Julio Daio Bløg

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Quinta-feira, 5/4/2018
Julio Daio Bløg
Julio Daio Borges
 
Carta do Brasil - 5/4/18

Dearest friend:

Ontem foi o julgamento do “HC” do Lula no “Supremo” e o Brasil parou pra assistir. Eu não podia parar, mas eu fiquei ouvindo pelo rádio. Alternando a CBN e a Jovem Pan 2 - porque, à tarde, tem uma locutora na CBN (eu ia escrever “uma louca”)... que eu vou te contar... a mulher até dançou no ar!

Resolveram chamar o João Marcelo Bôscoli para comentar umas músicas de 1900-e-guaraná-com-rolha - e ele ficou comentando um Roberto Carlos do passado recente, quando ninguém queria escutar aquilo, todo mundo só queria ouvir falar do tribunal...

A tal da Rosa Weber - a que seria o “voto de Minerva” (ou algo assim) - acabou se revelando uma heroína nacional - mas, na hora em que ela falava, ninguém entendia nada. Perguntei “essa mulher fala português?” - em dois grupos de WhatsApp -, mas ninguém respondeu nada.

Todo mundo entende de Direito agora, no Brasil, é o maior barato. Você precisava ver: as pessoas comentam as falas como se elas entendessem alguma coisa - mas, na verdade, acompanham como quem acompanha um jogo de futebol no escuro: se alguém grita “gol!”, todo mundo grita logo na sequência - para não ficar mal. E para não passar pelo burro que não entendeu a piada.

Afinal, no Brasil, nada é certo: nada é definitivo. É como naquela frase do Malan: tudo é incerto - até o passado. E depois da eleição do Aécio - que muitos comemoraram antecipadamente, depois “perderam” - ninguém quer comemorar mais nada. Todo mundo morre de medo. Até porque o Aécio se revelou aquela “coisa” que você sabe... De modo que não se sabe quem ganhou e quem perdeu, de fato. Até porque todo mundo perdeu. A Dilma tinha razão... Ou o Olavo tem razão... (Nem sei mais...)

Sei que o negócio acabou à uma hora da manhã. E, no intervalo da Hora do Brasil, tive de sintonizar a Jovem Pan no YouTube e consumiu todo o meu “pacote de dados”. Veio o aviso de 80%, veio o aviso de 100%, mas eu nem percebi. Quando percebi, já estava “na roça”, como dizem, com a internet à manivela, pior que a discada.

Soltaram fogos no meu bairro. Como eu moro no Morumbi, parecia que tinha sido gol de alguém, mas não era, não. Ou era, sim! Go-o-ol... *DU* BRAZIL!!! Claro que alguém repassou uma narração do Galvão Bueno. As pessoas repassam para serem as primeiras a repassar. Mas, depois que alguém repassou, ninguém se lembra de quem foi.

Só sei que fiquei tantas horas trabalhando e ouvindo, que, quando terminou, ou quando eu resolvi me levantar, estava petrificado. Na hora de deitar, eu estava como aquele bonequinho de Playmobil: quando ele sai da “posição sentado”, tem de empurrar as perninhas pra baixo, porque elas não vão sozinhas.

Uma hora me enchi e resolvi ler, mas não conseguia parar de ouvir as vozes dos ministros. E sintonizava de novo. E me enchia, novamente. E voltava a ler. Mas não aguentava esperar pelo resultado... Aí, sintonizava de novo! E me aborrecia... Um inferno!!! Até que alguém declarou que tinha “oficialmente” acabado. Acho que foi o Felipe Moura Brasil.

Acho que até sonhei com o negócio. O Brasil é um negócio que você não sabe se é pesadelo ou se é vigília mesmo. De manhã, estavam discutindo tudo de novo. Porque existem embargos não-sei-de-quê (sempre existem “embargos”). Poderia demorar mais um mês... E assim vai.

Hoje não consegui acompanhar mais nada. Não aguentava mais ouvir falar do negócio. Estou passando essas notícias, mas eu sei que estão “atrasadas” - só espero que não muito! Na realidade, eu espero que não tenha mudado nada... Porque, no Brasil, você sabe: nada é certo. Nem o passado ;-)

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Postado por Julio Daio Borges
5/4/2018 às 21h03

 
João, o Maestro (o filme)

Eu confesso que tinha uma certa antipatia pelo maestro João Carlos Martins

Antipatia estética. Achava ele muito populista, nesta fase de maestro. Tocar com Chitãozinho e Xororó, para mim, foi o "ó"

Me parecia uma tentativa, barata, de conquistar certo público, pouco afeito às salas de concerto. Desconfio sempre quando a alta cultura tenta "se rebaixar". Alta cultura rebaixada deixa, imediatamente, de sê-lo

Com esse espírito, fui assistir ao concerto de 40 anos da Cultura FM, na Sala São Paulo, em Julho deste ano

Concerto encerrado pelo maestro que - tocando Mozart ao piano, sob regência de outro maestro, Júlio Medaglia - me comoveu

O que aconteceu? Não sei. Não foi apenas a execução, impressionante para quem tem tantos problemas nas mãos...

