Digestivo Blogs

busca | avançada
59587 visitas/dia
2,4 milhões/mês
Mais Recentes
>>> Projeto Nascentes Criativas promove ações culturais gratuitas no interior de Minas
>>> Pekka Pylkkänen (FIN) - Brazil Tour 2024
>>> Domingo, 19, 17h, tem 'Canta Teresa' - Roda Cultural com os rappers Ramonzin e Emitê OG
>>> HOJE E AMANHÃ - JÁ ESTAMOS BEM - IMPROVISO DE DANÇA ABORDA ADOECIMENTO HUMANO E PLANETÁRIO
>>> Selvageria synth pop no Pantera Clube
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Soco no saco
>>> Xingando semáforos inocentes
>>> Os autômatos de Agnaldo Pinho
>>> Esporte de risco
>>> Tito Leite atravessa o deserto com poesia
>>> Sim, Thomas Bernhard
Colunistas
Últimos Posts
>>> Comfortably Numb por Jéssica di Falchi
>>> Scott Galloway e as Previsões para 2024
>>> O novo GPT-4o
>>> Scott Galloway sobre o futuro dos jovens (2024)
>>> Fernando Ulrich e O Economista Sincero (2024)
>>> The Piper's Call de David Gilmour (2024)
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> Fernando Schüler sobre o crime de opinião
>>> Folha:'Censura promovida por Moraes tem de acabar'
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
Últimos Posts
>>> A insanidade tem regras
>>> Uma coisa não é a outra
>>> AUSÊNCIA
>>> Mestres do ar, a esperança nos céus da II Guerra
>>> O Mal necessário
>>> Guerra. Estupidez e desvario.
>>> Calourada
>>> Apagão
>>> Napoleão, de Ridley de Scott: nem todo poder basta
>>> Sem noção
Blogueiros
Mais Recentes
>>> Cinema Independente (5.1)
>>> Pondé sobre o crime de opinião no Brasil de hoje
>>> Walter Burkert (1931-2015)
>>> Os quadrinhos e o castelo do Graal
>>> Causos e coisas da internet
>>> 10º Búzios Jazz & Blues I
>>> À luz de um casamento
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
>>> Glenn Greenwald sobre a censura no Brasil de hoje
>>> A desgraça de ser escritor
Mais Recentes
>>> Estudos: 2a Série de Tristão de Athayde pela Terra de Sol (1928)
>>> Galo Das Trevas de Pedro Nava pela José Olympio (1981)
>>> Bau De Ossos de Pedro Nava pela José Olympio (1978)
>>> O Conto Ídiche de J. Guinsburg pela Perspectiva (1966)
>>> Grandes Esperanças de Charles Dickens pela Portugália (1969)
>>> Livro Olhos De Azeviche VOL 2 - Dez Escritoras Negras Que Estão Renovando a Literatura Brasileira de Wagner Amaro (org.) pela Secretaria Municipal da Cultura (2019)
>>> O Brasil e o Monte Castelo - por Quê? Como? para Quê? de Memória do Exército Brasileiro e do Jb pela Mab; Faap (2006)
>>> Livro John Lennon Nowhere Boy - The Story Of Jon Lennon (acompanha 2 CD)- Level 4 de Paul Shipton pela Moderna (2011)
>>> O Petróleo é Nosso de Maria Augusta Tibiriçá Miranda pela Ipsis (2004)
>>> 1944 (french Edition) de Alain Decaux pela Memorial Caen Normandie (1993)
>>> O Retrato de Jano de Paulo Elpídio de Menezes Neto pela Ufc (1996)
>>> O Princípio Da Totalidade. Uma Análise Do Processo De Energia Vital de Stephano Sabetti pela Summus (1991)
>>> Livro Vivendo No Mundo Dos Espíritos - Romance do Espírito Patrícia de Vera Lucia Marinzeck De Carvalho pela Petit (1993)
>>> Personae: Fotos E Faces Do Brasil = Photos And Faces Of Brazil de Madalena Schwartz pela Companhia Das Letras (1997)
>>> A Coroa de Areia - autografado de Josué Montello pela Lbl (2024)
>>> Formação Histórica do Acre volume 2 de Leandro Tocantins pela Senado Federal (2024)
>>> A Politica Em Tempos De Indignacao. A Frustracao Popular E Os Riscos Para A Democracia de Daniel Innerarity pela Leya (2017)
>>> Rumos Culturais Da Constelação Usa de Valderez Ferreira Fraga pela Manole (2017)
>>> Tropicália - Um Caldeirão Cultural de Getúlio Mac Cord pela Ferreira (2011)
>>> Teatro Do Bando de Marcos, Fundação Cultural Palmares (Brazil), Bando De Teatro Olodum Uzel pela Teatro Vila Velha (2003)
>>> O Jogo Do Bicho: A Saga De Um Fato Social Brasileiro de Simone Simões Ferreira Soares pela Bertrand Brasil (1993)
>>> Paixao Pela Verdade - A Coerencia Intelectual Do Evangelicalismo de Alister Mcgrath pela Shedd
>>> Letters From Africa, 1914-1931 de Isak Dinesen pela University Of Chicago Press (1984)
>>> O Principe de Nicolau Maquiavel pela Wmf Martins Fontes (2024)
>>> O Samba E Suas Fronteiras: Pagode Romantico E Samba De Raiz Nos Anos 1990 de Felipe Trotta pela Ufrj (2011)
BLOGS

