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Terça-feira, 1/12/2015
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Ops!

A revelação
do Óbvio
é a descoberta
de u'a novidade,
às avessas

O que, já
nos é mais
que conhecido
porém, eterna-
mente,
u'a surpresa.

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Postado por Metáforas do Zé
1/12/2015 às 20h37

 
Uma História da Tecnologia da Informação- Parte 13

Alô, caros leitores e leitoras... demorei mais do que pretendia para publicar este Epílogo, pois andei ocupado sendo Vovô pela OITAVA vez. Bem-vinda, LÍVIA PALKO SPIGUEL, minha terceira neta, nascida em 02 de Novembro p.p. Mas, voltando à vaca fria, esta Parte 13 é o Epílogo da Série: UMA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, que eu venho publicando neste meu blog. Lembro aos leitores e leitoras que não leram Partes 1 - 12, que vocês podem acessá-las "clicando" no Mais Claudio Spiguel aí embaixo no rodapé do texto.

Parece que não será muito fácil abandonar o tema tecnológico, principalmente porque boas perguntas continuam chegando dos leitores a respeito. Nas semanas desde a publicação da Parte 12, um leitor fez o seguinte comentário sôbre a série acima mencionada: "Você só fala das coisas boas da tecnologia da computação; seus exemplos são todos pioneiros, progressistas, como se só coisas assim existissem. Mas e as coisas ruins? E esses VÍRUS que quando entram no meu computador fazem da minha vida um inferno? Tudo na sua série parece ter um objetivo nobre; qual o objetivo dos vírus? AFINAL, PARA QUE SERVEM OS VÍRUS...?"

É possível que o leitor que fez esse comentário não se dê conta da profundidade da questão que êle levantou, motivado muito provàvelmente apenas pelo "inferno de vida" quando seu computador está "infectado". Na verdade, existe uma boa razão para esses programas indesejáveis a que o leitor está se referindo serem chamados de vírus, e essa razão é a similaridade deles aos vírus biológicos que causam consequências indesejáveis (infecções viróticas) em organismos vivos, como nós, outros animais, e plantas. O vírus de computador nada mais é do que um programa de computador, um conjunto de instruções, escrito em uma linguagem computacional como qualquer outro programa, e que viaja pelos mesmos tipos de mídia que qualquer outro programa, ou seja, discos fixos ou removíveis, e cabos de conexão entre computadores que formam redes de computadores, como a Internet (ver Parte 11).

Apenas o vírus é um programa que contém instruções que, em nossa linguagem, soariam mais ou menos como o seguinte: Toda a vez que você encontrar uma mídia computacional nova (discos, memória, cabos, etc.), faça uma cópia de você mesmo e coloque-a nessa mídia. É bàsicamente um programa do tipo DUPLIQUE-SE E INSTALE-SE POR ONDE PASSAR.

Incidentalmente, esses programas podem também conter instruções altamente daninhas, como APAGUE TUDO QUE ESTÁ NA MEMÓRIA OU DISCO RÍGIDO EM QUE VOCÊ ACABA DE SE INSTALAR, o que é suficiente para causar o "inferno de vida" de que falamos anteriormente. Ou ainda, pode causar os alto-falantes do computador emitir sons robóticos que soam sarcásticos como NÃO SE ASSUSTE, MAS INFECTEI O SEU COMPUTADOR, E O SEU DISCO RÍGIDO FOI TOTALMENTE APAGADO, seguido de uma risadinha eletrônica. Já pensaram que "inferno de vida"? Mas isso tudo é qualificado pela primeira palavra deste parágrafo: Incidentalmente!

A característica principal de um vírus de computador, a característica que o identifica como um vírus, é a instrução que diz DUPLIQUE-SE, escrita em uma linguagem que computadores obedecerão sem questionamento. Nós, humanos, podemos detestar isso o quanto quisermos, mas uma vez que essas instruções sejam escritas em uma linguagem reconhecida por computadores, estes a executarão da mesma maneira que executam instruções consideradas benígnas, como SOME DOIS NÚMEROS em um programa que emula uma calculadora, ou SUBLINHE ESTA FRASE em um programa de edição de textos, ou ainda AVANCE O PEÃO DO REI DUAS CASAS PARA A FRENTE em um programa que joga xadrez. Ainda mais, com os computadores hoje em dia conectados pràticamente a todos os outros computadores pela Internet (ver Parte 11), e com a facilidade de troca de discos, CD's, DVD's, "pen drives", etc., um programa que contém a instrução DUPLIQUE-SE E INSTALE-SE tem a capacidade de se espalhar como uma epidemia, e isso é o que realmente acontece, com centenas, milhares, milhões de cópias se espalhando pràticamente instantaneamente. O mundo cibernético de hoje é um paraíso para epidemias viróticas!



Os vírus biológicos são assustadoramente similares. Fundamentalmente um vírus biológico é um programa escrito em linguagem de DNA, que é exatamente como uma linguagem computacional, ao ponto de ser escrita em um código digital (quaternário — A-T-G-C). Como um vírus computacional, o vírus biológico simplesmente reza DUPLIQUE-SE E ESPALHE-SE! Não há aqui uma sugestão que os vírus, biológico ou computacional, querem se espalhar. Ocorre que para ambos, de todas as maneiras em que o seu código digital poderia se organizar em instruções, só aqueles que contém a instrução DUPLIQUE-SE E ESPALHE-SE acabam, de fato, gerando uma quantidade enorme de cópias de si mesmo, e se espalhando! Basta para isso que exista um maquinário pronto e capaz para executar as tais instruções, o que no caso do vírus computacional é a rede de micro e macro computadores interligados pela Internet, e no caso do vírus biológico é o maquinário celular existente nos seres vivos, incluindo nós, humanos, interligados como somos no ambiente em que vivemos, respirando o mesmo ar, e "trocando" células uns com os outros das mais variadas maneiras em que nos relacionamos (novamente, bem-vinda Lívia!!... :-).