Talvez tenha sido porque ele relembrou que, quando resolver ser maestro, foi procurar Júlio Medaglia, e este igualmente se comoveu...

Ou talvez porque tenha sido uma noite especialmente comovente, para a Cultura FM e para a sua audiência. E João Carlos Martins soube respeitar isso. Não quis ser "a estrela"

Me comoveu tanto que, na saída, em direção ao banheiro, dei de cara com ele - e não consegui deixar de cumprimentá-lo e de reforçar o clichê (que tanto critiquei): "Parabéns, maestro, o senhor é um exemplo de vida"

Pois é. Não resisti. O maestro me pegou de jeito...

Também disse a ele que assistiria seu filme, cujo trailer já havia visto. E ele foi simpático: "Olha, no filme, sou eu quem toca tudo... Com exceção de algumas partes... que quem toca... é esta moça aqui!"

Estava com uma moça, claro. Como, aliás, tantas vezes no filme...

Apesar de superado o preconceito inicial contra o maestro, entrei meio desconfiado na sala de cinema, porque o filme era Globo Filmes. Ainda mais com um "toque" de Luiz Carlos Barreto e Cacá Diegues... (Só faltavam a Conspiração e a Natasha Records...)

E, de fato, o filme começa com aquela "sujeira limpa", típica das novelas da Globo - onde até as roupas velhas têm cara de novas (e bem passadas) e onde até a pobreza merece um rico tratamento estético

Resistindo, ainda no começo, pensei que estavam tentando transformar o João Carlos Martins, pianista, no Glenn Gould brasileiro...

Mas, aos poucos, fui sendo vencido... Primeiro, pela música

É difícil ignorar Bach no cinema. E a ligação de João Carlos Martins com Bach não é uma coisa que passa despercebida

Bach não foi um golpe de marketing, que ele usou para se lançar ou se promover, foi uma relação de vida inteira

Uma obsessão, como acusa uma de suas mulheres. Uma comichão (sim, comichão é feminino)

A Bach, ele retornava, nos piores momentos. Quando sua mão falhava, quando não conseguia tocar, quando sofria um golpe...

É com Bach que ele passa, também, os melhores momentos. Seja estudando, seja executando, seja gravando. Seja tocando as Variações Goldberg, de memória, num restaurante em Nova York, a pedido de ninguém menos que Leonard Bernstein...

Além da música, e de sua relação com ela, fui sendo conquistado pela obsessão do artista. A mesma que afastou suas mulheres

Afinal, João Carlos Martins não sofre um único acidente, mas *dois* - e leva sua carreira de performer até o limite físico

Sente dores antes do primeiro acidente, e vai perdendo o crédito na mídia em função deste. No meio de um projeto para gravar a integral de Bach, para teclado, sofre o segundo acidente

Passa a tocar no limite da dor. Até que a dor é tamanha... que ele finalmente aceita a operação. A mesma que sepulta sua carreira de pianista

Nasce o maestro

Mas nem tudo são flores. Começa a carreira de "pedinte", tão bem conhecida por quem realiza iniciativas culturais no Brasil...

Ser artista solo era muito mais barato. Para ser maestro, precisava ter orquestra...

Mas o homem que flertou com o suicídio, e poderia ter desistido tantas outras vezes, acaba conseguindo. E quando a Fiesp, através do Sesi, decide patrocinar não apenas um músico, mas a orquestra inteira, o maestro tartamudeia... e, imaginando sua emoção depois de tudo, emudecemos igualmente

No fim, João Carlos Martins, em pessoa, dá um descanso a Alexandre Nero - que está muito bem no papel - e aparece, regendo, na Sala São Paulo

Aí, eu chorei

Pois é, num filme da Globo Filmes, com um ator de novelas, cujo subtítulo é, literalmente, "uma história de paixão e de amor pela vida" - chorei, vai entender

Mas o Maestro merece

E eu fiquei com vontade de cumprimentá-lo novamente ;-)

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Postado por Julio Daio Borges
12/9/2017 às 17h24