Sábado, 28/11/2015
Digestivo Blogs
Blogueiros
 
Gabbeh: a voz das mulheres sem voz - Filmes

Não falarás de ti nem do mundo.
E a pesada voz do silêncio calou todas mulheres
daquela aldeia. Então, as tecelãs deram voz a si mesmas
urdindo o encantamento dos tapetes falantes.

Eu, tecelã das minhas origens,
aprendi a narrar mitos e fatos.


Ao tempo do filme, espalhei minha história
no chão que aguardaria meus passos à hora da saída.
Ao tempo do filme, entrelacei pontos e malhas
nos desenhos do meu tapete de palavras de lã.

Ao desfiar a matéria e as voltas dos novelos
todos me fazem perguntas que me despertam a fala:

─ Quem és?
─ Filha dos nós e pontos de areia.
─ Como te chamas?
─ Tecelã da Espera.

Eu, origem das minhas histórias,
rastreio o movimento dos teares e dos planetas.

Em busca do tempo evadido de si mesmo
minha tribo nômade atravessa desertos,
ruas, cidades. E não chega a lugar nenhum.
Irreverente, ante outras vozes dirigidas a mim,
misturo caprichos à minha fala dúbia:

─ Que ofício te completa as horas?
─ Burilar palavras.
─ Pra que servem as palavras que esmerilhas?
─ Para amansar a alma dos pés.

Nas cores desenhadas, apascento o clima dos desertos.
A cada dia, lavo o amor com tintas do cuidado.

─ Não sentes fome?
─ Me alimento de desejos.

Eu, tecelã do sol, aprendi a conduzir
as horas do plantio e do alimento.

Em tempos de penúria, meus cavalos e sonhos
carregam peso e leveza do vazio. Nas miragens
dos espelhos, colho provisões de água e frutos.

Ao tempo do filme,
avistei meu clã em nômade travessia
conduzindo pelas ruas carros e dúvidas.
Ao seu rastro, me fiz tecelã das lendas
que espero viver.

Hoje e sempre.

Depois do filme.

[Comente este Post]

Postado por Blog da Mirian
28/11/2015 às 10h50

 
Diário de um motociclista

Ao redor
da montanha
as retas
se alongam
as curvas
se insinuam
o motor ferve
e ela
a montanha
permanece
imóvel,
intacta
inatingível...

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
28/11/2015 às 10h44

 
Senador preso, deputado solto

Quem segue as cartilhas petistas está esperneando contra a prisão do Delcídio e exigindo a prisão do Cunha. É útil explicar direitinho as diferenças entre as situações.

A Constituição explica o procedimento que deve ser seguido para julgamento de legisladores: Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos. § 1o Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente sem prévia licença de sua Casa.