É importante entender que os malefícios potenciais dos dois tipos de vírus são, como já mencionei, puramente incidentais, ainda que possam ter sido projetados por um programador mal-intencionado (computacional), ou por um laboratório de criação de armas biológicas (biológico). A verdade é que se os vírus não tivessem instruções do tipo DUPLIQUE-SE E ESPALHE-SE para garantir que êles continuem a existir, êles não existiriam. Os que não têm, ou nos quais tais instruções não funcionam a contento, morrem, vítimas de um processo de seleção natural. Diversidade e seleção natural no mundo biológico, e padronização (ou falta de) e homogeneidade no mundo cibernético (um vírus para os PC's perecendo em um MAC ou vice-versa...). E isso independentemente se o vírus computacional apaga ou não o seu disco rígido e faz gozação com você na tela e no alto-falante do seu computador, ou se o vírus biológico causa febre e problemas respiratórios no seu corpo.

A resposta ao leitor, portanto, é que não há um objetivo nobre, ou um porque para os vírus. Eles simplesmente existem porque são extremamente competentes em DUPLICAR-SE e ESPALHAR-SE, o que aliás é o objetivo puro e simples dos "vírus" que todos os seres vivos, incluindo nós, humanos, temos codificados digitalmente dentro de todas as nossas células (DNA), e que constroem nossos corpos para garantir DUPLICAÇÃO e ESPALHAMENTO, garantindo assim a permanência e a evolução da raça!

Agradeço a todos que viajaram comigo pelas 13 partes dessa viagem fantástica que foi UMA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Continuaremos aqui no blog publicando sobre outros assuntos, ou seguimentos deste tema apaixonante, se comentários futuros de leitores assim o exigirem, e justificarem.

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Postado por Blog de Claudio Spiguel
1/12/2015 às 19h27

 
Cinema Independente (3)

3
CÂMERA NA MÃO

PRÉ-PRODUÇÃO

Tendo escrito o argumento e/ou roteiro e obtido as autorizações necessárias, é o momento de se dedicar à pré-produção. Nesta etapa, você analisa o roteiro e organiza como se dará a filmagem das cenas; raramente o que vemos na tela corresponde à ordem em que realmente as cenas foram filmadas. O mais comum é ordenar as cenas em função da disponibilidade de locação - digamos que parte da história se passe num hotel; dificilmente há como manter uma equipe de filmagem por semanas a fio em um estabelecimento comercial que esteja funcionando, isso atrapalharia o dia-a-dia do hotel e atrasaria bastante as filmagens. Num caso assim, o hotel, ou a parte dele necessária para o filme, fica à disposição da equipe durante um período X de tempo (horas, ou dias, ou semanas, enfim, o que for combinado) e nesse período todas as cenas que tenham o hotel como locação deverão estar filmadas. Outras variáveis a considerar é a agenda dos profissionais envolvidos - os atores, por exemplo, podem estar participando na mesma época de outro filme, ou de peça teatral, ou ainda de alguma novela ou série. Enfim, é durante a pré-produção que se procura esquematizar o plano de filmagem, ou seja, um cronograma elaborado de modo que se possa fazer a filmagem otimizando ao máximo os profissionais envolvidos e os recursos necessários, levando em conta os recursos disponíveis.

No caso de documentários, o plano de filmagem tem mais a ver com o agendamento das entrevistas; de todo modo, o plano é menos rígido do que o de um filme de ficção, porque nem sempre ao início da produção de um documentário o diretor sabe exatamente quantas pessoas serão entrevistadas, e onde as gravações irão ocorrer. Mesmo no caso de um doc como Edifício Master, de Eduardo Coutinho, que se passa todo dentro de um prédio de Copacabana. A equipe alugou um apartamento no edifício, permanecendo lá durante um mês, e a filmagem aconteceu em apenas 7 dias, ouvindo 37 moradores.


FILMAGEM

Muitas vezes o projeto do filme já está roteirizado e pré-produzido, porém não começa a ser filmado de imediato em função da busca de recursos para a produção do filme. Talvez aqui esteja a maior diferença entre filmes realizados com o apoio de grandes companhias e o cinema independente. Cineastas independentes costumam financiar seus filmes das mais diversas formas: ou com suas próprias economias, ou recorrendo a empréstimos de parentes, ou através de campanhas de financiamento coletivo (também conhecidas pelo nome em inglês crowdfunding), ou ainda inscrevendo o projeto em editais (falaremos mais detalhadamente sobre editais no capítulo 5). Em função disso, pode acontecer de um filme independente ter sua produção iniciada sem que se tenha em mãos todo o valor necessário para sua conclusão.

No cinema independente é comum que a equipe utilize os equipamentos que cada um tem à disposição, como câmeras digitais, tablets e mesmo celulares (já até festivais dos quais só podem participar filmes gravados em celulares e tablets). Havendo dinheiro em caixa, é possível alugar equipamentos, com ou sem os respectivos técnicos, para a realização das filmagens.


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Postado por Cinema Independente na Estrada
1/12/2015 às 16h19

 
A ultima fala

(editado)

As luzes da fachada do pequeno teatro, fruto do idealismo de um ator-sonhador somente iluminaram um cartaz.

O sucesso do primeiro trabalho encenado foi tão grande que as vidas, tanto do teatro como da peça, estavam entremeadas e firmemente consolidadas.

Pelo menos, até o dia em que o ator principal simplesmente esqueceu o texto e nem se deu conta do apoio do ponto.

Tudo corria normalmente, mas a "deixa" não foi percebida e a concentração dispersa, trazendo desespero e angustia ao pessoal que, da coxia, tentava chamar a atenção do ator, evaporado de sua personagem, caracterização e texto.

Poucos instantes notados primeiro pelo elenco e, finalmente, pela platéia que, em suspense, aguardava o que era considerado o melhor do espetáculo: A apoteótica ultima fala.

