvas delicadas nas palmeiras gentis e os abacates, sempre acariciados por Eva, faziam parte da dieta. Bananas, pêssegos, peras, mangas alternadas com os abacates, enfim, a maçã estava meio de lado, mas sempre presente nas ementas diárias. Foi a primeira a ser lambida, foi a primeira a ser mordida, aquelas coisas.
Já bem velho, Adão recebeu a visita de um anjo, Oficial de justiça, com uma intimação para comparecer ao portão do céu ir pedir desculpas, e ficar um pouco melhor na foto, mas sem nenhuma chance de voltar ao começo. Paraíso exclusivo, sem barulho, sem sol ou lua, ou água corrente, paisagens, etc, nunca mais.Haveria até a possibilidade de sublimação, por raios meteorológicos, da Eva, a causadora de toda a alteração no projeto.
Adão deu uma olhada no documento, não entendeu nada pois não sabia nem precisava ler coisa nenhuma, pediu para o anjo explicar o que estava acontecendo e bateu com a porta na cara do ente alado, depois de vociferar em brados: (uma novidade. Os primeiros brados proferidos )
-Não vou pedir desculpas! Fiquei sem uma costela, tirada a frio, sem anestesia, comecei a dar umas topadas e machuquei o pé e os joelhos, várias vezes até aprender a andar no chão daqui, tenho que levar o cachorro para passear, mesmo com todo esse espaço, para que ele não acabe me estranhando, ou resolva ir viver suas próprias fantasias e deixe a caverna sem guarda à noite. A Eva tem épocas que parece que está vazando, fica triste, não quer brincar de esconde-esconde,reclama bastante.Mas está melhor assim do que a chatice de ficar olhando para nada, escutando nada, saboreando nada e só, tipo estátua em jardim de milionário.
Sai fora.
O anjo guardou a petição, foi embora, reportou o acontecido para o seu chefe e foi tomar uma boa ducha para espantar aquelas vibrações profanas.
Aí, foram libertados o Tempo, o Acaso e a Fatalidade.
Mas desculpas… Não, ele não pediu.

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Postado por Raul Almeida
18/11/2023 às 10h02

 
No meu tempo

A nostalgia do freguês da cadeira ao lado, quase mereceu uma resposta. Mas preferi escutar silente, entreolhando o fígaro pelo espelho e a revista que me dera para assuntar, enquanto aparava o que sobrou dos meus cabelos.
O assunto era a qualidade de vida e o tema recorrente o calor siderúrgico que anda tirando o sossego de todos. Velhos ou moços ressentidos sem poupar adjetivos nem sempre gentis, para a natureza, o governo, a prefeitura, os pobres, os ricos, enfim, culpando a todos.
A moda é reclamar das “mudanças climáticas”, causadas pela mão dos homens, que desmatam, se reproduzem como marsupiais ou não cuidam dos seus entornos, da sua área, do espaço que ocupam neste mundão de D’us.
Conversa de salão de barbeiro sempre contempla as atualidades da vida em geral. O clima tem sido destaque. O outro freguês estava imerso na ilusão de que seu passado foi melhor do que o presente no qual todos vivemos, e que os jovens jamais terão a possibilidade de usufruir das saudosas delícias.
Fiquei pensando: Onda de calor? Aqui nunca foi novidade
No meu tempo...
O transporte sempre foi coletivo, para a maior parte da população. Automóveis e motocicletas atravancando-se como piolhos, é coisa quase que recente. Ficou fácil adquirir um carro ou uma motocicleta em dezenas de prestações, e reclamar da falta de lugar para estacionar ou do preço do combustível.
No meu tempo, ah no meu tempo…
Bonde, ônibus, trem, lotação. O táxi sempre foi para poucos ou para necessidades especiais. Era coisa de gente com um troquinho a mais no bolso. Até aí, sem novidades. Nas horas de movimento todos os meios ficavam entupidos de gente, pendurada até do lado de fora, caso dos bondes. Os assentos eram, originalmente, duros! Madeira! Só com a vinda dos ônibus americanos, na década de 1950, é que o estofamento apareceu.
E o ar condicionado? Seria considerado doido quem imaginasse, um dia, ônibus obrigados a ter ar condicionado em todas as linhas, fossem os bairros menos bonitos ou ricos.
No meu tempo, nem hospital tinha refrigeração mecânica como hoje.
Ar condicionado em agência de banco, só em algumas poucas e bancos estrangeiros. Ar condicionado em cinema! Ora, ora, pouquíssimos tinham tal oferta.
No meu tempo, as salas de aula em colégios pagos ou públicos, tinham janelas. E ponto final.
Merenda escolar gratuita nas escolas públicas? Nunca vi. A cantina, vendia refrigerantes e sanduíches para quem pudesse pagar. Os alunos levavam merenda para comer na hora do recreio. E ninguém ficava fazendo barulho, reclamando, agitando por conta disso.
Vale-transporte, vale refeição, semana de cinco dias. Pura ficção. Os bancos funcionavam aos sábados, até ao meio-dia.
Que “meu tempo” era esse?
Imagine ser possível trabalhar com um sapato de pano, um tênis. Só praticantes do Tênis, elegante "sport”, usavam o tal calçado. Acabada a partida, trocavam o uniforme, incluindo aí os sapatos.
No meu tempo não havia tolerância com a descompostura ao trajar-se para ir trabalhar. Paletó e calça era a roupa-padrão para homens não miseráveis. Um traje discreto, mais barato ou médio, mais caro, sob medida, etc. variando com a categoria de quem o estivesse usando. Uniformes profissionais para militares, policiais e alguns profissionais específicos.
No meu tempo, quem podia usava cambraia de linho, tropical pitex, shantung de seda. Quem não podia usava outros tecidos menos nobres. Mas sempre de paletó, camisa de abotoar, mangas compridas, e gravata! As mulheres caprichavam nos modelos, costumes, sapatos, bolsas e carteiras…
Ah, no meu tempo…
Um calor senegalês, um transporte terrível, um desconforto brutal que ninguém notava.
Era assim naquele tempo… Muito pior? Nem sim nem não. Era apenas “naquele tempo”. Daí a entender que as coisas pioraram a ponto de lamentar-se por tudo, há um oceano de argumentos e verdades menores a considerar.
No meu tempo ninguém reclamava o que não conhecia. A liberdade, a racionalidade, a mudança nos hábitos e costumes, a comunicação hiperveloz, que nos mostra o mundo inteiro com todos os seus continentes, suas cores, suas gentes, seus absurdos e suas maravilhas.
Ainda bem que estamos testemunhando os novos tempos. É o que temos que fazer.Testemunhar enquanto for nosso destino.
No meu tempo… Oooops. Meu tempo é agora.