O Delcídio foi preso porque o Supremo entendeu que o crime dele, atrapalhar uma investigação criminal, é inafiançável. A interferência do líder do governo no Senado em um processo criminal é contrária à ordem constitucional e o Estado democrático. Devido à gravidade do crime, agravada pela alta posição do criminoso no Congresso e seu trânsito no executivo em nome do qual lidera a bancada do PT, o Supremo entendeu que as gravações constituem flagrante e que o acusado em liberdade ameaçava a independência dos poderes da República. Tanto o flagrante como a inafiançabilidade são interpretações do Supremo; o Supremo poderia ter interpretado diferentemente, mas agora que decidiu assim, é a lei da nação.

Já o Cunha é acusado de crime comum, corrupção. Não é inafiançável nem foi pego em flagrante. Na lei brasileira ninguém é culpado até ser assim julgado. Os processos que poderiam resultar no afastamento de deputado ou sua prisão têm que seguir os procedimentos jurídicos adequados, e exigem a autorização da Câmara, que ainda não foi concedida.

Na minha opinião ambos são criminosos. Mas a minha opinião não importa, nem a sua. Menos ainda importa nossa concordância com as invioláveis opiniões deles. A lei tem que ser cumprida. Exigir a prisão do Cunha por suspeita de crime, sem atenção à garantias legais, como estão fazendo os petistas e a mídia aparelhada, é contrário à democracia e ao estado de direito, tanto como é contrário à democracia negar a legitimidade da prisão do Delcídio. É coisa de canalha.

[Comente este Post]

Postado por O Blog do Pait
28/11/2015 às 02h22

 
Questão de ordem

Como é apenas um teste,ou melhor uma estreia como "blogueira" quero ser singela e consistente nas palavras, porque os meus leitores (espero sim,ser lida) não merecem um texto que trate de assuntos para lá de batidos e exaustivamente replicados nas redes sociais da vida,como: aumento da taxa selic,gasolina como produto de ostentação,racionamento de agua e energia e assim por diante. Bem, acredito que o ser humano desde o seu nascimento é submetido ao stress o ato de nascer ao mesmo tempo que é libertário (o mundo uterino por mais confortável que seja é limitado, nadamos e não chegamos nunca a lugar algum se bem que respirar dentro d'agua é uma experiencia unica literalmente e alimentar então? Ouvir a voz da nossa mãe e demais pessoas que nos amam desde então é muito bom!) é castrador pois a partir do nascimento temos protocolos e rotinas a serem cumpridos, hora do soninho,mamadas regulares e por aí vai e na infância não muda muita coisa temos fases a vencermos - brincadeiras,jardim de infancia,séries inicias descobertas,curiosidades e a adolescencia chega chegando penamos com as espinhas, hormônios, birra e achamos que todos é contra nós e ponto.É uma preguiça, tudo que queremos é conter a ansiedade nos potes de sorvete ou num boow com pipoca assistindo mais uma série de tevê(fechada) ou incontaveis rodadas de videogames,redes sociais... Isso hoje em dia,porque no meu tempo eu continha a agonia da adolescencia lavando louça mesmo numa preguiça daquelas isso depois de ter feito o DEVER DE CASA! Minha mãe era amorosa e dizia que tudo que pudessemos aprender nos serviria um dia e como serve ainda, não é possível uma adolescente pobre aceitar fazer os serviços domésticos com todo gosto que a diversão é apenas e somente a escola, com o tempo vi que não era tão ruim assim ajudar mamãe e cada dia era uma batalha vencida. Depois do domingo de macarronada à mineira e sobremesa de doce de abobora a segunda feira na escola era a promessa de historias curiosas de colegas mais liberais que ja frequentavam as matinês dominicais e saiam contado detalhes dos agarramentos e sarros curtidos sob a luz da boate da moda nas tardes domingueiras. Morria de inveja mas ficava só ouvindo os papos e vendo o jeito delas se vestirem, pareciam esnobar naquelas calças apertadas que projetava a bunda que as fazia parecerem mais adultas, eu e os meus mulambos ( tinha uma blusa de tergal e uma saia jeans e um sutiã branco) lavava a blusa e o sutiã de dois em dois dias. Era um terror ouvir o relato daquela diversão e como deveria se bom curtir um domingo a tarde. No fim das contas o mesmo papo de segunda feira foi cansando e passei a achar chato aquelas garotas esnobes e tinha mais o que fazer assim o tempo passou eu aprendi muito de prendas domesticas, e quando vi já estava adulta e normal e ja conhecedora das agruras da vida. Hoje particular torna-se social e muitas vezes nos vemos refens de redes sociais e demais aplicativos que a modernidade nos proporciona. Dividir a intimidade nos dias de hoje tem trazido dramas, glória e passagens pela midia a fora. Tem os que se dão bem com a fama instantanea e os que somente tiram lições. Escrever e mostrar seu talento em um blog é algo novo e fortalecedor para quem empilhou caderninhos cheios de textos e poesias que achava que jamais teriam valia. Escrever como profissão é caro e trabalhoso e escrever para registrar e sentir prazer de ter essa vivência é diferente. A inspiração vem como o choro, o riso ou o orgasmo motivacional e espontaneo, a leitura do que voce escreveu é as vezes surpreendente, daquele pensamento que brotou do ermo surge um texto coerente e até bonito e que te leva a pensar que você até que tem jeito pra coisa, ou não como já disse Caetano Veloso.