Algumas palavras lançadas ao espaço com tanta convicção, drama, força, certeza e profundidade, que muita gente continuava indo ao teatro por vezes seguidas, apenas para escuta-las

. Ultimamente,os aplausos parcimoniosos revelavam desapontamento dos espectadores, mas hoje a expectativa era enorme.

Uma reportagem muito bem elaborada, dentro da edição de aniversario de uma revista de publico qualificado, provocara uma corrida as bilheterias, com reservas para todos os espetáculos da semana que começava.O ambiente de euforia tomou conta do elenco, e o diretor, para manter o clima positivo, e evitar "derrapadas e escorregadas" programou ensaios extras.

Aquela coisa da estrela total, esquecer e improvisar no momento apoteótico do espetáculo, estava causando mal estar e grande preocupação.Já havia quem propusesse, por debaixo dos panos, mandar o "velho mestre" descansar um pouco. Que desse uma chance para alguém mais novo, com futuro promissor.

Imagine só, num ambiente de superegos, de vaidades e intrigas, inveja e paixão, sugerir a substituição de um professor, soava como heresia e maldade. Talento, vocação, dedicação e disciplina não lhe faltavam. A memória poderia ser ajudada com um ponto eletrônico, secundado pelo ponto tradicional que ele gostava de ver. Parecia renovar-se a cada espetáculo.

Apesar de todos os recursos disponíveis, as falhas estavam mais freqüentes.

A entrevista concedida a uma jovem repórter, enfatizou a profundidade da ultima fala e a capacidade de convencimento que tinha quando a pronunciava.

O trabalho do elenco, a inteiração entre todos atores e atrizes, a historia, etc, foram elogiados e incensados à exaustão. Mas o que lotava o teatro era o instante final. Aqueles segundos que antecediam o fechamento das cortinas.

A campainha sinalizou o fim do intervalo e as cadeiras da platéia foram rapidamente ocupadas. Nenhum lugar vago.

Alguns conhecidos e amigos assistiam de pé juntinho da parede, na altura das três ultimas filas.

Até aqui o desempenho do elenco superava qualquer expectativa. A emoção secava bocas e gargantas a cada dialogo, a cada interjeição. A marcação precisa, os movimentos, a entonação de cada palavra, as mascaras, os trejeitos, que maravilha. O publico eletrizado, esperava o momento catártico, a apoteose.

O grande ator abriu o casaco com o movimento ensaiado e executado centenas de vezes. Apoiou a mão no espaldar de couro da cadeira de estilo ibérico, levantou a cabeça com drama e convicção e... A voz não saiu.

Um segundo, dois segundos e o ponto eletrônico berrou a frase em sua orelha. O outro, de dentro do buraco no chão do palco, sacudia as folhas de texto.

A platéia em suspense aguardava angustiada quando ele tropeçou, balançando e balbuciando ao mesmo tempo em que era fulminado por um ataque cardíaco:

- Ela já morreu, morreu a muito tempo,

A plateia levantou-se de um só golpe, atordoada com o que estava vendo. Um jovem perguntou ao senhor da poltrona ao lado se já tinha visto o espetáculo antes, se era aquela a ultima fala, se era aquilo mesmo.

A resposta demorou, mas saiu com voz embargada:

-Não, não era isso não. A ultima fala era:

-Nunca perca a esperança. A esperança é a ultima que morre.

Fechou-se a cortina e os espectadores foram saindo pelos corredores entre as poltronas sem dizer nada, produzindo o característico ruído do ranger das molas dos assentos ao voltarem para a posição de descanso .


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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
1/12/2015 às 11h42

 
Discurso de formatura do Ensino Médio

(Discurso elaborado para a solenidade de formatura do Ensino Médio do Colégio Luiz Dourado, de Santa Cruz do Sul, RS, representando os paraninfos. É o texto mais visitado (chegando a 20 mil visualizações) e plagiado do meu blog "Cassionei lê e escreve".)

Prezado Diretor, prezadas Vice-diretoras e demais membros da equipe diretiva; representantes da CRE e do Conselho Escolar; professores e funcionários do Colégio Estadual Prof. Luiz Dourado; formandos, pais, familiares, amigos e fantasmas que habitam este antigo auditório: saudações minhas e dos demais paraninfos.

"Lutar com palavras é a luta mais vã/ Entanto lutamos, mal rompe a manhã", escreveu Carlos Drummond de Andrade. Chamo o poeta porque ele sempre me ajuda a iniciar um texto quando tenho dificuldade de encontrar o que dizer - dificuldade, neste caso, provocada pela emoção e também pela responsabilidade a que fui incumbido. Mesmo lutando todos os dias com as palavras, como professor e escritor, sou um eterno aprendiz. Aliás, estamos sempre aprendendo. Nós, professores, buscamos todos os dias novos conhecimentos para transmitir aos alunos e também para realização pessoal. Jamais paramos. Vocês, formandos, passaram boa parte de suas vidas na sala de aula aprendendo conosco. Agora que estão concluindo o Ensino Médio, não significa, logicamente, que não tenham mais nada para aprender. Usando o velho clichê (e este pequeno discurso vai estar repleto deles), isso é só o começo. Alguns vão para a universidade e, inclusive, já passaram no vestibular, motivo pelo qual damos os parabéns. Outros, procurarão o curso técnico em Hospedagem do colégio Luiz Dourado, uma das grandes conquistas do nosso educandário nesse ano de 2012. Há aqueles que querem descansar um pouco e refletir sobre o que fazer. Também há os que já têm alguma profissão e não pretendem continuar os estudos, mas com certeza precisarão se especializar nela em algum momento.