 
FHC embola o meio de campo

Como se não bastasse a hesitação do próprio PSDB, que se reúne desde o pós-Joesley, para decidir se sai ou não do governo (e acaba sempre ficando), agora FHC resolveu dar sua contribuição para o samba do tucanato doido

Primeiro disse que eleição direta, neste momento, era "golpe", mas, agora, apareceu para declarar que o presidente deveria "ter a grandeza" de "antecipar as eleições de 2018" para este ano

Primeiro disse que era preciso "cautela" antes de sair acusando o presidente, por causa daquela gravação do Joesley, mas, agora, diz que vivemos uma "anomia" e que falta "legitimidade"

Primeiro disse que o governo tinha de atravessar um "pinguela", mas, agora, disse que é melhor atravessar o rio "a nado" e "devolver a soberania ao povo"

Se você leu e releu a nota que FHC - para ver se era isso mesmo -, e ficou sem entender direito alguns trechos, não se preocupe: *ninguém* entendeu. Nem o PSDB

Em outras palavras: se o PSDB tinha em FHC um guia ou "farol", o partido acaba de perdê-lo - e os caciques, pós-FHC, tendem a se disputar pelo controle do espólio

Se o PSDB já soava esquizofrênico permanecendo no governo pós-TSE - mas recorrendo ao Supremo contra a decisão do mesmo TSE -, FHC conseguiu soar, mais que esquizofrênico, alucinado e alucinante

Se o PSDB havia passado relativamente incólume ao turbilhão da Lava Jato, agora vai sendo tragado, no mesmo redemoinho que engole PT e PMDB - e não só pelos desvios éticos, que começam a aparecer, mas porque sua bússola quebrou...

Silêncio, FHC

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Postado por Julio Daio Borges
16/6/2017 às 11h18

 
E o Doria virou político...

Por que São Paulo elegeu João Doria? Vale recapitular:

Porque ele não tinha papas na língua. Falava o que pensava e se posicionava

Porque ele não era um político. Ou, ao menos, não era um político tradicional

João Doria era alguém "de fora". Alguém que tinha tido sucesso. Alguém com um "novo olhar". Alguém fora do esquema (ou "dos esquemas")...

OK, João Doria era contra o PT. Alguém com coragem para atacar Lula de frente. Um antipetista convicto

Mas o que aconteceu com João Doria, de uns tempos pra cá?

Não, não estou falando do marketing - que ele continuou fazendo até dominar as redes sociais

Nem estou falando do seu governo, que tem feito boas parcerias com a iniciativa privada - numa prefeitura falida -, apesar de uma ou outra ação mais controvertida (não quero discutir a Cracolândia ou os grafites...)

Estou falando desse "novo" João Doria, que surgiu de umas semanas pra cá. O "PSDBista". Querendo oferecer seu "lastro" a um partido que insiste em apoiar um governo morto-vivo...

Recordemos. O presidente prevaricou. O presidente mudou o ministro da Justiça, como Dilma, para controlar a PF (em vão). O presidente voou no jatinho do "falastrão" (primeiro disse que não voou; depois fingiu que não sabia de quem era o jatinho...)

Pior: o presidente acha que tem razão. E insiste em ficar. Em "não renunciar". Afronta o Ministério Público (acha que não tem de dar satisfação). Comemora sua "absolvição" pelo TSE (como se fosse inocente). Suspeita-se de que o presidente espione ministros do Supremo enquanto se prepara para ser julgado por ele...

Contra o presidente, pairam acusações de obstrução da Justiça, formação de quadrilha, corrupção passiva...

Mas este era um texto sobre João Doria, não é mesmo?

E o que Doria tem feito?

Primeiramente, Doria encampa o discurso de PSDBistas - e diz que se deve preservar a "estabilidade"...

Que estabilidade, cara pálida? O Brasil pós-Joesley perdeu toda a estabilidade. Com malas de dinheiro, prisões, delações... Diariamente... E de gente cada vez mais próxima ao presidente...

Que estabilidade um governo "balança-mais-não-cai" pode oferecer???

Em nome das "reformas"? Um presidente contra quem pesam acusações graves, e que precisa - diuturna e "noturnamente" - se defender, tem condições de "aprovar" o quê? E com que moral???

Mas o pior de tudo, João Doria, foi você dizer: "Nós temos de lembrar que somos contra o PT". Ou "o nosso inimigo é o PT"

Pois bem, João Doria, e nós temos de *te* lembrar que - aqui fora - nós somos contra a corrupção. A nossa inimiga é a corrupção (mais que o PT)

Porque não adianta nada ser "contra o PT" e fazer vista grossa para a corrupção do PMDB "et caterva" (você sabe de quem estou falando...)