[Comente este Post]

Postado por Blog de Ely Lopes Fernandes
27/11/2015 às 19h17

 
O que era da TV e agora é do cinema. E Vice-versa



Há não muitos anos, a casa era o local onde se devia sempre manter o respeito e os bons costumes e a rua era o local onde as práticas não permitidas se davam. O namoro era apenas pegar na mão e beijaço era da porta para fora. Um caso curioso sempre foi a série de restrições ao conteúdo televisivo, enquanto pelos cinemas havia maior permissão para se assistir conteúdo proibido.

Os cinemas de filme pornô foram forte nesse quesito. Com a moralidade que se deveria manter em casa, o local para se acessar esse tipo conteúdo devia ser público, porém escondido. Dona Flor e seus dois maridos figura entre uma das maiores bilheterias do cinema nacional tendo o conteúdo erótico como uma forte atração. Sempre me lembro de um senhor que conta seu choque adolescente quando viu Brigitte Bardot nua em E Deus criou a mulher.

Assistir a série Jessica Jones me deu a impressão de como essa ótica do cinema e da televisão parece um tanto quanto alterada. Nas telonas onde se exibia o conteúdo proibido estão os filmes moralistas e com algum tipo de recado ético. Nas telas da TV está o conteúdo que a sociedade tende a considerar agressivo ou que provoca maiores discussões.

O modelo de filmes das Marvel é de grande covardia e moralismo. O primeiro do Capitão América salta às vistas: é um filme sobre a Segunda Guerra, com um herói que combate a Alemanha, mas o nazismo e o Holocausto parecem mero detalhe. Nenhuma referência a judeus executados em campos de concentração, mas enfoque no Caveira Vermelha com planos maléficos que deixariam Hitler no chinelo. O Homem de Ferro nos quadrinhos sofre de alcoolismo. No filme, o problema dele é com contaminação radioativa por parte do aparelho que o mantem vivo. Olhando todos esses filmes, como Os Vingadores, Homem-Formiga e Guardiões da Galáxia, temos uma produção feita para a família, para os pais levarem seus filhos para ver um filme de heróis onde o vilão é derrotado no final.

Quando a produção se deu para Netflix, atingindo o âmbito privado das residências, o conteúdo mudou completamente. Nas duas obras feitas até agora, Demolidor e Jessica Jones, o que se tem é um panorama completamente diferente. Aqui, muitos outros valores que o sistema vigente de moral prega são postos de lado. Vilões matam e usam da tortura, o uso de álcool e drogas é exposto até por parte dos heróis, além de dramas internos pouco compatíveis com a figura de salvador da pátria. Ou seja: o conteúdo considerado positivo está nos cinemas e o negativo está dentro de casa.

A lógica social hoje em dia está em patamares bem diversos de épocas anteriores. Os pais com filhos pequenos já cresceram em uma sociedade globalizada em que muitos valores mantidos já não eram tão rígidos. A geração que cresceu com a violência do videogame ou com a introdução de conteúdo mais erotizado na programação televisiva (que sempre passava em altas horas da noite ao invés de poder ser acessada a qualquer momento pela TV por assinatura ou pela internet) é essa que hoje cria seus filhos em um mundo bastante diferente do de algumas décadas atrás.