É a escola da vida, meus caros (não disse que este discurso estaria cheio de clichês?). Se na aula de matemática 2+2=4, na matemática da vida 2+2 pode ser zero, 1, 2, 3, 4, 5 e depois ser multiplicado por netos e bisnetos; se na aula de física aprendemos que estamos firmes no chão devido à lei da gravidade, na física da vida podemos voar; se na aula de geografia uma sequência de montanhas se chama cordilheira, na geografia da vida uma sequência de montanhas são os obstáculos que temos que vencer; se na aula de química aprendemos que água e óleo não se misturam, na química da vida um metaleiro pode se apaixonar por uma pagodeira; se na aula de biologia aprendemos que o cérebro é que comanda nossas emoções, na biologia da vida é, na maioria das vezes, o coração quem manda; se na aula de português aprendemos que o verbo amar é um verbo transitivo direto e pronominal, no português da vida o verbo amar não obedece nenhuma regra; se na aula de literatura o romantismo foi um período estético do século XIX, na literatura da vida podemos ser românticos em todas as épocas; se na aula de educação física corremos atrás de uma bola, na educação física da vida precisaremos de fôlego para correr atrás dos objetivos; se na aula de filosofia aprendemos o cogito de Descartes, "penso, logo existo", a filosofia da vida vai nos dizer "luto, logo existo"; se na aula de sociologia estudamos o que é uma classe social, na sociologia da vida trabalhamos para passar de uma classe social a outra; se nas aulas de espanhol e inglês aprendemos as ditas línguas estrangeiras modernas, a vida nos faz aprender o internetês, o politiquês e a tomar cuidado com as más línguas; se na aula de história aprendemos como a humanidade foi sendo construída durante os séculos, na vida aprendemos a construir a nossa própria história.

Diz um dos versos da música "Playground", da banda inglesa XTC: "Você pode deixar a escola, mas ela nunca deixa você". No nosso caso, é o colégio que nunca vai sair de dentro de você. E isso posso garantir por experiência própria, pois também fui aluno do Luiz Dourado. Os ensinamentos que tive no colégio me ajudaram a ser o que sou. Tenho certeza de que vocês jamais esquecerão o que aprenderam. E se esquecerem, serão apenas as coisas que deveriam ser esquecidas.

Prometi que isso seria apenas um resumo das dezenas de páginas que poderiam durar horas para serem lidas, como os discursos de certo ditador latino-americano. Vocês já estão cansados de nos ouvir todos esses anos e agora querem comemorar. Mas lembrem que os professores, tanto os calmos como os irritados, os quietos e os faladores, os legais e os chatos, enfim, todos eles, torcem para que as sementes lançadas gerem bons frutos. Essa etapa é apenas o primeiro degrau da imensa escadaria que os fará chegar ao êxito nas suas escolhas. E para fechar esse amontoado de clichês, lá vai o último: apertem os cintos, pois o avião vai decolar. Boa viagem.

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Postado por Blog de Cassionei Niches Petry
1/12/2015 às 11h25

 
A primeira ofensa recebida sobre algo que escrevi

Nessa segunda-feira, dia 30 de novembro, recebi minha primeira ofensa enquanto escritor. Já havia recebido várias críticas, a grande maioria delas construtivas, pois é esse ir e vir de comentários que forma a melhoria de qualquer atuação que alguém tenha na vida. Quando eu trabalhava com jornal diário havia um professor e poeta que possuía alguma implicância comigo, pois sempre me enviava um e-mail quando uma matéria minha saía com erro de digitação.

O que recebi dessa vez foi uma ofensa propriamente dita, daquelas que a pessoa aparenta estar furiosa, babando de raiva do outro lado. De alguma maneira o que escrevi (o autor da mensagem não frisou especificamente o que eu escrevi que o deixou tão ofendido/magoado/chateado) despertou instintos bem negativos na referida pessoa. Foi obviamente por e-mail, pois é a frieza do mundo virtual que faz surgir comentários agressivos; o distanciamento físico impede muitas pessoas de entenderem que do outro lado existe uma pessoa de carne e osso, dotada de sentimentos, sonhos, forças e fraquezas como qualquer outra. Obviamente que não respondi, porque nos dias de hoje é até perigoso dar muita trela para alguém que não sabemos quem é, principalmente quando está em estado de raiva contra você.

A ofensa, entremeadas de palavrões e outros termos que são comuns para se colocar abaixo quem pretende realizar alguma produção cultural ("pseudointelectual", no caso, um chavão vago, porém aparentemente de bom uso) incentivava-me a abandonar de vez a produção literária, vendo minha notória falta de talento. Esse tipo de opinião até era esperado, tendo em vista que publico sempre por conta própria e sem editor e dessa maneira é dificílimo atingir um patamar mais elevado de produção. Mas o que me chamou a atenção foi uma frase que o autor da ofensa escreveu: "Chega de vocês! Vão fazer qualquer outra coisa da vida que não escrever e atrapalhar o caminho de quem realmente sabe trabalhar!"

Foi um tanto quanto vislumbrante, para não dizer até uma massagem no ego, alguém afirmar que eu, publicando por pequena edição, investindo meu pouco dinheiro na impressão, mandando livros para uma pessoa aqui, outra acolá, promovendo noite de lançamento na cidade de Itaperuna, no interior do estado do Rio de Janeiro, ser considerado como alguém está atrapalhando os escritores que realmente sabem escrever de realizar seu trabalho. Fiquei por alguns instantes tentando captar onde está meu desserviço em prol da literatura brasileira e não consegui atinar. Definitivamente não consigo pensar no Cristovam Tezza dizendo "Que droga, o Guilherme Carvalhal está escrevendo" e tendo um bloqueio criativo ou alguém deixar de comprar O Filho Eterno para levar algo escrito por mim. Curioso também que ele escreveu no plural: apesar de dirigido a mim, a ofensa é coletiva, provavelmente pelos muitos outros eus que estão por aí publicando e atrapalhando a literatura do Brasil.