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Postado por Raul Almeida
17/11/2023 às 11h01

 
Igualdade

Médico, louco ou poeta,
profissões ou adjetivos
cada qual com seus motivos
um pouquinho sempre tem.
Quem não conhece o remédio
que mitiga vários males?
Quem, por conta de momentos na vida,
muito louco nunca foi?
E poeta?
Todos nós somos um pouco,
seja o canto bonito, feio ou rouco.
Curando loucuras ou cantando doçuras
somos simples criaturas
boas, más,santas,impuras
por vezes, figurões
por outras, pobres figuras...


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Postado por Raul Almeida
20/3/2023 às 16h06

 
O Semáforo

Três cores, vários intervalos de tempo, a orientação fundamental.
Ainda na escola, antes até, quando os mais velhos começavam a nos preparar para o Mundo, as cores do semáforo nos chamavam atenção. Era só encontrar um cruzamento, um ponto de travessia entre os lados da rua, e aquela lanterna sisuda estava ali avisando o momento para continuar o caminho.
Verde, amarelo, vermelho.
Aprendemos a temer no vermelho, a esperar no amarelo e a seguir em frente com o verde. Conforme o lugar, o verde ou o vermelho demoravam mais ou menos.
O amarelo sempre alertou para a necessidade de aumentar o cuidado e a atenção com o próximo passo.
Ainda contidos pela mão do pai, avó, mãe ou alguém mais velho e responsável, ficávamos esperando o momento para seguir. Nessas horas a lição era sempre repetida: “Só se atravessa com o sinal fechado para os carros”. Se estava no amarelo, esperava-se o ciclo seguinte.
Às vezes, uma confusão entre o vermelho para os pedestres e verde para os carros e vice-versa, obrigava a um rápido raciocínio para entender um cruzamento múltiplo, um semáforo moderno, mas a lógica sempre prevaleceu.
A lição que se aprende com os semáforos é mais que uma simples regra de segurança urbana. É uma norma pétrea para toda a vida. Só avançar em segurança e depois de avaliar os riscos, vantagens e desvantagens, possíveis lucros ou irreparáveis perdas.
Não desprezar nunca os lampejos do amarelo. Nunca tomar decisões sem avaliar bem a situação. Controlar as emoções sejam felizes ou não. Jamais colocar os pés fora da calçada antes de olhar para os dois lados. Não se deixar levar pela mão de alguma companhia afoita, algum parceiro ou parceira sem avaliar, por si mesmo, quais serão os resultados da pressa ou da cautela.
Quando o vermelho aparece, não há dúvida quanto ao fracasso do rumo escolhido. Quando o verde libera o caminho chegou a hora de prosseguir.
A vida vai ser toda sinalizada com as três cores. Entretanto, o amarelo é o principal aviso.
No começo, quando as emoções têm sabores mais fortes, os desafios lançam sombra sobre os lampejos do amarelo e o vermelho parece seduzir sem maldade. O bom senso é a única alternativa ao abstrato que é a sorte. Há quem diga que não existe sorte. Opiniões, divagações, filosofia. Mas, nascer é um fato de domínio da sorte.
O atavismo, a geografia e a economia não são suficientes para validar ou não uma vida.
Valeu a pena? Está valendo?
O amarelo em determinado momento começa a piscar. Olha-se para um lado e para o outro, não vem nada. Nenhum perigo. Voltamos para o semáforo virtual da consciência, da mente e do pensamento.
Ah, o amarelo parece que entrou em pânico. Apaga-se completamente e logo após tomado o fôlego, volta a insistir em sinais ritmados, talvez um código Morse, uma frequência do futuro, aquele que fica além do muro.
Quantos caminhos ainda a percorrer? Valerá a pena ou será mais uma atribulação, um baú de tranqueiras que ficará para alguém descartar? Uma pilha de livros,um porta-retrato a ser esvaziado, uma ausência que virou um brinde?
Ah, o amarelo anda sinalizando. É hora de prestar muita atenção.