João Doria: não vire um político agora - não "do pior jeito" e não "no pior momento"...

Nós *não precisamos* de mais um político que tampe o sol com a peneira; que finja que nada está acontecendo; que resista em desembarcar de um navio que afunda "diuturna e noturnamente"...

Eu lamento pelo seu partido e lamento pelo (ex?) presidente do seu partido. Mas lamento mais por você

Não faça como ele. Não traia o voto dos paulistanos que confiaram em você. Não faça como ele fez com o voto dos brasileiros...

Não jogue fora seu capital político. E se não ficou claro ainda: não seja conivente com quem conspira contra a Lava Jato

Seja *menos* político. Não seja mais um tucano - para dizer o óbvio - em cima do muro

São Paulo precisa de você. O *Brasil* precisa de você

E não de mais um "cacique". E não de *mais um* político...

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Postado por Julio Daio Borges
13/6/2017 às 10h05

 
As crises e 'a' crise

(Para você que não sabe mais quem apoiar)

Das grandes crises, de que eu me lembro, talvez a primeira seja a dos anos Sarney - do meio para o fim da década de 80 -, com hiperinflação, uma sucessão de planos econômicos e uma crise de abastecimento depois do plano Cruzado

Na sequência, a crise do Collor, no início dos anos 90, com confisco da poupança, escândalo de corrupção e impeachment

Em meados da década de 90, o Real, com Itamar, foi uma revolução - mas a desvalorização, no final da mesma década, foi um choque (quem apostou numa economia "dolarizada", praticamente quebrou)

Os desastres da era Lula, na década de 2000, começaram a aparecer em 2005, com o escândalo do Mensalão

O Brasil, ainda assim, se deixou levar - e elegeu Dilma, duas vezes seguidas, até que o Petrolão revelasse um escândalo muito maior que o anterior (por meio da Lava Jato, a partir de 2014)

Mesmo tendo vivido uma ou duas crises a cada década, desde os anos 1980 até os anos 2010, não me lembro de uma crise como a de agora...

Nos anos 80, o Sarney já era tão ruim quanto agora, ou pior, mas acho que havia a esperança da redemocratização - e os debates presidenciais de 1989 continuam disponíveis no YouTube, para demonstrar que o nível só vem caindo de lá pra cá...

Nos anos 90, o Collor foi um anticlímax, mas, pelo menos, acabou com a reserva de mercado, e a indústria brasileira foi obrigada a sair do tempo das diligências...

Ainda nos anos 90, mesmo com a desvalorização do Real em 99, nós tínhamos uma moeda, começávamos a ter uma economia e havia algum alento com a chegada do novo milênio...

O desânimo, para mim, começa com a vitória de Lula, em 2002 - que eu já pressentia como um desastre -, mas com Palocci (e Meirelles?) conseguiram enganar o mercado, e a economia, a ponto de reeleger Lula e - pasmem - Dilma, um pesadelo indisfarçável

Mas, mesmo com Dilma, nós havíamos perdido a eleição com o Aécio em 2014... E o bom trabalho que o PSDB havia feito com o Real - em 1994 (e depois) - indicava que uma volta dos "tucanos" ao poder *poderia* colocar o Brasil (ou, ao menos, a economia) nos eixos novamente...

Foi o que Temer tentou fazer, desde o impeachment de Dilma: ser um novo Itamar, reorganizando a economia, com o mesmo Meirelles, fiador dos governos Lula, num suposto governo de "união nacional"...

Só que Temer não contava que o "fio da meada" puxado pela Lava Jato atingiria, igualmente, seu governo, seu partido, seus aliados, seus assessores... e a ele próprio

Então Temer não se revelou muito diferente de Dilma, para se manter no poder: tergiversando, contando meias-verdades e até mentindo de maneira deslavada...

E o PSDB, emprestando seus "economistas" ao PMDB, na travessia da "pinguela", também foi atingido nas delações, a ponto de ter a imagem de seu presidente destruída... Aquele mesmo Aécio, que ia nos "salvar" da Dilma (e do PT), conspirava, nos bastidores, contra a Lava Jato e recebia, igualmente, propina...

O que estamos assistindo agora - e que culminou com esse julgamento farsesco do TSE - nada mais é que a tentativa, canhestra, do establishment político de "frear" a Lava Jato - porque se ela continuar, não vai sobrar nada nem ninguém...