Uma das coisas que me chamou a atenção foi que a postura do autor da ofensa foi de colocar a literatura no pedestal de coisa sacra, intocável. Grupos musicais de pequeno porte podem realizar sua música à vontade. Pintores de não muito talento ou sem maior reconhecimento podem realizar seus quadros. Grupos de teatros montam suas peças para públicos muitas vezes escasso. Isso aí não prejudica em nada a cultura brasileira; é até visto com bons olhos.

Agora, diminuir a sacra literatura, ainda mais em um país de terceiro mundo que carrega seu ranço de atraso econômico, social e cultural, isso não pode. O país de Machado de Assis, Guimarães Rosa e companhia, que são o ápice e a salvação de uma intelectualidade em um país de baixa educação, não podem ser prejudicados por uma produção de baixa qualidade.

Acredito que o fator lentidão da literatura influa na sensação de perda de tempo. Ouvir um disco é uma experiência rápida, de menos de uma hora. Uma peça teatral também não leva mais do que duas horas. Apreciar um quadro para público leigo é questão de instantes. Já um livro é um processos trabalhoso. Demanda horas de dedicação que não podem ser gastas com uma obra ruim. Talvez esse seja o foco da fúria do meu interlocutor, a sensação de que roubei seu precioso tempo.

Quando se fala em cultura no Brasil, sempre estaremos olhando para uma lógica centralizadora e excludente. A cara do Brasil está no Carnaval, no Rock in Rio, na Flip. São os eventos que grande porte e que, cada um na sua área, aglutinam o seu público. Porém, ainda há pelas muitas cidades os blocos de carnaval, os pequenos eventos musicais que produzem cultura e lazer para sua respectiva população, eventos literários e iniciativas pequenas e localizadas que tentam fazer com que a população tenha maior acesso à literatura.

O Brasil é um país continental, com mais de 200 milhões de habitantes e formado por uma pluralidade cultural muito diversificada. Falar em literatura nacional, além de ser a produção de altíssima qualidade que realmente precisa existir, também é criar um leque de representações locais, de expressar essas múltiplas realidades existentes em um país tão grande e tão múltiplo. A literatura de cordel foi um dos mais expressivos movimentos desse tipo.

A possibilidade de criação cultural no Brasil é algo de extrema dificuldade. Converse com quem tem uma banda de qualquer estilo e veja como é trabalhoso gravar um disco ou cumprir uma rotina de shows. Ou então pintores, que na realidade majoritária tem dificuldade para expor seu trabalho. Somos um país mais excludente do que inclusivo, está na nossa natureza.

Quando me proponho a realizar uma produção literária, é óbvio que tenho sim o interesse de atingir um grande nível de excelência e de conseguir publicação por uma grande editora. Porém, resido em uma cidade que possui característica singulares e uma produção literária próxima do zero. A proposta é mostrar um viés de uma cultura brasileira, um pequeno espaço desse macrocosmo, além de tentar agir com algum nível com a promoção da cultural local. Recentemente fui convidado para dar uma palestra em uma escola pública: poder falar de literatura e de escrita para um grupo de crianças de classe baixa que estão sendo iniciadas pelos professores na leitura e ver um olhar contente no rosto de cada uma delas derruba qualquer ofensa que um anônimo envie por e-mail.

Acredito que enquanto consumidores de literatura, precisamos pensar que existe um mundo muito além do que pensar exclusivamente na produção de grande amplitude nacional. Há vivências muito vastas que podem ser abordadas dentro da literatura. Os usos e costumes de uma cidade podem gerar uma literatura que faça sentido dentro daquela região. E isso precisa ser valorizado, mesmo que os autores, por questões financeiras, de produção e muitas outras, não consigam atingir a excelência dos grandes autores. Esses precisam existir, pois dão o norte da literatura brasileira enquanto pertencente a uma única nação. Porém, é essa literatura de baixa expressão que pode mostrar uma conjuntura muito mais vasta do que se pode perceber.

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Postado por Blog do Carvalhal
30/11/2015 às 23h54