Também é preciso pensar que, dentro dessa mudança de parâmetros na sociedade, a indústria midiática acaba atendendo a outros apelos por parte do público. Um dos principais filões dos cinemas dos últimos anos tem sido sagas adolescentes, esse eternamente figurando como principal público do cinema. Jogos Vorazes, Harry Potter e demais produções tem alcançado grandes bilheterias, ao utilizar temáticas que são interessantes a essa faixa etária, como rompimento com a inocência e a ideia de a busca por grandes aventuras. A pornografia, tão restrita há algumas décadas, tornou-se algo banal e que não move mais grandes mutirões. Poderíamos citar 50 Tons de Cinza como exceção se esse não fosse arrastar o público mais pelo sucesso de vendas do livro do que pelo interesse de se excitar assistir ao longa.

De tal forma, o conteúdo para o público adulto, esse mais diversificado em seus gostos do que a linearidade do adolescente, acaba sendo levado para dentro de casa. Tanto que sua definição de público é mais maduro, para pessoas que tenha maturidade para encarar o enredo. Séries como Narcos, Família Soprano e Sons of Anarchy tem teor altamente contrário aos padrões comportamentais e estão ao alcance com um clique do controle remoto.

Dizer que houve uma inversão na sociedade e que o ambiente privado da casa é o local da permissibilidade e as ruas o do pudor seria um completo exagero. Porém, o mundo passou por muitas mudanças (como o complexo conceito de pós-modernidade) e muitas das referências de então não nos cabem mais. Nesse caso específico de indústria cultural, novas tecnologias e novos referenciais de gostos e de relacionamento geraram esse espaço diferente onde o proibido se dá ou não. Basta lembrar que o deputado federal Protógenes Queiroz quis impedir a exibição do filme Ted dos cinemas. Da exibição na TV por assinatura ninguém questionou.

[Comente este Post]

Postado por Blog do Carvalhal
27/11/2015 às 15h23

 
Making Off

a) Despertar
em pleno
sonho

b) Resgatar
palavras
de suas
correntezas

c) Segredá-las
em travesseiros
até que a
manhã
se pronuncie.

FÔLEGO: Assim como
o mergulhador
que num bate-volta
enche os pulmões
e vaí ao fundo
do oceano
colher pérolas.

[Comente este Post]

Postado por Metáforas do Zé
27/11/2015 às 15h22

 
Agências reguladoras e desenvolvimentismo

A Vale acaba de ser excluída do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BMF&Bovespa. Meu comentário: A avaliação de risco de ativos financeiros é uma função sob medida para o governo através de agências reguladoras independentes.

No caso das agências de rating, elas são privadas mas com um quasi-monopólio estabelecido por leis e regulamentos americanos, e são pagas pelos avaliados. Isso é um erro de desenho do sistema que cria conflitos de interesse. Essa falha tem relação com a bolha que estourou em 2008 e infelizmente não foi corrigida.

Voltando ao caso da Vale, tivemos uma iniciativa de construir agências reguladoras que não era perfeita mas pelo menos em teoria fazia sentido, tanto do ponto de vista ambiental como de defesa do consumidor e da competição nos mercados. Infelizmente essas iniciativas foram abandonadas em favor de da promoção de campeões nacionais, de subsídios a projetos dirigidos pelos bancos estatais, e no caso da Vale da reestatização de fato, seguindo as ideias desenvolvimentistas.

Tanto o desastre de Mariana como o mar de lama que apareceu mais recentemente nas gravações envolvendo o Delcídio e o banco BTG têm raízes nessa mudança de curso. É natural esperar que os promotores do desenvolvimentismo observem os fatos e concluam que suas teorias precisam ser modificadas.

Também quero uma bicicleta Calói do papai Noel. E paz mundial.

[Comente este Post]

Postado por O Blog do Pait
27/11/2015 às 02h47

 
A descida ao eu

(Texto originalmente publicado em 30 de junho de 2010 na minha coluna no jornal Gazeta do Sul.)