A crise de agora não se compara com as anteriores que eu vivi porque não é um presidente, ou um partido, que está caindo, ou ruindo - é todo um sistema, governo & oposição, que se alternam no poder, mas que se revelaram irmanados nos mesmos "esquemas"...

O "suposto" governo e a "suposta" oposição se juntam - como nunca antes... - para combater o inimigo comum: a Lava Jato, que os está desnudando...

Para não cometer o mesmo "erro" de apoiar um novo "Aécio", o que temos de fazer - agora - é continuar apoiando a Lava Jato

Com todos os "erros" da operação - "açodamentos", "arbitrariedades", "abusos" (expressões que os detratores adoram utilizar) -, a Lava Jato é o que temos "pra hoje"

Entre a Lava Jato, Dilma, Lula, Temer e Aécio, com quem você prefere ficar? Entre a Lava Jato, o PT, o PMDB e o PSDB-abraçado-ao-PMDB, com quem você prefere ficar? Entre a Lava Jato e o Gilmar Mendes, com quem você prefere ficar?

Acho que não preciso responder. E acho que isso responde à nossa dúvida existencial - pós-TSE - sobre quem devemos apoiar...

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Postado por Julio Daio Borges
10/6/2017 às 18h28

 
Chris Cornell

Chris Cornell era a maior voz de Seattle

Evito usar o termo "grunge" porque acho reducionista. Ainda mais no caso de Cornell, que sempre cantou mais que a média dos roqueiros (eu disse roqueiros e, não, "metaleiros")

Kurt Cobain, do Nirvana, era o letrista. Eddie Vedder, do Pearl Jam, talvez seja o maior astro pop. Jerry Cantrell, do Alice in Chains, é o maior guitarrista. E Cornell, do Soundgarden, o melhor cantor

Além da sua morte precoce, é impressionante que em quase todas essas bandas tenha morrido alguém de forma trágica. Cobain se suicidou com uma arma. Tinha 27 anos. Layne Staley foi encontrado já em estado de putrefação (depois de uma overdose). Tinha 34 anos. E Cornell se enforcou num banheiro de hotel, na última quarta, depois de um show. Tinha 52 anos

O Nirvana estourou. O Pearl Jam de Eddie Vedder teve sucesso a médio/longo prazo. Talvez mais que qualquer outra banda de Seattle - porque caiu no "gosto médio" (Vedder sempre fez sucesso entre as menininhas...)

O Alice in Chains alcançou, em francês, o que se chama de "succès d'estime" (sucesso entre iniciados). Já o Soundgarden foi o que teve menos sucesso - e talvez fosse, musicalmente, o grupo mais sofisticado. Basta ouvir "Badmotorfinger", de 1991

Maior que essa injustiça toda é o fato de que, talvez, Chris Cornell foi o maior músico da geração Seattle

Ele teve a voz de um bluesman e o próprio Soundgarden soava como uma mera banda "de apoio" para seus vocais. Afinal, o Soundgarden nunca passou de uma versão "anos 90" para o primeiro Black Sabbath. Com a diferença de que Cornell cantava muito mais que Ozzy Osbourne. E, muito provavelmente, se ombreava com Ronnie James Dio - embora, musicalmente, fosse mais versátil

Quando Michael Jackson morreu, a melhor versão de "Billie Jean", na praça, era uma acústica de Chris Cornell. E eu poderia falar de sua versão para "Nothing compares 2 U", de Prince - mas prefiro lembrar de Brad Mehldau, um pianista de jazz, tocando "Black Hole Sun" (do último disco do Soundgarden que vale a pena, "Superunknown", de 1994)

No início dos anos 90, quando o grunge estourava, já se falava na "carreira solo" de Chris Cornell. Mas, embora conseguisse bom espaço na imprensa, para suas turnês solo, sua carreira solo nunca decolou de fato

O mais perto que esteve do mainstream, depois do grunge e do clipe de "Jesus Christ Pose", foi com "You know my name", da trilha sonora de "Cassino Royale", o "remake" de 2006

Uma das maiores fatalidades é um grande talento não encontrar o sucesso de fato...

Primeiro, Cobain com aquele fiapo de voz rouca. Depois, Staley, que, praticamente, só gritava. Na sequência, a consagração "pop" de Vedder. E, por último, Dave Grohl, com o Foo Fighters - que, como baterista do Nirvana, até enganava; mas, como cantor, é, convenhamos, "o sub do sub"...