 
Pânico de aeroporto


Entendo, sim, ah, como entendo!
Você passou pela pior experiência de sua vida e está traumatizado; teve um colapso nervoso, quase perdeu o avião, passou meses à base de tranquilizante e o psiquiatra desistiu de tentar tratar você.
Você agora quer cancelar as férias, desistir da viagem planejada pela família, seus filhos o odeiam e a mulher quer o divórcio, A situação pede medidas desesperadas, eu sei. E creio ter a solução.
Nem sempre uma pessoa tem tempo de familiarizar-se com a situação problema em terreno amigável, experimentar o enfrentamento na infância, em grupo, em seu próprio país.
Eu, como você, vivi minha primeira experiência de horror na maturidade, na frente de filhos na pior idade, sentindo a pressão interna de ser o modelo, de dar exemplo, corresponder à imagem de pai herói, essas imposições mentais que nós, simples mortais orgulhosos, sofremos antes de conhecer o tamanho do monstro.
Em Guarulhos o estresse de aeroporto foi administrável. Aquela multidão apressada e indiferente comunicava-se em português. as placas e painéis idem, o cuidado maior era escapar de bandidos que roubam as meias sem tirar os sapatos do assaltado, sei que você me entende. Vai-se ao banheiro com um olho nas crianças e outro nas malas. Em minha primeira viagem, as danadinhas não tinham quatro rodas, como as de hoje. As malditas escorregam das escadas rolantes, tombam, rolam, entravam nas portas dos elevadores e pesam toneladas, balançando perigosamente na pilha arrumada no carrinho de bagagens, carrinho que insiste em desviar para um dos lados.
Meu batismo de fogo foi Toronto, onde eu fiz conexão e precisei fazer o translado das malas. Entendo porque muitos pagam cinco vezes mais caros por menos tempo de passeio. Sofre-se menos acompanhado.
Confiante em meu francês, logo descobri que do fora de Quebec quem se exprime em francês são somente as placas. Já no primeiro minuto senti-me perdido. Compreendi que teria de me bandear com crianças e malas para outro aeroporto, um doméstico. Ante o meu ar desesperado, um funcionário solícito chamou por outro, que "falava a minha língua": espanhol! Chamei de volta o canadense, Escrevi bilhetes, que não tem sotaque...
Enveredei por corredores sinuosos, desci, subi, enganei-me, refiz o percurso suando, embarquei em um pau-de-arara versão aeroporto, um ônibus que transporta gente em pé e de alguma forma as malas e as crianças têm de ser contidas - como? Em meio a olhares furiosos e críticos, atravessamos um viaduto e fomos finalmente despejados em um terminal do doméstico, infelizmente o terminal errado...
Claro, o número do vôo está impresso na passagem, só que o painel luminoso parecia não ter sido avisado. Infeliz, permaneci estático observando as conexões que se sucediam brilhando e piscando, insistindo em ignorar a cidade de Vancouver.Quando finalmente o portão de embarque resolveu aparecer no painel, precisei localizar o danadinho fisicamente. Havia um mapa imenso em uma das paredes, para facilitar a vida dos perdidos no labirinto. Bela tentativa, no meu caso, inútil. Meu cérebro disléxico interpreta mapas às invertidas. Disléxicos travam sob tensão.
Os elevadores, por alguma sinistra intervenção, escondiam-se de mim. O jeito era uitlizar rampas e exercitar os braços ladeira abaixo ou acima. A essa altura eu agradecia ao universo porque letras e números são iguais em português e em inglês, mas tive pouco tempo para alegrar-me por não estar no Japão ou na Arábia. O primeiro corredor desembocava em um segundo, e este em um terceiro, mais longo e deserto. Quando pensei ter chegado ao destino final, encontrava-me diante do blacão de entrega de malas. Depois de breve descando, a brincadeira de "descubra seu portão"recomeçou, sem as malas, felizmente.
Indicaram-se a direçao B4, embora no painel eu lesse C7...eu em francês, o outro em inglês, desconversamos em um mapa, rascunhado com um "x" que deduzir marcar o local de nosso embarque.
Não era no B nem no C e quando descobri isso eu já emagreceram alguns quilos, perdera a cor e a voz. Um anjo jogou em meu caminho outro brasileiro tão perdido quanto eu, mas com a vantagem de falar inglês.
Um guarda impaciente, aos gritos de "go! go!" apontou um túnel adiante. Corremos loucamente, o rapaz, eu e as crianças. (como era bom estar sem as malas!). Desembocamos em uma espécie de praça, onde uma senhora suspirou, aliviada ao nos ver, em português:
- Gente! Graças a Deus! Estou aqui já tanto tempo!
Nisto aproximou-se uma perua, vazia, a buscar pelos retardatários: nós. Ventie minutos depois parou e deu instruções ao rapaz que nos guiou até o embarque. Ouvimos no trajeto a úlitma chamada, como compreendi pela agitação do rapaz.
Fui o último a entrar, sem direito a banheiro, lanches, compras, nada.
As crianças me olhavam caladas, em um misto de decepção e piedade pelo pai desalojado do pódio. Consolaram-,me com beijos molhados e acariciavam meu rosto com mãozinhas trêmulas, a repetir como um mantra "está tudo bem".
A vida ;e impiedosa. A proxima viagem, onde eu ingenuamente pensara embarcar, para Paris, como um "connaîsseur", me surpreendeu com novas torturas: check-in eletrônico, drop-off de calçada, GPS, aplicativo para acompanhar informações de voo pelo celular.
O pobre viajante agora precisa ler uma lista telefônica de instruções antes de descobrir em dez segundos que com ele a tecnologia empaca e o direciona ao blacão, onde um profissional educado não coloca em palavras o eloquente olhar: "por que cargas d'água esse sujeito não fez tudo online?"
Segui pela vida, sofrendo entre senhas e terminais, simplesmente porque minha paixão por viagens é maior, miuto maior que meu pânico de aeroporto até que...

- A mãe (de 87 anos) vai junto com você, levando duas malas de 32 quilos, mas não se preocupe que eu já pedi cadeira para ela.
- Mãe? Cadeira?
- Claro, irmão, caderia de rodas, para idosos, depois do balcão de embarque.Até lá você leva.

Chorei noite seguidas. Às escondidas. No escurinho do quarto. Meus pesadelos recorrentes versavam sobre a impossibilidade de atravessar os longos corredores de aeroportos com mãe, cadeira de rodas, malas. Como eu iria dar conta? Dessa vez emagreci antes do vôo.
A confusão começou já em Guarulhos, em reforma, sem sinalização, e o taxista folgado que desconhecia o caminho:
- O senhor desce lá e pergunta, faz o favor, que eu não posso deixar o táxi.
Lá fui eu, atravessei o estacionamento, cruzei duas pistas congestinonadas e falei ao atendente do balcão de informações:

- Minha mãe tem 87 anos, está lá no estacionamento, fiz o pedido de uma cadeira de rodas para p Delta Airlines, como faço para ...
O risonho rapaz nem me deixou terminar a frase. Chanmou alguém da Delta pelo telefone:
- Uma passageira de 87 anos está no estacionamento, tem como ri lá buscar? É uma situação especial.