A frase que intitula esta resenha sintetiza o romance do século XX, segundo o escritor argentino Ernesto Sabato, que completou 99 anos no dia 24 de junho. A Argentina é um país que pode não ter o melhor futebol do mundo (apesar do título eminente), mas possui a melhor literatura, pelo menos na humilde opinião de quem escreve estas linhas, pois é o berço de Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e tantos outros. Não estranhe, caro leitor, se em plena Copa do Mundo estou neste espaço elogiando "los hermanos". Não podia, porém, deixar passar a oportunidade de escrever sobre um grande escritor e sobre um livro que me tirou algumas noites de sono.

Sabato foi um grande físico, chegando a trabalhar no Laboratório Curie, em Paris. Nos anos 40, depois de questionar esse mundo tão racional — que lhe provocava, segundo suas palavras, "um vazio de sentido"—, abandonou a ciência para se dedicar à literatura e à pintura. Publicou livros de ensaios e romances, pouco em quantidade — só três romances —, mas de uma qualidade incontestável. Destaca-se nesse conjunto a obra-prima Sobre heróis e tumbas, lançado em 1961 e com edição recente no Brasil pela editora Companhia das Letras, com tradução de Rosa Freire d'Aguiar.

O romance é dividido em quatro partes, mas antes há uma nota, supostamente tirada de um jornal de Buenos Aires, pela qual ficamos sabendo que Alejandra matou seu pai, Fernando Vidal Olmos, e depois ateou fogo no próprio quarto, se suicidando. Na primeira parte, "O dragão e a princesa", passamos a conhecer melhor essa impressionante personagem a partir das percepções de Martín, jovem que se apaixona por ela. Misteriosa, imprevisível e de personalidade forte, Alejandra só não é mais estranha do que os parentes que habitam a casa, gente ligada à antiga aristocracia argentina, cujos antepassados participaram da luta pela independência do país. Esses antepassados podem ser os heróis do título no que seria uma interpretação político-social da obra, colocando Alejandra como metáfora para a própria Argentina. Prefiro, no entanto, a chave mais existencial, sendo que o título dessa primeira parte nos leva a esse sentido. Seria o dragão Martín e a princesa a Alejandra? Ou seria a jovem uma princesa-dragão, soltando fogo através de suas duras palavras?

Na segunda parte, "Os rostos invisíveis", a história se desenvolve com mais comentários sobre a história da Argentina, inclusive sobre a era peronista, as paixões anteriores de Alejandra e aparece pela primeira vez Fernando Vidal Olmos, esse o rosto invisível em boa parte do enredo, mas que começa a se revelar. É dele o manuscrito que seria encontrado posteriormente no quarto incendiado e que corresponde à terceira parte, talvez a mais perturbadora de todo o enredo: "Informe sobre cegos".

O texto é uma narrativa enigmática, que reflete a mente perturbada de Fernando em sua tentativa de encontrar a Seita dos Cegos. Percorre, inclusive, os esgotos subterrâneos de Buenos Aires, como a descida de Ulisses ao Reino de Hades em busca das respostas do cego Tirésias, contada na Odisseia, de Homero. Paradoxalmente, busca a luz nas trevas. Na verdade, a busca representa a jornada nas tumbas da nossa mente, por isso as menções ao sexo desenfreado, aos canalhas de todas as estirpes, ao lixo produzido pelo homem. Tudo alegorias das questões morais do ser humano. Mais do que isso eu não falo sobre o "Informe". Leia-o. Repito, leia-o. E mais uma vez: leia-o, mesmo que seja só essa parte. Vai te deixar perturbado durante dias, mas é esse o objetivo de todas as grandes obras literárias.

O romance se encerra com "Um Deus desconhecido", que retrata os acontecimentos depois da tragédia relatada na nota policial do início. Também ficamos sabendo mais sobre a vida de Fernando Vidal Olmos. Vidas particulares e pátria se mesclam a partir de justaposições de imagens do passado e do presente, tanto dos personagens como da própria Argentina.

Tudo se conclui e nada se conclui. O Absoluto continua desconhecido, as trevas continuam trevas, os rostos continuam invisíveis e não descobrimos se a princesa é mesmo o dragão. A única certeza é de que o leitor terminará a leitura com a mesma sensação que teve Martín depois de ver Alejandra pela primeira vez: "já não era a mesma pessoa de antes. E nunca mais voltaria a sê-lo."