Se somar todos, não dá um Chris Cornell. Que sua morte precoce, ao menos, sirva para redimensionar sua importância

O grunge, como modismo, era uma bobagem. Mas a geração de Seattle, de fato, foi a última do rock

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Postado por Julio Daio Borges
29/5/2017 às 14h24

 
Antonio Candido

Antonio Candido era mais citado do que lido, como sói acontecer com algumas figuras da vida intelectual brasileira

Não li Formação da Literatura Brasileira, o que talvez seja um pecado mortal para alguém que se atreve a escrever um texto sobre ele. Mas o fato é que encontrei o livro, para vender, uma ou duas vezes na vida. E arrisco dizer que esteja "fora de catálogo", como sói acontecer com muitos clássicos brasileiros também

Li, outrossim, Textos de Intervenção, mas confesso que achei OK - nada de mais, nem de menos. Não era assim uma "Brastemp" (nem, muito menos, um "Antonio Candido")

Minha impressão é de que, em torno dele, foi construída uma aura meio santa - no sentido de que tudo o que citavam dele era considerado "a última palavra" em matéria de literatura brasileira (como se fosse uma espécie de Harold Bloom dos trópicos, tendo escrito seu Cânone Ocidental Brasileiro)

Nem era o meu crítico literário favorito. Prefiro Wilson Martins, de quem não consigo ler História da Inteligência Brasileira - mas de quem já li dois volumes da série "Pontos de Vista" com enorme prazer

Justiça seja feita: republicamos dele, no Digestivo, uma "memória" de Mário de Andrade - que é tocante, mesmo para quem não gosta de Mário (ou não sabe nada sobre ele)

Lembro mais *desse* Antonio Candido - do comentário breve, do improviso, do "causo" - do que do Antonio Candido "canônico"

É o mesmo de documentários recentes e de "aparições" breves na USP - já que estava afastado, havia muito, da "lida"

Historicamente, fez parte da santíssima trindade da revista "Clima" (outra mais citada do que lida), junto com Décio de Almeida Prado (na área do teatro - talvez mais legível e mais disponível que Antonio Candido em livro) e Paulo Emílio Salles Gomes (esse na área de cinema - reeditado fartamente pela Cosac Naify)

Para dessacralizar, cito a expressão de Oswald de Andrade, que apelidou os três de "chato boys". Oswald não perdoava ser criticado. E, embora fosse maldoso nas piadas, a expressão deve fazer algum sentido (caso contrário, não teria graça)

Last but not least: Antonio Candido foi membro-fundador do PT - o que, por esse "feito", o coloca no mesmo "panteão" de Sergio Buarque de Hollanda (para a intelectualidade brasileira "de esquerda")

Aliás, é de Antonio Candido - para uma das edições comemorativas de Raízes do Brasil - um trecho que selecionei e usei como epígrafe na minha coletânea de "A Poli como Ela é..." (meu primeiro texto mais conhecido)

E é irônico que, junto com a citação de Candido, eu tenha escolhido uma do Diogo Mainardi...

Um que ajudou a fundar o PT; o outro que ajudou a *afundar* o PT

Um que deu "adeus" à literatura. Outro que, no Brasil, virou quase sinônimo dela

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Postado por Julio Daio Borges
15/5/2017 às 16h16

 
Chuck Berry

"Se o rock tivesse outro nome, ele seria 'Chuck Berry'."
~ John Lennon

Todos os roqueiros têm uma dívida impagável com ele. Ainda que fosse, oficialmente, o pai do rock, era negro, de origem humilde e de maneiras simples

Se o rock tivesse pagado royalties a Chuck Berry, ele seria bilionário. Como Paul McCartney, Mick Jagger e Ozzy Osbourne

O primeiro a faturar em cima do rock foi, obviamente, Elvis Presley, embora sua inspiração maior fosse Little Richard, o pianista de "Lucille" - que, brincando, se dizia "a mãe do rock" (era homossexual com laivos de religiosidade)

Sim, o rock teve um pai, uma mãe, um rei e até um príncipe. Todos hoje mortos, com exceção de Little Richard

Berry e Richard vieram ao Brasil, se não me engano, em 1994. E tocaram no então Palace. Cada um fez o seu show. No final, tocaram, juntos, "Roll Over Beethoven", de Berry, que os Beatles regravaram

Chuck Berry, um descuidado, veio ao Brasil sem a sua famosa guitarra, uma Gibson semi-acústica. Marcelo Nova, que tinha uma igual, foi logo acionado: "Se é para Chuck, eu empresto", declarou pelo rádio

Chuck não parecia ter consciência da lenda à sua volta. Seja tocando ao lado de John Lennon, seja tocando com Keith Richards, ambos no YouTube, era sempre o mesmo. Contando até quatro, como os Ramones - "one, two, three, four" - e esperando sua vez de entrar, como um nadador, em sua raia, afoito

Tinha mãos enormes, como Jimi Hendrix, a quem, obviamente, inspirou, envolvendo o braço da guitarra com os dedos, tocando despreocupado e saltitante

Suas apresentações, desde as primeiras até às últimas, são rigorosamente iguais. Entrava, executava seu número e saía

O rock, para ele, não era um negócio, era um meio de vida. Existem histórias de que não entrava sem receber antes (trauma de quem, provavelmente, tocou de graça)

O rock foi tão assimilado - como gênero - que ouvir Chuck Berry hoje, em estúdio, parece não nos acrescentar nada...