Menos de cinco minutos depois um funcionário ligeiro e atencioso foi buscar mamãe, chamou outro colega eficiente para ajudar no transporte das malas. Segui atrás deles, em passo acelerado, maravilhado em ver como os elevadores apareciam magicamente quando precisávamos deles, passamos à frente na fila do despacho das malas e na de embarque. O rapaz só nos deixou à porta mesmo do avião.
Na descida, a comissária de bordo me avisou que nem levantasse. Após todos descerem á que a cadeira apareceria à porta da aeronave. Novamente fomos conduzidos diretamente à esteira, onde o funcionário pegou as malas e as acomodou na carrinho, passamos à frente no setor de imigraçao e, do lado de fora, fomos transportados por um carrinho elétrico por rampas seniosas e intermináveis até a saída.
Assim descobri: acompanhar idoso é tudo de bom!
Esqueça as dificuldades todas - rampas, painéis, elevadores, portões. Conheça finalmente a alegria de voar. Se você não tem o seu próprio idoso, procure-me, que eu alugo mamãe.
Isso mesmo. Eu alugo a mamãe.
Antes de me censurar, saiba que a idéia partiu dela. Mamãe adora viajar, é saudável, culta, bem-humorada. Ela se compromete a levar apenas bagagem de mão e despachar duas malas de 32 quilos para você. Faça as contas e confira. Pagar a passagem de mamãe sai mais barato que pagar excesso de bagagem.
Mamãe só pede que você pague a passagem dela com três dias de intervalo para os passeiios, nso quais, se você quiser, ela o convida para partilhar meais entradas e acesso preferencial para acompanhantes de idosos.
Mamãe paga pelas próprias refeições, passeios e diárias de hotéis.
Faça como eu, que já comuniquei a meus médicos que a partir de agora dispenso terapias, florais e ansioliticos ineficazes.
Mamãe é melhor que Prozac.

Leia mais sobre as viagens da autora

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Postado por Blog de Sonia Regina Rocha Rodrigues
30/11/2015 às 15h21

 
Eu disse: para sempre, ao contrário.



Imagem: Veronica Almeida Siqueira


Hoje perdi meus chinelos. No escuro sem querer, toquei você para apoiar minha olhadela debaixo da cama... Ah! Você se enrolou no meu braço e fiquei presa como nas aulas de pilates. Na penumbra do nosso quarto fiz o possível para adaptar minha volta puxando o lençol, só pra não te acordar, nesse meu voltar te arrastei um pouco pra mim.

Seu olhar, cadê, fechou de mim? A boca tão linda! Impossível dizer. O relógio da matriz bateu. Nossos meninos precisam de nós. E como se abraço aos pedaços pudesse ser inteiro... Você foi mais.

Tenho sorte de ter manhãs assim. Por acidente, por evento chinelo-cabalístico, aconteço em "eu te amo". Como se tudo não fosse um sonho.

Esse seria um dos nossos dias, em algum dia se tudo tivesse sido. Mas na janela do meu quarto o tempo constrói seus impedimentos. Olho todo crescimento. Sou vinhedo sem frutos do lado de dentro.

Sou um diário das coisas não acontecidas. Por isso te invento desde que não veio e eu disse para sempre ao contrário. Esse é o significado de "inventário". Que é FIM. Quase nosso aniversário.



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Postado por Blog de Aden Leonardo Camargos
30/11/2015 às 07h10

 
Cinema Independente (2)

2
IDEIA NA CABEÇA

DA IDEIA AO ROTEIRO

Todo filme, seja curta, média ou longa-metragem, documentário ou ficção, com alto, baixo ou nenhum orçamento, começa com uma ideia. Você tem uma ideia que quer compartilhar com as outras pessoas de forma audiovisual, e a partir daí mobiliza outras pessoas para que colaborem com você nessa empreitada. O cinema é por definição uma arte coletiva — claro que nada impede que você filme apenas aspectos da natureza (por exemplo, um canteiro de flores num parque público de sua cidade, ou as travessuras de seu gatinho dentro de casa), edite e publique isto na internet, sem a interferência de mais ninguém. Mas se não houver a participação de outras pessoas, nem que seja assistindo, qual o sentido em se fazer um filme?

A ideia é apenas isto, uma ideia. Para se transformar em filme, ela primeiro deve poder ser expressa de forma clara e concisa, de modo a poder ser facilmente entendida por qualquer outra pessoa. Digamos que você queira adaptar a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, ambientando a ação no Rio de Janeiro nos dias atuais. Essa frase que acabei de escrever — "adaptar a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, ambientando a ação no Rio de Janeiro nos dias atuais" — já serve para transmitir a ideia. Essa frase concisa que descreve brevemente a ideia para o filme é ora chamada de sinopse, ora de storyline.

Há quem diferencia sinopse de storyline, como o roteirista Doc Comparato, em seu livro Da Criação ao Roteiro: "a story line representa o quê (o conflito-matriz escolhido), a sinopse representa o quando (a temporalidade), o onde (a localização), o quem (as personagens) e, finalmente, o qual (a história que vamos contar)".

 O passo seguinte é elaborar o argumento, que, no entender de Garcia Filho, é "a verdadeira base de todo o filme", acrescentando que "por argumento, se compreende o conjunto de ideias que serão desenvolvidas no roteiro. Ele tem a ação delineada, bem como a sequência, personagens e locações. Normalmente não tem diálogos e sua narrativa é pobre". Seu tamanho é variável; enquanto uma convenção de Hollywood estipula que uma página de argumento equivale a dez páginas de roteiro, o crítico Inácio Araújo afirma que "normalmente são utilizadas de duas a quatro páginas para indicar as linhas gerais da história que será tratada: o que acontece, o porquê e quem são os personagens."

Já o roteiro é um texto com a sequência detalhada das cenas do filme, na ordem em que serão apresentadas ao espectador, contendo indicações de cenários, horários em que as cenas se passam, personagens (com atitude corporal e entonação a usar nas falas, se necessário) e os diálogos completos — basicamente, o roteiro pode ser considerado "o filme por escrito".

Para exemplificar melhor as diferenças entre argumento e roteiro, vamos ver trechos que correspondem à sexta cena do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, cujo roteiro foi escrito por Bráulio Mantovani:

Argumento:
Pelas ruas da Cidade de Deus Cabeleira, Alicate e Marreco fogem da polícia. Eles percorrem algumas ruelas, trocam de roupa e correm até o campinho onde fingem jogar bola com os meninos.

Roteiro:
6 EXT. RUAS DO CONJUNTO - DIA
Cabeleira, Alicate e Marreco correm, perseguidos de perto, por um POLICIAL que dá tiros para o alto. Eles riem. E também atiram para o alto.