[Comente este Post]

Postado por Blog de Cassionei Niches Petry
26/11/2015 às 14h44

 
Preguiça

-Mamãe, o que é poema?
-Poema é poesia, só que um pouco diferente.
-Como assim?
-Poesia com uma forma diferente.
-E como faz a fôrma da poesia?
-Tem que usar a cabeça, quem faz poema estuda, lê muito, fica aquela coisa linda.
-A senhora gosta?
-Gosto sim, bastante.
-Então por que não vejo nenhum poema na sua mão nunca?
-Porque eu tenho muita coisa pra fazer, não tenho tempo, tenho que trabalhar e também tenho que lavar esses copos que você fica sujando com seus coleguinhas. Aliás, não era pra você fazer um trabalho?
-Tá bom, tá bom... Então poema a gente escreve com fôrma e fica bonito?
-É.
-Ah! Tá...
Mais tarde a filha volta com um caderninho e pose de entrevistador.
-Mãe, o quea senhora acha do Brasil?
-Eu gosto daqui, é o lugar onde moro e onde pretendo morrer...
-Não, mãe, num to falando daqui, to falando do Brasil...
-Ué, filha, Brasil, aqui, é a mesma coisa.
-Ah! É, tinha esquecido. Fala mais então...
-O Brasil é um país muito grande, com uma natureza magnífica. Mas você não vai querer que eu fale de tudo que todo mundo já sabe né?
-Não, não, pode ser alguma coisa... (consulta caderninho) inovadora, inusitada e principalmente criativa.
-Ah filha! Isso é muito difícil, pede pro seu pai que tá a toa agora.
A filha sai muito decepcionada. Como ela faria um texto com o tema: "Poema sobre o Brasil" com aquelas características que a professora tinha pedido, sendo que nem sua mãe coneguia.

[Comente este Post]

Postado por Blog de Cind Mendes Canuto da Silva
25/11/2015 às 20h44

 
A cristaleira ─ série: Objetos

Para Raul Almeida


Amarelas, com miosótis em azul,
essas xicrinhas de café acolheram as mãos dos meus avós.
O bule de faiança era da minha tia.
É só isto que posso saber.
Em São Paulo, comprei aqueles cálices coloridos
e adornados com folhas de videira. No licor de anis . . .
Ou seria de ameixa? Lábios amorosos? Ou amuados?

Circundando a louça antiga,
pulsam angústias, esperanças e afetos ancestrais.
E o entorno de cristal empareda tramas
que jamais poderei decifrar.

Na trave de madeira, pequena chave de bronze sela antigos pactos
de abrir e fechar o coração aos dias de festa ou de tédio.
Diante da transparência do móvel,
minha memória sofre de vazios por não poder alcançar
a alma daquelas peças amoráveis.

Hoje, no café da tarde, iluminaram-se glicínias no bojo das xícaras.
A quem pertenceram? A alguém triste? Alegre? Ou indiferente
às coisas da vida? Que mãos tingiram o lilás da floração em campo bege?
No café da tarde de hoje, mais uma vez se confirmaram
certa lonjura e o fôlego nas coisas que nos cercam.

Escondendo cenas jamais vistas por mim,
espelhos multiplicam formas e cores.

Do que se foi ─ é só isto que posso contemplar.

Conforta-me sentir que, entre distância e esquecimento,
quem ─ no passado ─ preservou tais objetos
partilha comigo o mesmo desejo de convivência
com o mistério do cotidiano.

O mesmo desejo.

Pressinto.

[Comente este Post]

Postado por Blog da Mirian
25/11/2015 às 19h37

Mais Posts >>>

Julio Daio Borges
Editor

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Patente
Lidia Codo
Giostri
(2019)



Livro de bolso Literatura Estrangeira O Rei do Inverno as Crônicas de Artur Volume 1
Bernard Cornwell
Best Bolso
(2015)



Segredos de seis corações
Sônia Barros
Scipione
(2008)



Livro Literatura Brasileira Sábado à Noite
Babi Dewet
Generale
(2012)



Casa do Bispo
Vários Autores
Fundação Roberto Marinho



Crítica da Razão Pura
Immanuel Kant; Valerio Rohden; Udo Baldur Moosburguer (trad.)
Nova Cultural
(1987)



Como Tratar Hipertensão Arterial - Volume 3
Vários autores
Manole
(2008)