Mas ele foi o pai do riff. E o ritmo - o rock, que se dança - foi Chuck Berry quem imprimiu, com sua guitarra, acompanhado de uma bateria bem marcada e de um pianinho ao fundo

Seu jeito de cantar, com voz forte, quase estourando a caixa, fez escola. Desde os Beatles em "Twist and Shout", como o próprio título já indica, até o Led Zeppelin que, sem querer, inventou o heavy metal, passando pelos punks, os roqueiros nunca primaram por tocar e cantar em decibéis "normais"

Mas nem só de ritmo e de garganta viveu Chuck. Sob muitos aspectos, ele foi o primeiro "guitar hero". Seu jeito de bater nas cordas, arrancando sons estridentes, à beira da desafinação, podem ser considerados os primeiros "solos" - que ele executava nas introduções ou quando não estava cantando

E tinha, como precursor de Elvis e Michael Jackson, sua própria coreografia. A maneira de usar a guitarra como anteparo, se relacionando fisicamente com ela, antecipou Hendrix e Jimmy Page, entre outros

Chuck Berry era uma força da natureza

Se o rock inglês é, frequentemente, lembrado como mais "sofisticado", ele não existiria sem o original, sem o rock americano, sem o rock de Chuck Berry

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Postado por Julio Daio Borges
20/3/2017 às 15h23

 
Ascensão e Queda de Leandro Karnal

O Leandro Karnal, como figura midiática, é uma invenção da Casa do Saber. Assim como o Luiz Felipe Pondé, antes dele

Eu lembro quando eles eram professores universitários, desconhecidos do grande público, falando para uma elite, que pagava os cursos, na Casa do Saber

A Casa do Saber, também chamada "Daslusp", teve o mérito de aproximar esses professores universitários de um público com o qual eles jamais teriam contato - e vice-versa

Alguns professores, como Karnal e Pondé, tiveram a habilidade de traduzir o saber "acadêmico" para um público leigo - e caíram no gosto

Viraram coluna de jornal, comentarista de rádio, comentarista de TV, livro, vídeo no YouTube, assessor para assuntos aleatórios, celebridade etc. - não, necessariamente, nessa ordem

Não sei quando foi o auge do Pondé, mas o auge do Karnal foi agora, que ele postou essa foto com Sergio Moro, e achou que tinha de voltar atrás - e retirou a foto

Eu nunca acompanhei ele, nem cheguei a vê-lo na Casa do Saber, mas já estava cansado dele, confesso. Não dele, como pessoa, mas do nome dele em todo lugar

Ninguém é tão bom que resista a tanta exposição. (E isso é um alerta, também, para o Sergio Moro)

O problema da foto não é ser com o Moro. Poderia ser com o Lula

O problema da foto é retirar e depois escrever que pode "postar" foto com quem quiser. Mas, se pode, então por que retirou?

O lance de "seguir" alguém de opinião é, justamente, seguir alguém que *não segue* a massa (e que tem, supostamente, a sua própria opinião)

Mas quando essa pessoa fica mais preocupada com a opinião dos outros - e retira a foto -... que tipo de "opinião"... tem essa pessoa?

Audiência vicia, eu sei... "Likes", comentários, compartilhamentos. No caso dele: cachês, palestras, convites, jantares, encontros com poderosos...

Também existe a questão ética - que, no Brasil, a maioria ignora - de comentar e, ao mesmo tempo, se misturar com o próprio assunto

Karnal pode se encontrar com quem ele quiser, jornalistas fazem isso mesmo - mas não pode posar de "amigo" de alguém que é alvo de seus comentários

Se são amigos (o que não é nenhum problema, a princípio), qual a isenção de Karnal para comentar Moro? Nenhuma, certo?

E se *não são* amigos, por que "postar" aquela foto simpática? Por que querer "parecer" amigo então?