BUSCA-PÉ (V.O.)
O Trio Ternura não tinha medo de ninguém.
Nem da polícia... Eles achavam que a Cidade
de Deus era deles. Mas tinha um monte de
bandido que achava a mesma coisa. Naquele
tempo, a Cidade de Deus ainda não tinha
dono.

Os bandidos se metem pelas ruelas do local.
MONTAGEM cria a sensação de labirinto: o Policial nunca sabe para onde ir.
Os bandidos param um instante. Tiram as camisetas vermelhas, jogando-as por trás do muro de uma casa. Todos agora estão de camiseta branca. Eles continuam correndo até o...

Há uma importante diferença a respeito de roteiro quando o filme a ser produzido for um documentário. Num filme de ficção, você primeiro estrutura toda a história no papel para só depois filmá-la. Num documentário, você trabalha inicialmente com sinopse e argumento, e aí já parte para produzir a filmagem e filmar. Após a filmagem, você assiste o material captado, fazendo a chamada "decupagem" (ou seja, você anota o que foi gravado e transcreve as falas) e só então escreve o roteiro, que será utilizado nas etapas de montagem e pós-produção.

AUTORIZAÇÕES

Fazer cinema envolve, em algum momento, a necessidade de obter autorizações de outras pessoas. Vamos ver os principais casos:

- você precisa obter autorização para adaptar obra de outra pessoa. Fernando Meirelles e Kátia Lund precisaram obter de Paulo Lins a autorização para transformar o romance Cidade de Deus em filme. Já uma adaptação de qualquer peça de Shakespeare pode ser feita livremente, pois o autor é falecido há mais de 70 anos, prazo após o qual tudo o que alguém tenha produzido passe ao domínio público. Durante o período entre a morte de um autor e a entrada de sua obra no domínio público, a autorização deve ser obtida junto aos herdeiros. Geralmente a autorização é concedida por um prazo determinado, ao fim do qual, se o filme não foi ao menos iniciado, o diretor perde o direito a adaptar a obra para o cinema, e o autor pode vender os direitos para outro produtor.

- você precisa obter autorização para utilizar obra de outra pessoa. Por exemplo, para utilizar uma música na trilha sonora de seu filme, ou ainda um poema ou qualquer texto que não seja seu e que não faça parte da obra cujos direitos foram adquiridos. Em relação a música, caso ela tenha mais de um autor, a contagem dos 70 anos para entrada em domínio público só inicia após a morte do último parceiro. Por exemplo: "Carinhoso" é de Pixinguinha e João de Barro. Pixinguinha faleceu em 1973 e João de Barro em 2006. Portanto, "Carinhoso" só passará ao domínio público em 2077 (a liberação se concretiza em 1º de janeiro do ano seguinte ao que se completam as sete décadas do falecimento). Até lá, a inclusão de "Carinhoso" em filme precisa ser autorizada pelos herdeiros de ambos os autores. A inserção de cenas de filmes brasileiros feitos há mais de 70 anos independe de autorização, bem como o uso de textos de autores falecidos há pelo menos 70 anos. Obras de autores estrangeiros podem ter prazos maiores de proteção aos direitos autorais, pois cada país é livre para fixar o período que quiser, desde que nunca menos de 50 anos, prazo estabelecido pela Convenção de Berna.

- você precisa obter autorização para usar a imagem das pessoas. É o chamado "direito de imagem". Em cinema, esse direito está mais ligado a documentários — todas as pessoas que irão dar depoimento precisam assinar um documento afirmando que autorizaram ser filmadas. Não é necessário obter essa autorização quando a filmagem for feita em local público, ou em evento aberto ao público.

- você precisa obter autorização para usar o nome das pessoas. Isso pode acontecer, por exemplo, se você quiser adaptar uma biografia. Digamos que você queira filmar um trecho do livro de memórias Antes que me Esqueçam, de Daniel Filho. Depois de obter a autorização do autor para a filmagem, você teria que buscar a autorização de cada pessoa real citada por Daniel no livro que vá se tornar um personagem do seu filme — é um caso semelhante ao do uso de obra alheia: as autorizações referentes a pessoas já falecidas devem ser obtidas com seus herdeiros, com o detalhe de que neste caso não existe o prazo de 70 anos que há em relação ao direito autoral. O direito de imagem é um direito moral, e não prescreve, ou seja, nunca tem fim.

- você também irá precisar de autorização para filmar em imóveis de outras pessoas, sejam casas, empresas, terrenos, fazendas etc. — enfim, todo e qualquer lugar onde você não poderia entrar livremente. Filmar na rua, praia, praças, parques, estradas, rios, lagos etc. independe de autorização.



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Postado por Cinema Independente na Estrada
29/11/2015 às 15h25

 
Como é a orietadora Afrodite?

Os doze trabalhos de hércules, o pesquisador

Hércules é um dos habitantes da cidade Universitária de Atenas. Ele é metade mortal e metade-aspirante à PH-Deus . Vive rodeado por PH-Deuses e imerso em problemas, de pesquisa. Ele é orientado por Zeus, o Deus dos Deuses, mas quem o orienta mesmo é Quíron, seu co-orientador, uma vez que Zeus vive em seus congressos no olimpo e (para sorte de Hércules) nunca aparece. Quíron é um centauro, mas para Hércules ele é um centauro. Junto com Jazão, Narciso, Aquiles e Orfeu, Hércules vive inúmeras aventuras em direção ao título de PH-Deus. Há quem diga que só Hércules tem condições de chegar à PH-Deus, isso, é claro, se ele sobreviver aos seus 12 trabalhos como doutorando.



Acompanhe a tira cômica do herói toda semana!



Se você não conseguir visualizar veja no meu twitter: @Alexcaldass

https://twitter.com/Alexcaldass

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Postado por Blog de Alex Caldas
29/11/2015 às 11h56

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