Encontre Deus na Cabana
Randal D. Rauser
Planeta



Procedimentos Técnicos Em Centro Obstétrico E Centro De Parto Normal
Maristela Belleti Mutt Urasasi
Martinari
(2012)



Além Das Aparencias- Historias e reflexçoes para entender a Vida - Espirita
Marcus De Mario
Eme
(2019)




>>> Abrindo a Lata por Helena Seger
>>> A Lanterna Mágica
>>> Blog belohorizontina
>>> Blog da Mirian
>>> Blog da Monipin
>>> Blog de Aden Leonardo Camargos
>>> Blog de Alex Caldas
>>> Blog de Ana Lucia Vasconcelos
>>> Blog de Anchieta Rocha
>>> Blog de ANDRÉ LUIZ ALVEZ
>>> Blog de Angélica Amâncio
>>> Blog de Antonio Carlos de A. Bueno
>>> Blog de Arislane Straioto
>>> Blog de CaKo Machini
>>> Blog de Camila Oliveira Santos
>>> Blog de Carla Lopes
>>> Blog de Carlos Armando Benedusi Luca
>>> Blog de Cassionei Niches Petry
>>> Blog de Cind Mendes Canuto da Silva
>>> Blog de Cláudia Aparecida Franco de Oliveira
>>> Blog de Claudio Spiguel
>>> Blog de Diana Guenzburger
>>> Blog de Dinah dos Santos Monteiro
>>> Blog de Eduardo Pereira
>>> Blog de Ely Lopes Fernandes
>>> Blog de Expedito Aníbal de Castro
>>> Blog de Fabiano Leal
>>> Blog de Fernanda Barbosa
>>> Blog de Geraldo Generoso
>>> Blog de Gilberto Antunes Godoi
>>> Blog de Hector Angelo - Arte Virtual
>>> Blog de Humberto Alitto
>>> Blog de João Luiz Peçanha Couto
>>> Blog de JOÃO MONTEIRO NETO
>>> Blog de João Werner
>>> Blog de Joaquim Pontes Brito
>>> Blog de José Carlos Camargo
>>> Blog de José Carlos Moutinho
>>> Blog de Kamilla Correa Barcelos
>>> Blog de Lúcia Maria Ribeiro Alves
>>> Blog de Luís Fernando Amâncio
>>> Blog de Marcio Acselrad
>>> Blog de Marco Garcia
>>> Blog de Maria da Graça Almeida
>>> Blog de Nathalie Bernardo da Câmara
>>> Blog de onivaldo carlos de paiva
>>> Blog de Paulo de Tarso Cheida Sans
>>> Blog de Raimundo Santos de Castro
>>> Blog de Renato Alessandro dos Santos
>>> Blog de Rita de Cássia Oliveira
>>> Blog de Rodolfo Felipe Neder
>>> Blog de Sonia Regina Rocha Rodrigues
>>> Blog de Sophia Parente
>>> Blog de suzana lucia andres caram
>>> Blog de TAIS KERCHE
>>> Blog de Thereza Simoes
>>> Blog de Valdeck Almeida de Jesus
>>> Blog de Vera Carvalho Assumpção
>>> Blog de vera schettino
>>> Blog de Vinícius Ferreira de Oliveira
>>> Blog de Vininha F. Carvalho
>>> Blog de Wilson Giglio
>>> Blog do Carvalhal
>>> BLOG DO EZEQUIEL SENA
>>> Blog Ophicina de Arte & Prosa
>>> Cinema Independente na Estrada
>>> Consultório Poético
>>> Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
>>> Cultura Transversal em Tempo de Mutação, blog de Edvaldo Pereira Lima
>>> Escrita & Escritos
>>> Eugênio Christi Celebrante de Casamentos
>>> Flávio Sanso
>>> Fotografia e afins por Everton Onofre
>>> Githo Martim
>>> Impressões Digitais
>>> Me avise quando for a hora...
>>> Metáforas do Zé
>>> O Blog do Pait
>>> O Equilibrista
>>> Relivaldo Pinho
>>> Ricardo Gessner
>>> Sobre as Artes, por Mauro Henrique
>>> Voz de Leigo

busca | avançada
59587 visitas/dia
2,4 milhões/mês