A consagração de Karnal só aumentava. Ele achou que poderia tudo. Até ser amigo do juiz mais poderoso do Brasil

Não podia, Karnal. Você é professor de História. Você não é "a" História. Conforme-se

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Postado por Julio Daio Borges
14/3/2017 às 08h22

 
Experiência

Ontem à noite, meu celular pifou. Deu uma pane. Travou na tela do Facebook e não saía mais

Eu estava na padaria com a Catarina, depois de um dia úmido e chuvoso, e deixei para olhar quando chegasse em casa

Mas não destravou. Na verdade, a tela ficou preta. Depois voltou no Facebook. E a única coisa que eu conseguia fazer era navegar no Facebook (uma espécie de pesadelo)...

Eu juro que pressionei todos os botões. Alguns, eu segurei... soltei. (Eu tenho um iPhone.) Tentei desligar o celular - para recarregar. Mas, para o meu azar, ele estava bem carregado ;-)

Pus a Catarina para dormir e, enquanto deitava com ela, já fui fazendo o inventário – mental – de tudo o que teria de fazer, no dia seguinte, enquanto o meu celular não “voltava”... (quais providências tomar etc.)

Ele ainda voltou uma única vez – na tela do Facebook – e, usando o navegador (do mesmo Facebook), eu acessei meus sites, antes de dormir, e meus e-mails. Felizmente, estava tudo bem...

A quem eu sabia que ia me procurar no WhatsApp, no dia seguinte, eu tive de avisar que meu celular não estava funcionando. E que eu mesmo ligaria

E a um amigo que tinha acabado de me ligar, eu pedi que me passasse o número dele (sim, acreditem) – pois a única coisa que eu conseguia fazer era ver que ele tinha me ligado (não conseguia acessar o seu “contato”...)

Óbvio que não era a primeira vez que eu ficava sem celular. Na última, há um ano e meio, quando eu troquei de iPhone, meu celular antigo foi morrendo aos poucos – e, no final, só ficava uma insensível tela preta (quase nenhum botão respondia mais)

Dormi pensando que meus eventos, de trabalho e pessoais, estavam no calendário do celular. Além dos meus contatos, minhas fotos etc. De quando era o meu último back-up no iCloud? Lembrava, vagamente, que meu back-up estava atrasado... (mas desde quando?)

Bom, os e-mails, eu consigo acessar, pelo notebook, pensei (eu não tenho iPad). Meus sites, eu consigo acessar também...

Engraçado, eu não pensei nas redes sociais. Ou pensei, mas - entre tudo o que eu lamentei “perder” - as redes sociais eram o que eu menos lamentei perder...

Meu celular passou a noite mergulhado num saquinho de arroz Tio João. Parece macumba, mas funciona. Uma vez entrei no mar, para fotografar a Catarina, e meu outro iPhone só ressuscitou assim – depois de passar *horas* mergulhado no arroz (que “chupa” a umidade, me disseram, e que faz o celular funcionar de novo)

Hoje de manhã, meu celular ainda tinha alguma bateria. A tela continuava preta, mas ele “vibrava” sempre que eu ativava (e desativava) o som... Era a única certeza, que eu tinha, de que ele não estava, definitivamente, “morto”

Quando a bateria, finalmente, acabou (percebi quando ele nem vibrava mais), pus para carregar - e ele “voltou” à vida ;-)

Quando mostrou aquele desenhinho, solicitando o cabo de força, eu podia ter soltado “aleluia” - seria bem apropriado...

Foi como se eu revivesse junto com ele... Já estava imaginando ter de levar para “consertar” – e ser explorado... Ou ter de gastar uma fortuna num novo...

E pior: ter de passar dias – ou semanas – na transição entre um e outro (é sempre um transtorno)...

Na hora do almoço, quando meu celular, novamente, estava carregado e pronto para uso, eu havia ficado sem energia. Psicologicamente cansado – pelo estresse “inútil” que eu havia passado...

Então pensei no quanto somos dependentes desse aparelho. E como uma falha – mesmo que momentânea – pode desestabilizar a nossa rotina...

Por que a Apple não inventou, ainda, um celular na “nuvem”, que a gente acessa pela Web? Ou pelo iPad? (Eu não tenho iPad, mas talvez comprasse só por isso...)

Enfim, não compartilhei aquele famoso post “estou sem celular” - que as pessoas, geralmente, compartilham no Facebook (quando estão desesperadas)

Preferi “postar” este relato, que acabou longo, mas que me deixou meditando, sobre a nossa dependência do aparelho – e sobre o quanto de tempo, e o quanto de energia, colocamos nele...

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Postado por Julio Daio Borges
15/12/2016 às 15h51

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