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Postado por Raul Almeida
4/3/2023 às 12h16

 
Esquartejar sem matar

O titulo sugere uma cena medieval, um castigo pavoroso imposto a seres humanos cujos crimes abomináveis, precisavam ser punidos com requintes de maldade absurda. Não bastava a simples execução, por si só execrável, mas a retribuição da barbárie com muito mais barbárie?
Não é bem assim. Não se trata disso.
Trata-se do desmembramento de uma biblioteca, ou melhor, dos já minguados despojos de uma, outrora, pequena mas muito querida biblioteca.
Desde criança, convivi com estantes cheias de livros de diferentes assuntos. Dúzias, centenas, pilhas acumuladas por falta de lugar.
Não fui um exemplo de aluno. Os livros escolares nunca tiveram a importância que seus parentes, aqueles colecionados lidos, relidos, guardados com carinho e reverência que o meu avô tinha com os dele. Mesmo assim, aproveitei bastante aquela biblioteca variada. Enciclopédias, livros de arte com ilustrações primorosas, livros antigos, raros, estes poucos. Romances, poesia, clássicos, enfim, Jules Verne, Pitigrilli, Platão, Suetônio, Bilac, Alberto de Oliveira, Machado de Assis, Conan Doyle.
A vida seguiu, saí de casa bem jovem, me casei, meu avô morreu e recebi aquele patrimônio fantástico, maravilhoso, um tanto volumoso, para minha alegria e responsabilidade. Não foi fácil. Meu pai também era um acumulador de livros. Curioso e cuidadoso, reuniu umas duas centenas de livros bem cuidados, encapados, limpos e com anotações em separado. A hora dele também chegou e mais um bom lote de maravilhosos livros abrigou-se comigo.
Aos oitenta anos não há mais aquela energia bibliófila no ar. O pessoal é moderno, prático, pragmático,sei lá. Em conversas cordiais,percebemos que: - “agora tem tudo na Internet” é só procurar e está lá! E os livros eletrônicos, que maravilha. Pode-se ler pelo handy, ou celular, ou cellphone.
Olho para a estante entulhada de cultura, história, conhecimento, diversão, passado, momentos, saudade. Pego um livro antigo e vejo um ex-libris do meu avô. Pego um outro e lá está um ex-libris do meu pai. Lembro quando aprendi o que era um ex-libris. Para quem não sabe, ora, vá na Internet, lá tem tudo.
Não tenho mais como manter as pilhas de livros. Não tenho mais como armazenar, avaramente todo o saber ali acumulado e não absorvido. Preciso começar a lançar a carga ao mar. Preciso aliviar o peso das futuras sobras da vida. Preciso me desapegar do passado.
Separei alguns volumes para descarte. Leia-se como descarte, doação, “presente”, abertura de espaço. Fiz uma pilha no corredor, tirei alguns, botei outros.
Do sofá onde estou sentado fiquei observando.Que tristeza. Livros não morrem. São eternos. Livros são assassinados sem dar um pio. São maltratados, insultados, agredidos, segregados, esquartejados sem serem mortos primeiro.
Uma página desmembrada, arrancada, solta, com uma poesia ou prosa continua transmitindo emoção ou nacos de cultura. Um Bilac do princípio do século passado, velho, encardido, meio mambembe pelo tempo de vida, assim como nós, está cheio de maravilhas. Um Machado de Assis velhinho, com as capas da brochura quase caindo, provoca as mesmas sensações de uma edição mais recente.
Um livro não morre. Quando a gente aprende amá-los, a conviver com eles, a sentir sua alegria ao serem consultados e lidos por prazer, a perceber o ato lúdico de folhear, reler, até escrever uma dedicatória, fica muito difícil racionalizar a dissolução de uma biblioteca.
Esquartejar sem matar. Dissolver uma relação , muitas vezes ciumenta, com esses amigos perenes pode parecer uma bobagem. Um exagero, quem sabe.
Não importa.
Livros são imortais até que a ignorância, a estupidez, o modismo ou, infelizmente, a necessidade, mude os cânones da existência.
Pesar sem luto.
Adeus amigos


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Postado por Raul Almeida
8/2/2023 às 10h43

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